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2025#25 Como riscos ligados à natureza impactam os negócios?
Regulação Internacional

2025

#25 Como riscos ligados à natureza impactam os negócios?

Estudo global identifica efeitos financeiros de riscos ligados à natureza para empresas

Um estudo lançado na London Climate Week pela TNFD (Força-Tarefa sobre Divulgações Financeiras Relacionadas à Natureza), pela Universidade de Oxford e pela Global Canopy descobriu que as evidências dos efeitos financeiros de riscos relacionados à natureza para as empresas e a economia são extensas e podem ser importantes informações para investidores. 

A partir de uma ampla revisão de como esses riscos podem ter efeitos financeiros materiais, o documento aponta a necessidade de orientação clara, consistente e prática dos reguladores para facilitar avaliações robustas do tema. 

Em um contexto de mobilização internacional para o financiamento climático, o estudo contribui para a compreensão de como esses riscos afetam os fluxos de caixa, o custo e o acesso ao capital. O levantamento ajuda a identificar lacunas nas evidências da materialidade financeira e compartilha insights de instituições financeiras sobre práticas atuais de avaliação de riscos, desafios e lições aprendidas.


A identificação de impactos e riscos sob a perspectiva da dupla materialidade é um dos temas da Jornada Rumo à COP 30, iniciativa da parceria entre AnbimaCNSeg e Febraban, com apoio institucional da ABVCAPAmecBIDB3FinGfanzPacto GlobalPRI e Unep-FI.  

Evidências mais fortes de efeitos financeiros materiais

Os resultados abrangem vários setores, escalas, riscos, horizontes temporais e tipos de efeitos, influenciando as decisões dos investidores e a alocação de capital, mas as evidências variam de acordo com o fator determinante da perda natural. 


As evidências com maior impacto envolvem escassez hídrica, responsabilidade em efeitos de degradação ambiental e perdas reputacionais e políticas com reflexos sobre o patrimônio e ativos das empresas.

Causa

Efeitos

Escassez hídrica

Despesas maiores de capital e operacionais; interrupção ou paralisação operacional; efeito da internalização do estresse hídrico na análise de crédito

Impactos no valor da empresa decorrentes do risco de responsabilidade

Litígios resultantes de efeitos da poluição, degradação marinha, degradação ambiental mais ampla e multas

Risco político

Efeitos negativos no valor da empresa, despesas de capital e operacionais, interrupção operacional e ativos ociosos

Fonte: TNFD/Environmental Change Institute-Oxford University

De acordo com o estudo, as instituições financeiras geralmente estão mais avançadas na aplicação de métodos quantitativos para fazer essas análises; já as empresas de outros segmentos tendem a usar métodos qualitativos.

Diagnóstico

O mapeamento mostrou que a limitação de dados e as divulgações corporativas inconsistentes exigem que as instituições financeiras recorram a indicadores proxy e a avaliações qualitativas da materialidade financeira relacionada à natureza. Como consequência, além de pouca precisão, dados específicos das empresas não são facilmente comparáveis. 

Outro ponto de atenção é a diferença entre riscos ligados à natureza e ao clima. Os primeiros não têm um indicador único e amplamente aceito, de modo que é preciso recorrer a um conjunto de indicadores para criar uma imagem abrangente, tornando as abordagens quantitativas mais desafiadoras. Já riscos os climáticos contam com métodos quantitativos vinculados às emissões de gases de efeito estufa e à precificação do carbono.

Principais recomendações

O documento reconhece que os desafios de avaliar a materialidade financeira são significativos, especialmente na hora de quantificar efeitos financeiros. Por isso, seria necessário adotar parâmetros e modelos padrão com orientação clara e consistente de reguladores que apoiem essas avaliações de risco. Isso deve incluir estruturas, métricas e cenários padronizados, propõem os pesquisadores. 

“Os riscos relacionados à natureza são cada vez mais reconhecidos como financeiramente materiais e espera-se que se tornem ainda mais no futuro próximo, impulsionados por pressão regulatória e pelas expectativas dos investidores", alerta o documento. Portanto, é essencial adotar abordagens integradas para avaliar riscos climáticos e de natureza, evitando que sejam subestimados devido à forte interrelação entre eles. 

Para explicitar a dependência da natureza no portfólio corporativo e financeiro, os pesquisadores propõem que os provedores de dados melhorem a transparência na cobertura de impactos, dependências e riscos relacionados à ela nos produtos de dados.  


Outra recomendação é que as companhias desenvolvam capacidades internas para avaliar os efeitos financeiros dos riscos que resultam de suas dependências e impactos na natureza. Um caminho sugerido é usar abordagens estruturadas, com a TNFD LEAP.

Sobre o mapeamento

A pesquisa se baseia em três fontes principais: uma análise do cenário usando um banco de dados de mais de 600 entradas de 360 fontes; entrevistas e análise de divulgações públicas de empresas e instituições financeiras; e engajamento contínuo com as partes interessadas, incluindo um workshop online para troca de avaliações.