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Imprensa

Robert van Dijk: “mesmo em um cenário difícil, tanto a indústria de fundos como o mercado de capitais responderam a importantes demandas do Brasil”

Após dois anos na presidência e décadas de experiência na ANBIMA, Robert van Dijk se despediu da Associação nesta quarta-feira, 13, durante a cerimônia de posse da nova Diretoria. Participaram do evento autoridades, representantes do governo e de outras entidades de classe nacionais, além de presidentes dos comitês, subcomitês, conselhos e comissões da ANBIMA.

Confira a íntegra do discurso de Robert:

“Bom dia a todos,

Quando eu e meus colegas de Diretoria assumimos o mandato que se encerrou em abril, passávamos por uma crise política, social e econômica sem precedentes na história do Brasil.

Estávamos em maio de 2016 e em nossa primeira reunião concordamos que era importante nos posicionarmos publicamente sobre os desafios que o Brasil deveria enfrentar. Publicamos então uma carta aberta à sociedade brasileira. Explicitamos, nos maiores jornais e revistas,as linhas gerais do que considerávamos ser uma agenda urgente e necessária para o país:

- O ajuste fiscal e a reforma tributária;
- A reforma previdenciária;
- Modernização e aprimoramento das regras de previdência complementar;
- A independência e o fortalecimento das agências reguladoras;
- Parâmetros objetivos e confiáveis para estimular investimentos em infraestrutura.

Eu não preciso dizer a vocês que essa agenda avançou menos do que gostaríamos. E agora estamos às vésperas de uma nova eleição que será emblemática para o Brasil, com desafios muito parecidos com aqueles que já conhecíamos em 2016 e a urgência em enfrentá-los só aumentou. 

A dificuldade de implementar a agenda de reformas e a persistente crise política não podem nos fazer esquecer, entretanto, que avançamos em relação ao período em que discutíamos nossa carta à sociedade.

Em abril de 2016, nosso Comitê Macroeconômico previa que em 2017 cresceríamos 0,5%, que a inflação seria de 5,7% e que os juros estariam em 11,5%. Erramos, como os senhores bem sabem. Fechamos o ano com 1% de crescimento e juros de 7%. Para este ano, inicialmente prevíamos um crescimento de 3% e uma inflação de 3,5%. Infelizmente, erramos novamente. Só que agora os indicadores não são mais tão positivos. As previsões para este ano já apontam para um crescimento inferior a 2%, com inflação de 3,6% e juros de 6,5% no final de 2018.

Os números são um pouco mais otimistas do que no ano passado, mas ainda são muito menos do que o Brasil precisa para fazer frente à nossa imensa dívida social.

Contudo, mesmo nesse cenário difícil, tanto a indústria de fundos como o mercado de capitais responderam a importantes demandas do Brasil.

A queda dos juros e a retração do financiamento público criaram duas tendências saudáveis no ambiente econômico. A primeira é o crescimento da demanda por financiamento privado. E a segunda é a procura por alternativas de investimentos que ofereçam retornos mais atraentes.

Nesse período, a indústria de fundos ultrapassou a marca de R$ 4 trilhões em patrimônio líquido e cresceu a procura por carteiras mais sofisticadas. Os multimercados, por exemplo, representaram 43% da captação líquida de R$ 212 bilhões nos últimos 12 meses.  Desde 2016, o volume de recursos captado pelas empresas no mercado de capitais ultrapassa os desembolsos do BNDES. Estudo do Banco Central, mostrou que, graças ao financiamento via mercado de capitais, as empresas conseguiram reduzir seus custos de dívida de forma significativa em 2017.

Outro aspecto que gostaria de salientar, foi o privilégio que tive como presidente da ANBIMA de poder refletir sobre os desafios para o desenvolvimento do país e dos nossos mercados com os setores público e privado. E se há algo que me deixou otimista foi ter percebido que compartilhamos da mesma convicção:a de que um novo padrão de desenvolvimento para o país não pode prescindir de uma participação cada vez mais relevante do mercado de capitais. Fica a minha melhor expectativa para que esta convicção permaneça para o governo que virá.

