Expectativa de redução dos juros valoriza carteira de títulos públicos refletida pelo IMA
Todos os subíndices do indicador tiveram variação positiva em julhoA expectativa de uma queda mais acentuada da taxa de juros até o fim deste ano valorizou as carteiras de títulos públicos. O IMA-Geral, nosso índice que reflete a variação desses ativos, registrou ganho de 2,34% em julho.
O IMA é composto por quatro subíndices que acompanham os diferentes tipos de títulos públicos. O IRF-M reflete os prefixados. Quem investe nos papéis indexados ao IPCA deve olhar para o IMA-B. Já o IMA-C segue os títulos atrelados ao IGP-M; e o IMA-S segue os títulos pós-fixados que pagam a taxa Selic. Todos apresentaram resultados positivos no mês passado.
O retorno do IRF-M foi de 2,31% em julho. Os títulos de prazo acima de um ano, representados pelo IRF-M1+, e os de até um ano, expressos pelo IRF-M 1, avançaram 2,76% e 1,05%, respectivamente.
A carteira das NTN-Bs, refletida pelo IMA-B, sofreu variação de 4,00%. O destaque foi o IMA-B5+, que acompanha as NTN-Bs com prazo acima de cinco anos, que registrou aumento de 4,67%. As de até cinco anos tiveram elevação de 2,85%. O IMA-S, que reflete a trajetória da carteira das LFTs (títulos pós-fixados) em mercado, valorizou 0,82%.
As revisões das projeções de juros motivaram a performance positiva dos índices em julho. Nosso Comitê de Acompanhamento Macroeconômico (veja o boletim) prevê que a Selic fique em 8% no final do ano. Até maio, os economistas que compõem o grupo acreditavam que a taxa ficaria em 8,5%. Desta forma, os títulos já existentes no mercado, e que foram emitidos quando a perspectiva da taxa era mais alta, tendem a se valorizar e ficar mais atrativos para os investidores. Aqueles de prazos mais longos e que possuem prêmio adicional por embutirem maior incerteza podem ter valorização ainda maior.
“Os títulos e as carteiras de longo prazo são mais suscetíveis aos humores e flutuações do mercado. Da mesma forma que em julho ‘entregaram’ excelente rentabilidade, podem também apresentar rendimentos baixos, até mesmo negativos em outros meses. Com o passar do tempo, a tendência é que eles tenham performance melhor do que as taxas de curto prazo, uma vez que, para aceitar um empréstimo por mais tempo, o tomador de recursos (neste caso, o governo) aceita pagar taxas mais altas”, afirma Sandro Baroni, gerente de Preços e Índices.