Captações das empresas brasileiras somam R$ 110,8 bilhões no primeiro semestre
As captações das empresas brasileiras nos mercados doméstico e externo somaram R$ 110,8 bilhões no primeiro semestre deste ano, volume 0,7% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).
No mercado doméstico, as captações fecharam com volume de R$ 56,5 bilhões, sendo R$ 47,9 bilhões em Renda Fixa e R$ 8,6 bilhões em Renda Variável. O valor é 15,6% inferior ao registrado no ano passado, quando foram registrados R$ 51,3 bilhões em Renda Fixa e R$ 15,7 bilhões em Renda Variável.
Entre os ativos na Renda Fixa, as emissões de debêntures responderam por 56,9% das ofertas, com R$ 32 bilhões –alta de 8,6% na comparação com o mesmo período do ano passado, quando o volume registrado foi de R$ 29,5 bilhões. Foram realizadas 91 ofertas de debêntures neste primeiro semestre, contra 86 em 2011, alta de 5,8%. Entre os destaques, estão duas emissões realizadas no Novo Mercado de Renda Fixa: BNDESPar (com R$ 2 bilhões) e Cemig (com R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 870 milhões no NMRF). O prazo médio das emissões ficou em 5,6 anos.
No mercado de Renda Variável, o volume de ações emitidas somou R$ 8,6 bilhões, contra R$ 15,6 bilhões no ano passado, uma queda de 45%. Neste ano, foram registradas sete ofertas, contra 18 no ano passado.
No mercado externo, as captações foram majoritariamente em Renda Fixa e chegaram a um total de US$ 30,2 bilhões, aumento de 11% no volume frente ao primeiro semestre de 2011 -quando ficou em US$ 26,4 bilhões.Somente na parte de dívida, as empresas responderam pela maior parte das emissões de Bônus e MTNs com US$ 19,5 bilhões (64,7% do volume das captações), enquanto as emissões de instituições financeiras corresponderam a US$ 8,1 bilhões.
O diretor da ANBIMA Márcio Guedes concedeu hoje entrevista a jornalistas durante coletiva de imprensa. Veja abaixo alguns trechos.
“O resultado deste semestre manteve o ritmo do ano passado em termos de volume. Há uma mudança no perfil das emissões, com queda nas ofertas de renda variável e aumento nas captações por meio de emissões no mercado externo”.
“O aumento do prazo médio das emissões de debêntures é um exemplo de que as empresas estão vendo no Mercado de Capitais uma fonte alternativa de financiamentos de longo prazo, antes restrito às linhas de crédito oficiais”.