A revolução da IA (inteligência artificial) e a maneira como está chegando ao mundo dos investimentos foi um dos temas em destaque no segundo e último dia do ANBIMA Summit 2025. O futurista Ian Beacraft, CEO da Signal & Cipher, abordou em detalhes as possibilidades de transformação da IA e as mudanças de mentalidade necessárias para as pessoas não temerem essa nova tecnologia. “Encarar a IA apenas como uma ferramenta nos impede de enxergar todo o seu potencial”, disse.

Beacraft não ignora, no entanto, que é natural as pessoas ficarem ansiosas diante do avanço vertiginoso da IA. “Somos programados para entender mudanças lineares. Temos dificuldade de compreender evolução exponencial. Mas, se nenhuma empresa consegue integrar novas tecnologias na velocidade em que elas são desenvolvidas, por que colocamos tanta pressão para integrar a IA imediatamente em nossas vidas?”, observou. 

Na avaliação do futurista, o cenário de desenvolvimento da IA vai favorecer profissionais que aprenderem a criar sistemas capazes de aproveitar todo o potencial da tecnologia. “Os generalistas criativos serão agentes que combinam recursos humanos e de IA para obter resultados eficazes”, afirmou.

Os rumos do país

Na abertura dos painéis do dia, Rodrigo Maia, diretor-presidente da FIN (Confederação Nacional das Instituições Financeiras) fez uma análise da situação atual do país, destacando que um dos principais desafios do Brasil hoje é definir um desenho mais claro e de longo prazo das instituições.

Na palestra “Para onde vai o Brasil?”, Maia tratou das relações entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. “A ineficiência está em todos os lugares, e os responsáveis não querem gerar eficiência estrutural. Por que não organizamos de forma adequada a representação no parlamento? É preciso uma discussão mais profunda sobre isso”, ressaltou.
 

O segundo dia do ANBIMA Summit 2025 teve também discussões sobre suitability, cibersegurança, finanças sustentáveis e papel das redes sociais e dos influenciadores, entre outros temas que dominam a pauta dos mercados.