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202335ª Edição
Regulação Internacional

2023

35ª Edição

Princípios para ETF são complementados por boas práticas voltadas para evolução recente do setor

Fundos de InvestimentoGeral

Na esteira dos eventos de volatilidade que marcaram a eclosão da pandemia de Covid e, posteriormente, o conflito na Europa, parte do trabalho recente da IOSCO refere-se à avaliação dos princípios até então aplicáveis a instrumentos do mercado de capitais. A realização de avaliações temáticas já faz parte das atividades da IOSCO, mas se refere ao atendimentos pelas jurisdições quanto aos referidos Princípios. Os episódios recentes trouxeram também a oportunidade de avaliar a efetividade e extensão do receituário em situação de crise ou stress, assim como de incorporar lições e procedimentos mais detalhados nos casos considerados adequados.

Nesse sentido, a IOSCO divulgou o Relatório Final contendo boas práticas para a implementação dos Princípios voltados para os Fundos negociados em bolsa (Exchange Traded Funds ou ETF). O resultado da revisão concluiu que os Princípios aplicáveis aos ETF permanecem relevantes, não identificando nenhuma lacuna significativa nos períodos citados. A estrutura dos ETF demonstrou resiliência nas crises sem identificação de questões estruturais – sendo relatadas apenas questões específicas ou precipitadas por choques externos ao segmento.

O documento traz inicialmente um panorama recente dos ETF observando (i) as diferenças de estrutura de mercado, de características e de usos pelos investidores comparativamente aos fundos abertos não-listados; (ii) as diferenças nas regulações entre jurisdições e relativamente às recomendações da IOSCO e (iii) as formas variadas de tratamento regulatório e de estrutura de mercado que podem apresentar em mercados locais.

Em seguida, são apresentados aspectos da evolução do segmento desde a publicação dos Princípios para ETF em 2013 inclusive aqueles relacionados à estruturação dos produtos, ao respectivo disclosure, a mecanismos de arbitragem e de controle de volatilidade (Volatility Control Mechanisms ou VCM) e à estabilidade financeira. Com relação a esse último tema, as questões relacionadas à liquidez dos ETF e a seus impactos sobre os mercados de ativos subjacentes foram extensivamente exploradas. Foi observado que ETF apresentam características estruturais que proporcionam uma camada adicional de liquidez, e que apresentam liquidez relativa superior aos mercados de ativos subjacentes, além de funcionarem como referência adicional para a precificação de ativos.

De forma geral, foi possível verificar que o segmento experimentou crescimento expressivo e que sua evolução foi caracterizada pelo lançamento de novos produtos, com exposição a ativos menos líquidos e a estratégias mais complexas.

A Revisão também constatou diferenças no tratamento regulatório e de estrutura de mercado entre as jurisdições mapeadas, assim como aquelas relacionadas aos produtos negociados em Bolsa - como a possibilidade de precificação ao longo do dia e a atuação de market makers. Nesse contexto, o estabelecimento de 11 (onze) boas práticas foi considerado um suporte adequado a essa evolução, complementando os Princípios aplicáveis aos ETF. As práticas podem ser consolidadas em 4 (quatro) grandes grupos que se relacionam a:

  • Estruturação: tipos de classes e ativos apropriados; informações sobre portfolio e/ou para permitir arbitragem; iNAV com acurácia e utilidade comprovada; revisão de arranjos e exclusividade; planos de contingência para funcionamento inadequado de arbitragem e administração de conflitos de interesse.
  • Disclosure: Divulgação de informações sobre aspectos de complexidade, sobre taxas e despesas e diferenças entre ETF e outros produtos negociados em bolsa (Exchange Traded Products ou ETP).
  • Provisão de Liquidez: monitoramento de mercado secundário e negociação ordenada de cotas
  • Arbitragem: calibragem adequada dos mecanismos de controle de volatilidade e comunicação apropriada assegurada por reguladores e ambientes de negociação.

O documento da IOSCO ainda inclui uma extensa lista de exemplos sobre práticas já adotadas em diversas jurisdições para tratar as questões listadas com a revisão, inclusive no Brasil. No caso de procedimentos indicados na estruturação dos produtos, o estabelecimento de limites para tipos de ativos ou estratégias, incluem por exemplo, restrições a utilização de alavancagem, como na UE. Quanto aos ativos subjacentes, o Relatório informa sobre as possibilidades em várias jurisdições, como o tratamento no caso de criptoativos orientado pelo regulador Australiano (ASIC).

Por fim, quanto à pesquisa realizada junto a segmento de gestão de recursos relativamente aos Provedores de Índices, a IOSCO concluiu em maio o trabalho de coleta de informações e deverá iniciar um processo de consulta junto a stakeholders sobre suas conclusões nesse trabalho. A ANBIMA respondeu a pesquisa e integra o grupo de trabalho que acompanhará essa discussão na entidade nos próximos meses.