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ANBIMA Summit: mudanças climáticas exigem adaptação nos modelos de risco

Mercado financeiro e de capitais tem avançado na busca por metodologias que avaliem práticas sustentáveis, mas o caminho ainda é longo, segundo especialistas

As mudanças climáticas causadas pela destruição da camada de ozônio fazem parte daqueles eventos que afetam a todos indistintamente. Incêndios em uma região, chuvas devastadoras em outra e alterações no clima que afetam a agricultura são só algumas das consequências do aquecimento global sentidas por empresas e cidadãos. O mercado financeiro e de capitais também é impactado e precisa rever modelos de risco, para incluir cada vez mais a questão ambiental. O setor é considerado essencial como estimulador de boas práticas pelas empresas que financia, de acordo com os especialistas que participaram do painel “O mercado está preparado para as mudanças climáticas?”, realizado nesta sexta-feira, 29, no ANBIMA Summit.

Para Ronaldo Seroa, professor da UERJ, houve avanços nas últimas décadas, após 197 países assinarem o Acordo de Paris (2015) e definirem metas de redução da emissão de gases do efeito estufa, mas o caminho ainda é longo e exige que todos ‘apertem o passo’. “A ideia do Acordo era limitar o aquecimento a no máximo dois graus Celsius, preferencialmente 1,5 grau, e promover a economia de carbono zero até 2050, mas hoje isso parece inviável. Na COP26, em Glasgow, serão necessários avanços para que todos acelerem iniciativas neste sentido”, comentou.

Também devem ser relevantes na COP26 debates sobre soluções baseadas na natureza, a transição energética, e como o setor financeiro e os investimentos poderão colaborar para estes compromissos. “É preciso regulamentar o artigo 6 do Acordo de Paris, que cria instrumentos de mercado para viabilizar um comércio de emissões entre dois países ou um país e uma empresa”, comentou o professor, acrescentando que o mercado voluntário já existe, mas com a regulamentação será muito maior a participação dos países.

Os reflexos diretos das mudanças climáticas no mercado financeiro foram lembrados por Denise Pavarina, vice-presidente da TCFD (Força-Tarefa de Divulgação Financeira Relacionada ao Clima), criada pelo Conselho de Estabilidade Financeira para ajudar as empresas a fornecerem melhores informações sobre os riscos e oportunidades do clima. “O mercado financeiro faz a alocação de capital baseado em risco e oportunidade. São riscos advindos do clima que podem ser muito relevantes em alguns setores e as empresas precisam se preparar”, comentou.

“Teremos um período de transição importante. Só a substituição de energia fóssil por energia limpa exigirá algo entre US$ 5 trilhões a US$ 7 trilhões até 2050. Estamos falando de muitas oportunidades de produtos, serviços e o mercado de capitais pode e deve financiar não só os investimentos, mas também a criação de produtos que vão aparecer por conta desta mudança que vivemos”, disse. A TCFD, que Denise participa, publicou um guia de orientações para o sistema financeiro e as empresas sobre os riscos do clima. No relatório anual divulgado neste mês, a avaliação foi positiva. “Houve evolução da implementação das recomendações por bancos, assets e empresas com avanço de nove pontos percentuais sobre ano anterior. Temos que correr, acelerar e acho o Brasil ainda muito tímido com poucas empresas publicando as informações de forma correta”.

A representante do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento, Maria Netto, lembrou que o aquecimento já causa problemas climáticos sérios, com impactos negativos em muitos setores da economia, como agricultura, infraestrutura. “Incêndios registrados na Amazônia já refletem o aquecimento. Não é uma realidade futura, já chegou. Para o mercado de capitais e investidores isso significa que seu passivo, sua carteira de projetos, seus investimentos, passados e futuros, estão expostos a estes riscos físicos”, comentou, acrescentando que os bancos precisam estar atentos em como financiar a atividade produtiva dentro deste cenário.

Maria Netto destacou o trabalho intenso feito no Brasil, pelo Banco Central, CVM, B3 e outros atores, para promover as boas práticas e fazer com que bancos e investidores comecem a integrar estes riscos dentro da análise da carteira de investimento. “Sou um pouco mais otimista do que a Denise Pavarina e vejo o Brasil melhor do que outros países. Claro que tem muito a fazer, mas os bancos estão tentando alinhar-se a isso e tanto BC quanto CVM são mais atuantes do que outros reguladores”. No Brasil, o BID trabalha em um laboratório de inovação financeira com CVM, ANBIMA, Febraban e vários outros atores, para desenvolver metodologias práticas e concretas para gestão de risco ESG, avaliação de títulos verdes entre outros.

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