Regulador Prudencial Britânico Publica Relatório sobre Riscos Climáticos
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A PRA, autoridade responsável pela regulação prudencial do setor bancário, de seguros e investimento britânicos, publicou um relatório sobre o impacto da mudança climática no segmento sob sua supervisão. Nesse documento, o regulador (i) examina os riscos financeiros da mudança climática, (ii) avalia como os bancos estão gerindo tais riscos, e (iii) explica como é sua abordagem para supervisionar esse aspecto.
O regulador ressaltou a busca de subsídios junto à indústria entre as atividades realizadas para a elaboração do documento. Foi realizada uma consulta ao setor bancário, e as instituições respondentes totalizam mais de 90% dos ativos sob gestão desse segmento. Além disso, foram feitas consultas bilaterais com o setor privado e incorporadas conclusões do relatório mais amplo do Banco da Inglaterra.
A autoridade britânica considera que o risco financeiro da mudança climática se materializa principalmente por dois canais: físico e de transição. Os riscos físicos surgem de eventos climáticos e podem resultar em grandes perdas financeiras, afetando o valor dos ativos e a situação de crédito dos credores. Já os riscos de transição derivam dos ajustes para transição a economias de baixo carbono, dado que mudanças associadas a esse processo podem afetar o valor de certos ativos e gerar exposições de crédito.
Com isso, a autoridade conclui que esses fatores se manifestam no setor financeiro com aumento nos riscos de crédito, de mercado e operacional – todos elementos da supervisão prudencial. Com destaque, o regulador observa que a transição pode afetar o preço de ativos de energia e commodities, dívidas corporativas, participações e certos derivativos. Ainda que essas alterações não se materializem abruptamente, a perspectiva do regulador é que esses riscos de mercado podem aumentar com o tempo, na medida que os portfolios não estejam devidamente adequados a essa trajetória.
Buscando minimizar esses riscos financeiros da transição para uma economia de baixo carbono, a PRA propõe duas medidas regulatórias: (i) definir expectativas supervisórias para bancos e seguradoras, centradas na governança, estratégia e gestão de risco das firmas avaliadas; e (ii) criar um Fórum de Risco Financeiro Climático, que permita aos participantes de mercado compartilharem informações sobre melhores práticas.
A comissão de valores de Hong Kong anunciou uma estratégia diferente para desenvolver o segmento de finanças verdes no seu mercado. Essa estratégia consiste, primeiro, em aprimorar e padronizar as informações disponibilizadas pelas empresas listadas, no que tange a aspectos ambientais (particularmente sobre os riscos e oportunidades relacionados ao clima). Ademais, o regulador está considerando métodos para que os gestores de recursos possam informar em que medida consideram aspectos ambientais em suas decisões de investimento. Por fim, buscarão facilitar o desenvolvimento de novos produtos verdes.
Em linha com as atividades propostas pela autoridade britânica, a ANBIMA conta com um Grupo de Trabalho sobre Sustentabilidade. Seus objetivos incluem promover o engajamento e a disseminação de boas práticas relativas ao tratamento de questões ASG (Ambiental, Social e de Governança) no segmento de gestão. Além disso, o organismo publicou recentemente a segunda edição do seu Relatório sobre Sustentabilidade, com base em pesquisa realizada junto a gestoras de recursos associadas à ANBIMA.