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Carlos Ambrósio: "O foco agora é o papel da gestão e a importância que a alocação profissional de recursos tem sobre o conjunto da economia"

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) deu início, nesta quarta-feira, 24, ao 10º Congresso ANBIMA de Fundos de Investimento. Confira, na íntegra, o discurso do presidente, Carlos Ambrósio, feito na abertura do evento.

"Bom dia a todos!

É uma honra recebê-los aqui, na décima edição do Congresso de Fundos. São vinte anos desde que a indústria se reuniu pela primeira vez para debater os assuntos de interesse e as tendências para o setor.

Olhar para a história do congresso é olhar para a nossa indústria e como ela evoluiu ao longo desses anos

Há 20 anos, falávamos de um patrimônio líquido de R$ 321 bilhões. A indústria debatia como a internet estava revolucionando os canais de distribuição. Eu trouxe aqui algumas frases que foram ditas durante o primeiro congresso de fundos, em abril de 2001.

“Não basta ter agência bancária. Agora é preciso ter telefone e internet à disposição dos investidores”. A frase foi dita por um palestrante ao enumerar as estratégias vencedoras no mercado internacional.

A outra frase. “As grandes instituições financeiras dos Estados Unidos trabalham também com produtos de outras instituições”.

Hoje não discutimos mais a importância da internet, mas como reinventar os modelos de negócios a partir das facilidades oferecidas pelos canais digitais.

O modelo de arquitetura aberta já é uma realidade. Nas plataformas de investimento, encontramos todo tipo de aplicação financeira, oferecida por diferentes instituições.

Há 20 anos, dávamos os primeiros passos na autorregulação com o lançamento da primeira classificação de fundos. Também se discutia a necessidade de melhorar a comunicação com os clientes para eles entenderem o funcionamento dos fundos de investimento.

Temos evoluído bastante nesse esforço de comunicação, mas ele precisa ser constante. As gerações mudam. Os canais de comunicação hoje são outros. Agora temos as redes sociais. Para entender melhor esse investidor e a relação dele com o dinheiro, temos investido bastante em pesquisas. Vocês terão oportunidade de conhecer o resultado desse trabalho num dos painéis de amanhã.   

Dando um salto no tempo, fui olhar o que a gente discutia dez anos depois, no quinto congresso. Foi em maio de 2009.

Comemorávamos a resiliência da indústria de fundos, que saiu praticamente ilesa do tsunami que abalou os mercados em 2008. Os debates giravam em torno da tendência de aumento da regulação dos mercados. Enquanto, por aqui, tínhamos mecanismos de regulação e autorregulação que impediam os desmandos que deram origem aos problemas no mercado americano.

O patrimônio era de R$ 1,2 trilhão e a indústria discutia como melhorar os controles de risco e o que deveria ser feito para que o setor fortalecesse o financiamento de longo prazo, oferecendo ao setor produtivo uma alternativa aos recursos públicos.

O foco agora é o papel da gestão e a importância que a alocação profissional de recursos têm sobre o conjunto da economia.

O grande desafio dos gestores é assegurar a correta composição e diversificação das carteiras para atender aos objetivos de cada investidor.

A boa notícia é que existem condições para isso. O encolhimento do crédito público e a perspectiva de crescimento econômico, ainda que moderado, contribuem para que as empresas busquem, no mercado de capitais, instrumentos capazes de suprir a necessidade de recursos de longo prazo.

Em paralelo, o encaminhamento das reformas que o Brasil tanto necessita, a começar pela Previdência, abre caminho para que a dívida pública não cresça tanto. Isso diminui a necessidade de financiamento do Tesouro, com consequente queda na participação dos títulos públicos nas carteiras.

Não podemos ignorar o efeito multiplicador disso sobre a economia. O crescimento da base de ativos e, por consequência, da indústria de gestão de investimentos, contribuem para o aumento do PIB, para a geração de empregos e para a arrecadação de impostos. Fizemos o exercício de dimensionar qual seria esse ganho.

Os resultados vocês vão conhecer em painéis ao longo destes dois dias de congresso.

O investidor assume cada vez mais o protagonismo no processo de decisão de investimento. Ele exige mais transparência e valoriza uma relação de proximidade, ao mesmo tempo que exige uma diversidade de canais de atendimento. Isso nos obriga a olhar continuamente para o modelo de distribuição. E nos impõe o desafio de dar mais transparência às informações dos produtos de investimento.

Os canais digitais têm sido grandes aliados das instituições nessa aproximação com o investidor. Eles tendem a ser cada vez mais ferramentas de relacionamento, e não uma solução de atendimento com um fim em si mesma.

As instituições precisam avançar naquilo que vem sendo chamado de suitability 2.0, que é o uso do suitability como diferencial competitivo, e não como uma obrigação regulatória. Temos que avançar para uma visão mais completa do cliente, para um suitability mais robusto.

Ferramentas como big data e inteligência artificial nos permitem usar informações de diferentes fontes para conhecer as necessidades do investidor.  

Isso resultará em mudanças na forma como abordamos o investidor e, por consequência, se refletirá no dia a dia dos profissionais de mercado. Para eles, a qualificação se faz ainda mais necessária. Não só para conhecer cada vez melhor o investidor, como para que o investidor enxergue valor na atividade daquele profissional.

A ANBIMA tem o dever de liderar essas iniciativas. Daqui a dez anos, essa agenda que apresentamos hoje estará ultrapassada, como as frases que eu li no começo desse discurso.  

Tenho certeza que os debates que acontecerão nestes dois dias contribuirão para o caminho que vamos trilhar pelos próximos vinte anos. Eu convido todos vocês a escrevermos juntos essa história.

Muito obrigado a todos!"

 

Sobre a ANBIMA

A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.