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O mito da racionalidade na hora de decidir um investimento

Decidir sobre alternativas de investimentos, tamanho dos aportes e prazos não é tarefa das mais simples. Diferentemente do que se pensa, os aspectos racionais têm relevância limitada no processo de escolha. As armadilhas ao tomar decisões de investimentos foram tema da palestra de Aquiles Mosca, presidente do Comitê de Educação de Investidores, no seminário “Como Investir em Você”, evento paralelo ao 9º Congresso de Fundos de Investimentos da ANBIMA.

“Se a hipótese de que somos animais totalmente racionais fosse verdade, o mercado seria equilibrado, o que não é verdade. Há apenas uma certa racionalidade o que gera imperfeições e, portanto, oportunidades para ganhos”, resumiu Mosca, lembrando que as teorias econômicas não explicam 75% das decisões financeiras.

Um dos exemplos apresentados comparava duas opções de investimento. Na primeira, a chance de ganhar R$ 4 mil era de 80% e, na segunda, havia 100% de chance de ganhar R$ 3 mil. A maioria escolheu a opção um. No outro exemplo, a escolha era entre um investimento com 80% de chance de perder R$ 4 mil e outro com 100% de chance de perder R$ 3 mil. Neste caso, a maior parte das escolhas recaiu sobre a primeira alternativa. “Na verdade, não temos aversão a risco, o que temos é aversão a perdas”, comentou Mosca. Estudo realizado pela Universidade de Cambridge (EUA), em 46 países, mostra que o terceiro maior medo das pessoas é de não ter como se sustentar, atrás da morte e de falar em público, na segunda e primeira colocações, respectivamente. “Isso explica a dificuldade em lidar com a possibilidade de perder dinheiro, é algo bastante delicado”, diz Mosca.
Os maiores erros das pessoas ao lidarem com dinheiro são, segundo destacou o executivo, a ilusão do controle (não delega para outros), a saliência (influência de fatos do passado ou atuais na tomada de decisão) e o efeito manada (ninguém quer ficar para trás). “Se você jogar cara ou coroa cinco vezes e em quatro der cara, sua tendência é achar que a probabilidade maior é novamente dar cara, mas ela sempre se manterá em 50%. Olhar fatos passados ou atuais, de grande impacto, para tomar decisão não costumar ser boa alternativa”, brincou.
Nos momentos de euforia no mercado financeiro, destacou Mosca, só 7% dos investidores olham para a chance de dar errado. Foram apresentados na palestra vários exemplos de reportagens, publicadas meses antes da crise das hipotecas subprime de 2008 nos Estados Unidos, que apontavam o grande momento do mercado acionário e sugeriam como sendo uma ótima alternativa de investimento. “Naquele momento, quem com base no passado decidiu entrar na bolsa perdeu dinheiro.
Além do efeito manada, que leva o investidor a seguir todos na mesma direção de forma irracional, a ilusão do controle também é outro erro importante nos modelos de decisão. Levantamento apontou que apenas 4,75% dos investidores decidem com base na opinião de um profissional; 41,97% pondera suas opiniões com as de profissionais; 30,71% leva em consideração apenas suas crenças e 22,57% se consideram pouco influenciados por profissionais.
Os cuidados ao investir no mercado de ações, que incluem fugir do efeito manada, avaliar cautelosamente as informações recebidas e aceitar o acompanhamento de um profissional, ganharam destaque na apresentação.  Mosca apresentou uma série de dados comprovando que em ações quanto maior a capacidade de manutenção dos recursos investidos, suportando perdas momentâneas, maiores também serão os retornos. Levantamento com base na performance do portfólio mostra que só 2% do resultado vem do timing (compra e vende do mesmo ativo). A alocação por classe de ativos responde por 94% do resultado e a seleção de ativos responde pelos outros 4%. “Entre janeiro de 1999 e abril deste ano, quem ficou parado na bolsa ganhou 19,10% ao ano, contra um CDI de 14,4% ao ano”, disse. “Já quem por entrar e sair perdeu, por exemplo, os dez maiores momentos de alta, conseguiu apenas 12,65% de ganho ao ano no período. ” O executivo concluiu lembrando que investir não é guardar dinheiro: “precisa de objetivo e prazo definidos, de avaliação de risco e, se possível, não ficar olhando toda hora para não incorrer no risco de sair ou entrar no momento errado, seguindo a manada”.

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