Mesmo com as turbulências vivenciadas em agosto - sobretudo com a desvalorização de 10,1% do real decorrente do cenário externo e das incertezas eleitorais - a indústria de fundos de investimentos encerrou o mês com captação líquida positiva de R$ 12,7 bilhões, registrando no ano até agosto um saldo positivo de R$ 61,0 bilhões, o que corresponde a um crescimento de 6,8% em 2018.

A classe de fundos de Renda Fixa atraiu R$ 9,5 bilhões de novos recursos, mantendo captação líquida positiva pelo segundo mês consecutivo. Entretanto, o resultado não foi suficiente para reverter o histórico de captações negativas ao longo do ano - o segmento acumula saída líquida de R$ 9,3 bilhões entre janeiro e agosto de 2018.

A classe que apresentou a segunda maior captação líquida no mês foi a de Previdência (R$ 2,6 bilhões) com o destaque para o tipo Previdência Renda Fixa que captou R$1,4 bilhões. A classe Ações registrou captação positiva de R$ 1,6 bilhões em agosto, o resultado foi concentrado em poucos investidores e não reflete um movimento de retorno dos investidores após a fuga vivenciada nos últimos dois meses devido a deterioração do cenário econômico, doméstico e externo, e político brasileiro.

A classe Multimercados captou R$ 296,6 milhões no mês, resultado muito inferior se comparado com sua média mensal no ano até julho de R$ 5,3 bilhões. No acumulado do ano ainda é a classe ANBIMA com o maior volume de captação líquida, totalizando R$ 39,1 bilhões entre janeiro e agosto de 2018. Uma postura de maior aversão ao risco por parte dos investidores (ver Boletim de Renda Fixa), explica a queda nas captações desta classe de fundos, diante do cenário de volatilidade no mercado.

Dentre os tipos ANBIMA de maior representatividade o Multimercados Investimento no Exterior foi o que apresentou a melhor performance no mês (2,6%) e, também, no acumulado do ano até agosto (9,6%). Na classe Renda Fixa o tipo Renda Fixa Duração Baixa Grau de Investimento, com o maior PL da classe, obteve retorno de 0,6%. Dentro da classe Ações quase todos os tipos de fundos apresentaram rentabilidade negativa, refletindo o cenário mais adverso deste setor.