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Congresso 2020: Adoção dos fatores ASG começa a ganhar tração no Brasil

Práticas socioambientais e de governança tornam empresas mais competitivas e valorizadas pela sociedade e pelo mercado

Os chamados fatores ASG, ligados a boas práticas ambientais, sociais e de governança, não são uma novidade, pelo contrário. À medida que preocupações com o clima e com o combate à desigualdade ganham corpo, cresce a pressão para que o mundo corporativo acelere as mudanças em sua forma de atuar. Nunca se falou tanto em ASG como em 2020, ano marcado por pandemia e desastres ambientais associados ao aquecimento global.

Neste contexto, o mercado financeiro também vem sendo convocado a dar sua contribuição, destaca Carlos Takahashi, diretor da ANBIMA e CEO da BlackRock no Brasil. “O papel do mercado financeiro é fundamental para incentivar a adoção das práticas ASG. É uma jornada da qual todos precisamos participar e assumir compromissos com as mudanças”, comenta, em um dos painéis do Congresso Brasileiro de Mercado de Capitais, evento organizado pela ANBIMA e pela B3, nesta quarta-feira (25).

asg.png Carlos Takahashi (BlackRock e ANBIMA, à esq.), Ana Buchaim (B3, à dir.) e Walter Shalka (Suzano, centro) discutiram a importância da sustentabilidade nas empresas e no mercado

 

Ele lembrou compromissos da BlackRock reforçados com a tradicional carta do CEO e presidente do conselho, Larry Fink, que neste ano colocou o tema sustentabilidade como prioridade da empresa. Na agenda da BlackRock, destaca Takahashi, estão iniciativas para dar transversalidade ao assunto em todo o portfólio de gestão ativa, trabalhar junto com os provedores de índices para que eles também incorporem os fatores, deixar de investir em empresas de carvão vegetal e demandar, daquelas que ainda usam esta fonte de energia, um plano de transição para uma matriz limpa. “Queremos colaborar para que as empresas incorporem os fatores ASG em suas práticas e cuidem de temas importantes. Foi como a BlackRock escolheu para sair do campo inspiracional e ir para a ação”, complementa.

+ Confira a cobertura completa de todos os painéis do congresso

Para Ana Buchaim, diretora da B3, o impacto dos fatores ASG nas companhias e nas dinâmicas do mercado de capitais é um tema exponencial. “Os investidores, além da sociedade, também estão atentos a isto. Empresas que adotam boas práticas passam a ter vantagens sobre seus competidores”, diz. Ela acrescenta que, quando comparado a outros países, o Brasil ainda está mais lento na adoção do ASG e precisa acelerar daqui em diante para não perder competitividade.

Um exemplo de como o uso desses fatores na estratégia das empresas dá resultado é uma captação da Suzano, no valor de US$ 750 milhões em sustainability-linked bonds (título de dívida sustentável), realizada em setembro. A remuneração paga ao investidor está associada ao cumprimento de indicadores de performance ambientais (KPIs). “Lançamos os bonds com uma taxa abaixo da nossa curva de juro e os investidores aceitaram pagar porque nos comprometemos com metas ligadas ao meio ambiente e, se não cumprirmos, terá uma penalidade. É um erro achar que investir em ASG é um custo. É gerar valor, atrair talentos, reduzir custo de capital”, comenta Walter Schalka, presidente da Suzano.

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Questionado pela diretora da B3 sobre como medir se, de fato, uma empresa adota práticas sustentáveis e não usa isso apenas como discurso, Schalka pontuou a necessidade de que as companhias estabeleçam metas e deem transparência a elas. Ele cita algumas definidas pela Suzano para os próximos dez anos, como retirar 40 milhões de toneladas de carbono da natureza e outros 10 milhões de toneladas de plástico do meio ambiente. “Temos metas públicas de consumo de água, de utilização de aterros e todos os indicadores auditados por uma terceira parte”, diz.

Takahashi lembrou algumas iniciativas da ANBIMA, lideradas pelo Grupo Consultivo de Sustentabilidade, para colaborar na formação de um ambiente que estimule os gestores do mercado a adotaram o ASG. “Estamos focados em fazer um mapeamento, quantitativo e qualitativo, para saber quem está neste mercado e qual o mindset das gestoras sobre o assunto”, explica. “A ANBIMA, como uma associação representativa e com papel indutor relevante, pode trazer muitas contribuições”, conclui.

O presidente da Suzano acrescenta que todos os agentes, públicos e privados, precisam participar desta agenda com foco nas práticas ASG, lembrando que, em alguns casos, o regulador também tem de agir. E provocou a B3: “Eu falei com o Gilson [presidente da B3] que a bolsa tem de lançar a precificação de carbono, pois precisamos entrar no mercado regulado de carbono. Vai ser bom para o Brasil e pode trazer US$ 10 bilhões por ano para preservação da Amazônia”, afirma.

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