Renda fixa atinge R$ 34,1 bilhões em captações no mercado de capitais
São Paulo, 10 de setembro de 2021 — O mercado de capitais emitiu R$ 50,6 bilhões no mês de agosto. Com este resultado, o total acumulado no ano chegou a R$ 355,5 bilhões, o que corresponde a um aumento de 65% em relação ao mesmo período do ano passado. As ofertas em andamento e análise somam R$ 32,5 bilhões.
De acordo com os dados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o destaque do mês foi a renda fixa, com o segundo melhor desempenho mensal em 2021, atingindo o total de R$ 34,1 bilhões. O montante só foi superado pelo resultado de maio.
Renda fixa: debêntures lideram emissões
As debêntures contribuíram com R$ 20,3 bilhões, respondendo por 40% do volume do período. É o quinto mês consecutivo em que esse instrumento se mantém acima dos R$ 20 bilhões. No ano, o montante atingido é de pouco mais de R$ 140 bilhões. “O bom desempenho das debêntures está relacionado à maior atratividade que estes papéis ganharam com o ciclo de alta dos juros, que também se iniciou no mesmo período”, avalia José Eduardo Laloni, vice-presidente da ANBIMA.
As principais destinações dos recursos obtidos com debêntures foram capital de giro (27,2%), investimentos em infraestrutura (20,8%) e refinanciamento de passivo (18,7%). Os fundos de investimento (36,8%) e os intermediários e demais participantes ligados à oferta (43,9%) detêm a parcela predominante dos ativos emitidos. Esses dois grupos vêm se mantendo como os principais subscritores desde o ano passado, mas houve uma mudança relevante nos percentuais de cada um deles. Em 2020, os fundos de investimento detinham 23,5% das ofertas e os intermediários e demais participantes respondiam por 64,3%.
Ainda na renda fixa, os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) tiveram desempenho positivo, com R$ 5,5 bilhões captados. O total do ano cresceu 43,3% em relação a 2020, atingindo R$ 34 bilhões. Há ainda R$ 2,1 bilhões de ofertas em andamento. Com desempenho semelhante, as notas promissórias tiveram o melhor mês do ano, com R$ 5,2 bilhões, o que representa mais de um terço do volume de 2021.
Renda variável: IPOs são o destaque do mês
Na renda variável, as ações alcançaram R$13,6 bilhões em agosto. Todo o montante foi obtido por meio dos IPOs (ofertas iniciais de ações), o que garantiu o segundo melhor mês do ano para essas ofertas, atrás apenas de março. As ofertas iniciais atingiram a marca de R$ 50 bilhões em 2021, superando os R$ 45 bilhões captados durante todo o ano passado.
Quase metade dos subscritores (48,1%) em agosto foram fundos de investimento, seguidos pelos investidores estrangeiros (35,4%). Boa parte desse montante foi destinado para aquisição de ativos e atividades operacionais (43,6%). No mesmo período de 2020, essa destinação representava 19,1% das emissões primárias.
Ao longo deste ano, as ações ultrapassaram R$ 103 bilhões em recursos captados, contra pouco mais de R$ 62 bilhões no mesmo período de 2020. As ofertas em andamento totalizam R$ 12 bilhões.
Confira os resultados completos.