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#34: O brasileiro que cria agentes de IA para o mercado financeiro

AI First: o novo blueprint estratégico que está redesenhando o futuro corporativo

Imagem ilustrativa mostra um desenho de um cérebro com a palavra AI inserido em um teclado de computador

Há um novo blueprint corporativo sendo desenhado e, desta vez, a mudança não é gradual. Com a consolidação da inteligência artificial, as empresas começam a ser redesenhadas a partir de uma lógica estrutural distinta — um modelo corporativo que vem sendo chamado de AI First

A Microsoft descreve essas organizações como frontier firms, ou empresas de fronteira. Em ambos os casos, o diagnóstico é o mesmo: em dois a cinco anos, companhias que não revisitarem sua cultura, suas decisões, seus produtos e suas estruturas de colaboradores estarão em desvantagem competitiva.

Para entender a pressa, é preciso olhar o contexto. "Imagine, por um momento, como a sua próxima semana seria diferente se não houvesse internet. Na próxima década ou duas, pensar em um mundo sem IA será provavelmente o mesmo"diz Mary Meeker, sócia do fundo de venture capital BOND e uma das vozes mais respeitadas do Silicon Valley. 

Meeker, conhecida como a rainha da internet, quebrou o jejum de quatro anos dos seus disputados relatórios de tendências tecnológicas com a publicação do Trends — Artificial Intelligence (AI), um documento de 340 páginas que varre todo o espectro da mudança monumental provocada pela IA. Em entrevista ao Financial Times, Meeker é categórica: "A criação de riqueza será extraordinária. Nunca tivemos um mercado de cinco bilhões de usuários tão facilmente acessível." 

Em seu relatório, ela vai mais a fundo. "A velocidade e a escala da transformação são sem precedentes, superando até a própria internet em seus anos iniciais. Pela primeira vez, o mundo inteiro embarca simultaneamente na curva de adoção de uma grande revolução tecnológica. A IA é um 'misturador' apoiado sobre a própria infraestrutura digital construída nos últimos 30 anos", escreve.

Imagem de um gráfico mostra a velocidade da adoção de ferramentas de IA versus outras tecnologias

Fonte: Trends Artificial Intelligence (AI) - BOND CAPITAL

A ruptura com o software tradicional


A IA rompe com o modelo de software corporativo. Por décadas, o software foi uma camada adicional aos negócios. Agora, a IA passa a ser o próprio sistema nervoso da organização. Ela deixa de ser uma ferramenta acessória para tornar-se a camada que conecta dados, aplicações e processos em tempo real. Como diz Bill McDermott, CEO da ServiceNow: “A IA liberta as empresas e seus colaboradores do maior inimigo da humanidade: o desperdício de tempo com ineficiências e atividades repetitivas que podem ser automatizadas.” 

Esse novo modelo altera radicalmente o que entendemos por produtividade, eficiência e inovação. Não se trata apenas de ganhos incrementais, mas de um novo desenho operacional:

  • Fluxos de trabalho automatizados e reconfigurados para orquestração pessoa-máquina.
  • Decisões alimentadas por algoritmos que aprendem continuamente.
  • Redefinição de papéis humanos para funções de supervisão, curadoria e criação de valor.
  • Modelos de trabalho baseados em IA generativa como copiloto operacional.

As lideranças já estão se movendo


Work Trend Index 2025, estudo lançado em abril pela Microsoft, dá a dimensão desse movimento:

  • 82% das lideranças executivas já planejam reestruturar suas estratégias de negócios para incorporar a IA como motor principal.
  • O ano de 2025 está sendo tratado como um ponto de inflexão.
  • A combinação de pessoas e máquinas passa a ser vista como a nova fonte de vantagem competitiva.

O novo imperativo? Separar o estratégico do operacional, automatizar onde possível e liberar o talento humano para as decisões que exigem julgamento, criatividade e visão.

