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Artigo: avanços importantes e muitos desafios à frente

Robert van Dijk
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Abre-aspas.pngQuando assumi a presidência da ANBIMA, há dois anos, ao lado dos meus colegas da Diretoria, tínhamos desafios em duas grandes vertentes. A primeira delas era no cenário macro, olhando para tudo que o Brasil precisava naquele momento. A segunda guardava relação com os nossos mercados e tudo que podíamos fazer em favor deles.

A Diretoria tomou posse no final de abril de 2016, dias antes do afastamento da então presidente da República, em meio a uma grave crise política. A situação nos motivou a publicar uma carta aberta para a sociedade brasileira, que apontava a necessidade de uma agenda de crescimento e prosperidade para o Brasil.

Leia a entrevista de Robert sobre sua experiência na presidência da ANBIMA

Nem tudo evoluiu o quanto gostaríamos, mas o balanço é positivo. A PEC do teto contribuiu para limitar os gastos públicos. A reforma trabalhista trouxe flexibilidade e modernizou as relações de trabalho. A melhora das condições macroeconômicas favoreceu o ambiente de negócios.

 

"O balanço é positivo, mas
ainda há muito a ser feito. A reforma
da previdência é uma necessidade urgente
e a reforma tributária não
pode ser adiada
"

 

Mas ainda há muito a ser feito. A reforma da previdência continua sendo uma necessidade urgente para o equilíbrio das contas do governo e a reforma tributária não pode mais ser adiada. É preciso buscar a simplificação e a racionalização desta carga em nome de uma maior justiça social.

Veja os principais destaques da gestão de Robert

Como porta-vozes do mercado, é nosso papel contribuir para que o Brasil encontre os caminhos para o seu desenvolvimento. Para isso, estamos começando um amplo estudo, em parceria com a B3, que vai buscar traduzir os benefícios que um mercado de capitais cada vez mais evoluído pode gerar: como o mercado pode contribuir para o desenvolvimento mais sustentável do Brasil? Quanto de recurso público podemos economizar se criarmos as condições para que o mercado seja o provedor de financiamento de longo prazo? Esperamos ter respostas para estas perguntas ao final do trabalho, que será apresentado no Congresso Brasileiro de Mercado de Capitais, em setembro.

A despeito da crise, demos andamento ao nosso plano de ação com iniciativas para aprimorar o funcionamento dos nossos mercados. Na autorregulação, caminhamos para uma mudança de paradigma ao colocar o investidor no centro do processo de distribuição dos produtos de investimento. Começamos pela indústria de fundos e pelo segmento de distribuição com a reformulação dos respectivos códigos. Os códigos de Fundos e de Gestão de Patrimônio serão substituídos pelo Código para Administração de Recursos de Terceiros; e os códigos de Private Banking e de Varejo serão consolidados no novo Código de Distribuição.

As regras agora estão voltadas para os papéis e para a conduta dos agentes, e não mais para os produtos, como fizemos historicamente. Temos desafios pela frente, como a adequação da nossa supervisão a este novo modelo, mas nossos mercados têm maturidade, porte e robustez para fazerem essa transição de forma tranquila.

 

"Na autorregulação,
caminhamos para uma mudança de
paradigma ao colocar o investidor
no centro do processo de distribuição"

 

Como autorreguladores, estreitamos o diálogo com a CVM. Criado em 2008, o convênio para análise prévia de ofertas públicas, assinado com a autarquia, acelerou o processo de análise e aprovação do registro de debêntures, notas promissórias, letras financeiras e cotas de fundos imobiliários, entre outros ativos. Em fevereiro, ampliamos o convênio, que agora cobre as emissões de cotas de FIPs (Fundos de Investimento em Participação), FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e a maioria dos lastros de CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). A expansão é um reconhecimento do trabalho feito pela ANBIMA ao longo destes dez anos de convênio.

Trabalhamos agora para firmar uma nova parceria na supervisão de fundos. O objetivo é atuarmos conjuntamente no credenciamento dos administradores de carteiras de valores mobiliários e no monitoramento dos fundos no que se refere à marcação a mercado e à distribuição.

Uma recente preocupação dos autorreguladores ao redor do mundo são os riscos cibernéticos que as instituições do mercado estão sujeitas. Para isso, lançamos uma série de orientações para auxiliar as empresas na implementação de programas de cibersegurança. Assuntos que envolvem inovação tecnológica mais do que nunca estiveram na nossa pauta e permanecerão diante do alto impacto das novas tecnologias nos negócios.

O desenvolvimento da indústria de investimentos passa, obrigatoriamente, pela capacitação dos investidores e dos profissionais que os atendem. Assim, seguimos aprimorando nossos programas de educação financeira e de qualificação de profissionais.

Mais do que apenas investir em educação e certificação como fins, esses esforços são meios para fomentar uma verdadeira cultura de investimentos no Brasil, algo que ainda é muito incipiente. No ano passado, fomos às ruas para entender porque o brasileiro poupa tão pouco, realizando pesquisas qualitativa e quantitativa de âmbito nacional. Com a ajuda de institutos de pesquisa, identificamos cinco comportamentos quando o assunto é dinheiro. Esse conjunto de informações está à disposição de toda a sociedade.

Os recentes avanços no cenário macro e as iniciativas que conduzimos dentro de casa visando o fortalecimento dos mercados colaboraram para os resultados positivos registrados tanto pela indústria de fundos como pelo mercado de capitais.

A indústria de fundos atingiu em 2017 a marca histórica de R$ 4 trilhões de patrimônio líquido sob gestão. Também pela primeira vez, as aplicações em fundos de investimento superaram os demais instrumentos. No ano, R$ 984,5 bilhões foram aplicados em fundos, à frente dos R$ 912 bilhões aportados diretamente em títulos e valores mobiliários.

A captação foi liderada pelas pessoas físicas, o que reflete a enorme capacidade da indústria de fundos como aglutinadora de poupança dos brasileiros, resultado da multiplicidade de produtos acessíveis a todos os perfis de investidores.

 

"Os recentes avanços no
cenário macro e nossas iniciativas
colaboraram para os resultados
positivos na indústria de fundos e
no mercado de capitais"

 

Paralelamente, o mercado de capitais registrou avanços importantes, ocupando papel preponderante no financiamento das empresas. No ano passado, o volume de captação das empresas brasileiras foi o maior desde 2014, sinalizando uma retomada nas operações. O volume de emissões de ações também foi recorde desde 2011. No atual cenário de restrição orçamentária dos bancos públicos, o mercado de capitais se apresenta como provedor de recursos de longo prazo e ferramenta indispensável ao crescimento do Brasil.

Foi uma honra ter participado de iniciativas tão relevantes para que a indústria de investimentos continue evoluindo e crescendo e para que o mercado de capitais ocupe papel central na economia do Brasil. Os desafios ainda são inúmeros e tenho certeza que meu sucessor se dedicará a eles com afinco. Encerro o meu mandato à frente da ANBIMA com a convicção de que o trabalho associativo nos dá a oportunidade de servir a um objetivo maior. Contribuir para o desenvolvimento e para o fortalecimento da indústria de Fecha-aspa.pngfundos e do mercado de capitais fortalece uma crença que é de todos aqui da ANBIMA: de que um mercado forte se faz com instituições fortes.

Robert van Dijk
Presidente da ANBIMA 2016/2018

 

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