Outro ponto a destacar, é que não obstante os desafios impostos pela complexidade do cenário político-econômico, temos ainda que lidar com as transformações estruturais que afetam nossos mercados. Uma série de inovações tecnológicas prometem revolucionar a forma de fazermos negócios. Esse movimento requer um esforço para aprender e implementar novas maneiras de interagir com nossos clientes e parceiros.

Já no contexto associativo, outro grande esforço que exigiu o empenho de todo o mercado nos últimos anos foi a revisão do antigo Código de Fundos, rebatizado de Código para Administração de Recursos de Terceiros, e dos códigos de Varejo e de Private Banking, que foram consolidados no novo Código de Distribuição.

 As novas regras expressam uma importante mudança de paradigma. Elas refletem uma nova realidade que se organiza em torno das atividades dos agentes e com foco no cliente. Esta mudança exigirá de todos nós mais atenção ao papel das instituições, pois não poderemos nos furtar a endereçar os aspectos comportamentais dos vários agentes. Essas transformações exigirão também que a ANBIMA se adapte e se renove. Foi por isso que lançamos o ANBIMA +5, projeto que tem por objetivo definir nossa estratégia de longo prazo.

Estamos definindo como, em um mercado em constante evolução, a ANBIMA deve se preparar para continuar a cumprir seus quatro compromissos assumidos com o mercado.

O primeiro deles o de representar os nossos associados. O segundo, de informar, por meio da coleta e da distribuição de dados e estatísticas, os números dos mercados que representamos.Temos ainda o compromisso de autorregular, com a criação de regras que estimulam as boas práticas. E por fim, mas não menos importante, o compromisso de educar, que se aplica tanto aos profissionais de mercado como aos investidores e à sociedade em geral.
 
Para os pilares de informar e educar já definimos as estratégias de longo prazo. Agora, estamos avançando nas discussões sobre os compromissos de representar e de autorregular, para os quais precisamos refletir sobre como a ANBIMA melhor deve se organizar para garantir a representatividade de todos os associados e sobre como a autorregulação deve evoluir para seguir como um instrumento de fortalecimento do mercado.

Dito isso, Carlinhos, essa é sua missão.Agora cabe a você nos ajudar a manter a ANBIMA em forma para enfrentar os desafios e ajudar o Brasil no debate de como retomarmos a rota do desenvolvimento. Certamente, não são desafios triviais, mas a boa notícia é que você não está sozinho.

Nestes anos, como militante dos mercados financeiro e de capitais, descobri a massa enorme de dedicados voluntários, que participam ativamente dos nossos vários fóruns e que, somados, à equipe interna, liderada pelo Zeca, estão sempre prontos para auxiliar no que se faz necessário. Posso dizer, Carlinhos, você está muito bem acompanhado!

Bem, como alguns de vocês sabem, Carlinhos tem a favor uma alta capacidade de planejamento e de administração de riscos, já que é um exímio piloto tanto de carros como de motos. Essa aptidão está não só nos autódromos e nos off roads, mas também nas pistas da ANBIMA, já há algum tempo. Sorte nossa.

Acima de um representante do segmento das assets independentes, que é a sua casa, você sempre se posicionou, como um executivo preocupado com o desenvolvimento dos mercados.Quem te conhece sabe do seu compromisso de servir ao mercado.

Por fim, Carlinhos, vou repetir aqui o que meus antecessores falaram em seus discursos de despedida e na época eu ouvi, mas não processei. Trata-se da fundamental e imensa dedicação que se faz condição para liderar a nossa casa. Giufrida disse isso e Denise reiterou, destacando a necessária disposição para perseguir objetivos em meio às adversidades e diversidades. Querido amigo, fica aqui a dica ... Brincadeiras à parte, tenho certeza que você vai tirar de letra.

Desejo a você e a toda Diretoria muito boa sorte e sucesso nesta nova etapa.

Conte comigo sempre!"

 

 

 

Sobre a ANBIMA

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.