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Indústria de fundos deve se aproximar do investidor

Pesquisa mostra que maioria das pessoas desconhece o produto e por isso nem o consideram como uma alternativa de investimento

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Luciane Ribeiro (Caixa e ANBIMA), Carlos André (BB DTVM e ANBIMA), Bruno Azevedo (Na Rua) e Aquiles Mosca (BNP Paribas e ANBIMA)

Apenas 0,9% das pessoas físicas que estão na classe média para cima investem seus recursos em fundos de investimento no Brasil. Nos Estados Unidos, esse percentual sobe para 40%. “Não conseguimos a popularização da nossa indústria, diferentemente do que aconteceu com a aérea, TV a cabo ou streaming. Todos esses reduziram a margem e aumentaram sua carteira de clientes. No nosso setor houve redução da margem, mas não no número de participantes”, disse Aquiles Mosca, da ANBIMA e do BNP Paribas, durante o 10º Congresso ANBIMA de Fundos de Investimento, em São Paulo.

Um dos motivos para poucas pessoas se interessarem por fundos de investimento está na comunicação. “Temos um produto fantástico, mas catastrófico do ponto de vista do consumidor. Precisamos mudar isso”, destacou Mosca. Pesquisa realizada pela consultoria Na Rua mostra que a indústria está, de fato, longe da pessoa física.

+ Veja a apresentação da Na Rua sobre a jornada de investimento em fundos

O estudo mapeou 150 pessoas nas cidades de São Paulo e de Recife e, dessas, selecionou 15 que guardavam dinheiro para entender se elas investiam e em que produtos elas aplicavam. A maioria das vezes, espontaneamente, o fundo não foi citado. “Percebemos que há diferentes tipos de investimentos e nem sempre estão relacionados ao dinheiro, pode ser em outra coisa, como na casa ou na educação dos filhos”, explicou Bruno Azevedo, da Na Rua. Há quem citasse até o investimento em bode: ‘compro um bode por R$ 180, engordo e vendo por R$ 350 ou R$ 400’, mencionou um morador do Recife, por exemplo. O fato é que em todos os casos chegar ao termo fundo de investimento foi difícil.

+ Confira a pesquisa da ANBIMA com o raio X do investidor brasileiro

“Fizemos uma dinâmica em que a pessoa ganharia um valor em dinheiro se o seu parceiro adivinhasse o que ela estava desenhando. A primeira foi caderneta de poupança. A maioria foi para o porquinho e os parceiros acertaram. Quando o que tinha que ser expressado era fundo de investimento, a dificuldade foi grande”, comentou Azevedo.

O levantamento identificou ainda que muitas vezes o trabalhador não tem conhecimento do seu potencial econômico. “A pessoa diz que não sobram recursos no fim do mês, mas paga a parcela da previdência privada como se fosse uma despesa”, contou Azevedo.

Desafios

A consultoria destacou três desafios que o mercado de fundos precisa superar para atingir um público maior de investidores:

  • Se os fundos não são percebidos como um produto, as pessoas não conseguem considerá-los como uma alternativa de investimento. O primeiro desafio é tornar mais fácil esse reconhecimento;
  • Como esperar que as pessoas entendam o conceito por trás dos fundos se ele não é vendido de forma clara? Precisamos evidenciar a questão da coletividade, e o diferencial de uma gestão dedicada a buscar oportunidades de acordo com a estratégia de cada ‘clube’;
  • A classificação dos fundos precisa ajudar as pessoas a perceberem o dégradé dos riscos e da liquidez para que elas entendam que há um fundo certo para cada momento da vida de cada um

Mosca concordou que a indústria está de fato longe das pessoas e citou que os recursos atualmente são destinados 70% para a poupança, 25% para o que não é investimento financeiro (como o caso do bode) e só 5% vão para os demais investimentos, como ações, Tesouro Direto, bitcoin e fundos de investimento.

“A indústria se preocupou muito com situações voltadas para a própria indústria e o cliente acabou relegado a um segundo plano, que é com quem devemos interagir”, considerou Carlos André, da BB DTVM e vice-presidente da ANBIMA. “A nossa penetração na pessoa física ainda é muito baixa. O bom é que temos um espaço para crescer e explorar”, complementou.

Luciane Ribeiro, da Caixa Econômica Federal e diretora da ANBIMA, comentou um dado citado por Azevedo de que o nome fundo pode remeter a algo não tão positivo. “O nome é pesado e intuitivamente negativo e até para os bancos é difícil falar deles, com nomes difíceis e pouco intuitivos, como é que eu quero vender isso para alguém?”, questionou. Para ela, é necessário usar a simplicidade e a padronização para que os processos se tornem mais próximos do consumidor final.

 

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