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Congresso 2020: BDRs impulsionam internacionalização do investidor de varejo

Número de pessoas aplicando no produto saltou de 13 mil para 50 mil em um mês

A mudança estrutural no patamar de juros levou o investidor de varejo a diversificar a carteira em busca de melhores retornos. Em 2020, a principal novidade é que essa estratégia foi além das fronteiras brasileiras. Com a publicação da Resolução CVM 3, em agosto, pessoas físicas passaram a ter acesso a recibos de ações de empresas estrangeiras negociados na bolsa local, os chamados BDRs (Brazilian Depositary Receipts). E esse é só o começo de um processo de internacionalização que promete decolar nos próximos anos.

“Os juros baixos causam transformações comportamentais e o processo de diversificação é inescapável para todo o espectro de investidores. O momento é favorável para a incorporação de ativos internacionais na construção de portfólios, ajudando qualquer perfil de investidor a atingir seus objetivos”, afirma Carlos André, vice-presidente da ANBIMA. Ele participou de painel no Congresso Brasileiro de Mercado de Capitais, evento organizado pela Associação e pela B3 nesta sexta (27).

Os BDRs caíram no gosto dos investidores pouco mais de um mês após a regra da CVM entrar em vigor. Antes da liberação para o público do varejo, a média de negócios com BDRs na bolsa brasileira era de 1,4 mil por dia, com um volume financeiro de R$ 84 milhões. Hoje, são 23 mil negócios diários, com giro financeiro de R$ 220 milhões.

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Marcus Vinicius Gonçalves (Franklin Templeton, à esq.), Carlos André (ANBIMA, à dir.) e Flávia Mouta (B3, centro) debateram a internacionalização das carteiras dos investidores do varejo

 

O número de investidores acompanha esse movimento: saltou de 13 mil para 50 mil – atualmente, são 670 BDRs de ações internacionais disponíveis para o varejo. A resolução beneficiou também os emissores e permitiu que eles alcançassem novos bolsos, aponta Flavia Mouta, diretora de Emissores da B3. “Isso porque os papéis de empresas brasileiras que optaram pela listagem no exterior também podem ser negociados no mercado brasileiro por meio de BDRs”, diz.

Novos produtos e menos barreiras

A expectativa é que novos produtos que facilitem o acesso local a ativos no exterior estejam à disposição dos investidores nos próximos meses. Uma das novidades desembarca nesta segunda-feira (30), quando serão lançados 37 BDRs de ETFs (Exchange Traded Funds) na B3. Na prática, são recibos de ações com lastro em fundos que acompanham o desempenho de um índice.

Carlos André lembra que o movimento de internacionalização do mercado brasileiro é um fenômeno recente, com regras datadas de 2008. As alocações no exterior, entretanto, começaram efetivamente em 2013, com investidores institucionais, como os fundos de pensão, buscando ativos internacionais para diversificar seus portfólios. A meta, a partir de agora, é ampliar cada vez mais o cardápio de aplicações no exterior para diferentes públicos, incluindo o investidor de varejo. “Não dá para ‘condenar’ o investidor não-qualificado a rentabilidades menores por falta de acesso a ativos e instrumentos que permitam uma alocação ótima do portfólio”, diz.

Ele comenta que a ANBIMA apresentou à CVM propostas de flexibilização das regras dos fundos para garantir maior acesso desses veículos a ativos internacionais. Entre elas estão: permitir que os fundos apliquem até 100% em ativos que possam ser lastreados por BDRs e dar acesso ao varejo para os fundos que tenham 67% do patrimônio no exterior – seguem regras específicas da Instrução CVM 555 –, retirando a exclusividade do qualificado. Além disto, pelas regras atuais, fundos voltados ao investidor de varejo podem alocar até 20% do patrimônio líquido em ativos no exterior, enquanto aqueles destinados aos investidores qualificados podem aplicar até 40%. A sugestão é aumentar os limites para 40% e 60%, respectivamente.

+ Proposta para CVM pede redução da assimetria entre fundos e BDRs para investimento no exterior

A volta dos estrangeiros

O processo de internacionalização do mercado brasileiro passa também pela criação de um ambiente propício para a atração do investidor estrangeiro. Nesse cenário, é primordial desobstruir os canais de acesso, o que significa derrubar barreiras (operacionais, tributárias e cambiais) e criar regras mais amigáveis que possibilitem que fundos soberanos, gestoras de recursos e até pessoas físicas enxerguem o Brasil como um mercado atrativo entre os países emergentes.

Marcus Vinicius Gonçalves, CEO da gestora de ativos Franklin Templeton, citou o Projeto de Lei 5.387, que moderniza o mercado de câmbio e revoga algumas leis da década de 1920. “Temos um arcabouço legal arcaico e anacrônico. Sempre fomos um país muito isolado e, com a oportunidade apresentada por essa grande liquidez global, o Brasil deveria aproveitar a chance para se inserir nas cadeias globais. Hoje competimos com asiáticos como Malásia, Singapura e Tailândia, que têm regulação amigável e regras de câmbio transparentes. Precisamos tornar as coisas mais simples e amigáveis”, opina.

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