Companhias captam R$ 48,6 bilhões no mercado doméstico no 3º trimestre
As ofertas de valores mobiliários no mercado doméstico chegaram a R$ 48,6 bilhões no terceiro trimestre de 2017. O volume é 29,8% superior ao observado no segundo trimestre do ano e 76,2% maior que o realizado no mesmo período de 2016, resultados que reforçam a percepção de retomada das ofertas locais.
Apenas no mês de setembro, as ofertas somaram R$ 11,5 bilhões, e foram bem distribuídas entre os diferentes instrumentos. No período, foram realizadas oito ofertas com notas promissórias, com volume total de R$ 3,3 bilhões, três emissões de ações, que somaram R$ 3,1 bilhões, e 20 captações com debêntures, que totalizaram R$ 2,6 bilhões. Entre os instrumentos de securitização, se destacaram as dez ofertas de CRIs (R$ 1,1 bilhão) e as três emissões de CRAs (R$ 1,3 bilhão).
No ano, até setembro, os ativos mais utilizados foram as debêntures, que chegam a R$ 50,4 bilhões e as ações, com volume de R$ 26,9 bilhões. Entre as debêntures, chama atenção o aumento da participação dos ativos com prazos entre quatro e nove anos, que subiu de 26,8% do total no período de janeiro a setembro de 2016 para 46,4% em 2017. Entretanto, a maior parte dos recursos (46,2%) foi direcionada para capital de giro, o que demonstra que a queda nas taxas de juros e os sinais de recuperação da economia ainda não provocaram um movimento de emissões de ativos para refinanciamento de passivos ou para investimentos.
Entre as ofertas de ações, houve aumento da participação de investidores estrangeiros entre os subscritores, que responderam por 59,8% do total até o terceiro trimestre desse ano. No mesmo período do ano passado, a participação desses investidores havia sido de 47,7%. Quanto ao direcionamento dos recursos captados com as ofertas de ações, a maior parte (55,5%) foi destinada à aquisição de ativos e participação acionária, enquanto 26,9% foram destinados à redução de passivo e 17,5% para capital de giro.