Um relatório lançado no início de junho pela PwC chamado The Fearless Future: 2025 Global AI Jobs Barometer mostra que, no Brasil, o número de vagas relacionadas à IA quadruplicou entre 2021 e 2024, saltando de 19 mil para 73 mil. Ainda segundo o relatório, as funções com forte exposição à IA têm registrado crescimento de receita por pessoa três vezes superior às áreas não expostas. "AI Agents estão entregando ROI (return on investment) em semanas e redesenhando modelos operacionais em meses", aponta a consultoria.

O estudo Generative AI Adoption Index realizado no Brasil pela Amazon Web Services (AWS) em parceria com a Access Partnership revela um cenário transformador nas empresas brasileiras: 93% das organizações nacionais já iniciaram a exploração de ferramentas de Gen AI (inteligência artificial generativa) e 89% conduzem experimentos ativos com a tecnologia. 

Esse movimento, segundo o estudo, tem implicações sobre os processos de treinamento e recrutamento de pessoas para a implementação de larga escala da tecnologia. Atualmente, segundo a AWS, seis em cada 10 organizações pesquisadas no Brasil já desenvolveram planos de treinamento em IA generativa, com mais 26% planejando desenvolver um até o final de 2025.

O que é, na prática, ser AI First


O movimento AI First não é um modismo, e sim um divisor de águas. As empresas que souberem reposicionar cultura, processos, pessoas e tecnologia estarão na linha de frente. As demais correrão para recuperar terreno. Como sintetiza Meeker, "estamos migrando de uma IA reativa para uma IA proativa, capaz de antecipar necessidades e redistribuir trabalho cognitivo de maneira sem precedentes".

As empresas AI First não estão apenas testando a IA em projetos isolados. Elas:

  • constroem arquiteturas de dados robustas e integradas;
  • incorporam IA nos fluxos de decisão e execução cotidiana;
  • redesenham funções e requalificam profissionais para novas funções de curadoria e supervisão dos modelos;
  • desenvolvem fluxos de trabalho orientados por agentes de IA generativa;
  • colocam a experimentação contínua como prática de negócio.

Empresas de tecnologia como Microsoft, Google, ServiceNow, Salesforce, Amazon já operam nesse modelo. Mas players de setores tradicionais, como os mercados financeiro e de capitais, começam a avançar agora. De qualquer forma, é importante manter no radar que não se trata de usar IA em tudo. Trata-se de redesenhar o próprio modelo de produção de valor em torno das possibilidades e limites da tecnologia.

Nos mercados financeiro e de capitais, a lógica AI First já começa a se materializar por meio de:

  • Modelos de análise preditiva de riscos e compliance algorítmico;
  • Sistemas de gestão de portfólios com personalização dinâmica por IA generativa;
  • Forecasting econômico e de ativos com modelos de aprendizado multivariáveis;
  • Automação de rotinas fiduciárias e backoffice operacional;
  • Comitês de governança algorítmica supervisionando decisões automatizadas.

A fronteira de adoção nesse setor se traduz diretamente em vantagem de custo, velocidade de decisão e geração de alpha.

Os 5 Movimentos Estratégicos para se Tornar AI First

  1. Reprojetar processos com IA no centro.
    Redesenhar fluxos de trabalho considerando desde o início o que pode ser automatizado, otimizado ou ampliado por IA.
  2. Treinar, treinar, treinar.
    Transformar fluência prática em IA — não apenas teórica — em política central de desenvolvimento de talentos e critérios de desempenho.
  3. Construir arquiteturas de dados robustas.
    Garantir governança de dados, integração em tempo real e segurança como pré-requisitos para escalar soluções de IA.
  4. Redefinir governança corporativa.
    Estabelecer comitês de supervisão algorítmica e políticas claras de uso ético e seguro da IA em decisões críticas.
  5. Testar rápido e ajustar em movimento.
    Adotar uma cultura de experimentação contínua, aprendendo em ciclos curtos e incorporando rapidamente novos aprendizados organizacionais.

Relatórios que precisam entrar no seu radar