Esta seção traz um resumo das principais iniciativas e projetos desenvolvidos pela Associação durante o último ano, sendo que muitas ações fazem parte do nosso Plano de Ação, que norteia as atividades a cada exercício.
Listamos também iniciativas voltadas para a nossa equipe interna, com foco em gente, gestão e sustentabilidade. Ao final, o reporte financeiro consolida as demonstrações financeiras do ano fiscal.
Em 2022, o planejamento estratégico teve oito grandes temas divididos em duas agendas: uma intitulada positiva, que olha para as necessidades dos segmentos de mercado; e outra chamada de transversal, com assuntos que envolvem todos os setores.
A agenda positiva tem quatro temas: investidor, mercado de capitais, mercado secundário e gestão de recursos. Já a transversal aborda outros quatro assuntos: sustentabilidade, inovação, diversidade e tributação. Confira o resumo:
A nova regulação de fundos de investimento foi um dos temas mais discutidos ao longo de 2022. Formamos um grupo de trabalho com mais de 200 profissionais para debater a implementação da norma. Também realizamos diversas conversas junto às áreas técnicas da CVM e enviamos materiais técnicos complementares para auxiliar o regulador na construção da nova regra. Em dezembro, foi divulgada a Resolução 175, que contemplou diversas sugestões enviadas pela ANBIMA, como a maior internacionalização das carteiras e a possibilidade do varejo investir em FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios). Por conta da transformação que a resolução trará para a indústria, olhamos também para as nossas bases de dados. Foram mapeados os impactos da regra e quais ajustes operacionais e sistêmicos deverão ser feitos para contemplar a estrutura de classes e subclasses dos fundos, trazida na nova norma.
Ainda no campo regulatório, foi enviada para a CVM uma proposta de regulação para o Fiagro (Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais). Por ser um produto novo, ele ainda conta com uma regulação experimental. Nossa sugestão, ainda em avaliação pela CVM, prevê que um único fundo possa ter em sua carteira diversas categorias de ativos ligados ao agronegócio, como imóveis e direitos creditórios. Hoje, os fundos precisam ser dedicados a um tipo de ativo.
Foram concluídas as discussões com a IMK (Iniciativa de Mercado de Capitais), grupo liberado pelo então Ministério da Economia para desenvolver o mercado de capitais, sobre a nossa agenda de internacionalização. Essa pauta busca facilitar a entrada de capital estrangeiro para o país e descomplicar os investimentos lá fora. Coordenamos os debates de três grupos e as propostas estão em análise na SPE (Secretaria de Política Econômica) para encaminhamento ao Legislativo e ao Executivo.
Na frente de autorregulação, foram feitas duas audiências públicas do Código de Administração de Recursos de Terceiros: uma com as regras para fundos e carteiras administradas que investem em ativos digitais e outra com a expansão das regras ESG para FIDCs, fundos multimercado e FICs (fundos de investimento em cotas). Ambas as normas serão publicadas em 2023. O Código de Serviços Qualificados ganhou uma nova versão por conta de um aprendizado da pandemia: dispensamos as instituições de manter espaços físicos de contingência.
Com relação às nossas bases de dados, planejamos a retomada do reporte dos dados de FIPs (Fundos de Investimento em Participação) pelas instituições. Para isso, foi reformulado o sistema de envio e feito um programa piloto com algumas casas que se voluntariaram. A partir de janeiro, todos os gestores de FIP deverão enviar dados trimestralmente à ANBIMA com foco em quatro pilares de informações: capital comprometido e disponível; investimento e desinvestimento; rentabilidade; e geração e suporte de empregos. Esses reportes permitirão a construção de relatórios e estudos consolidados para o mercado.
Lançamos uma agenda positiva sobre fundos de investimento. A iniciativa tem o mote #VaiFundo e duas frentes: conscientizar a sociedade sobre os benefícios e a importância destes produtos, e apoiar as instituições no entendimento e na adaptação da Resolução 175 da CVM.
Tivemos uma série de ações com foco nos investidores: o lançamento de uma websérie no YouTube; posts nas redes sociais voltados para educação financeira; programas de rádio para desmistificar esses produtos; uma página especial no site Como Investir; aula para universitários; workshop para jornalistas para apresentar os conceitos dos fundos; veiculações da campanha em elevadores de prédios comerciais; entre outras.
Entre as iniciativas com foco no mercado, está o lançamento do podcast #VaiFundo. Nele, foram debatidos temas quentes e de interesse dos players, como fundos com exposição a ativos digitais, diversidade e mulheres na gestão de recursos.
Lançamos um conjunto de estatísticas para dar mais visibilidade aos Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais). Por meio de dashboards interativos, é possível consultar uma série de dados sobre o produto. As informações são atualizadas mensalmente e divididas em dois eixos: fundos de investimento (patrimônio líquido, captação, lista de fundos, lista de prestadores de serviços e relação do patrimônio sobre os fundos estruturados) e mercado de capitais (emissões e subscritores).
A disseminação da nova norma de ofertas públicas, editada pela CVM em 13 de julho de 2022, esteve entre as nossas frentes de trabalho relacionadas ao mercado de capitais. Foram diversas as iniciativas para atualizar o mercado sobre as regras estabelecidas pelas Resoluções CVM 160 e 161. Entre elas, destaca-se uma live realizada no dia seguinte à publicação da norma, com o então presidente da autarquia, Marcelo Barbosa. que teve a participação de 211 pessoas. Confira a gravação no YouTube.
Reuniões abertas ao mercado
Participantes
A edição das Resoluções CVM 160 e 161 também teve impactos no nosso Código de Ofertas Públicas, que foi atualizado. As mudanças tiveram o objetivo de aprimorar e simplificar a redação do código, promovendo o alinhamento entre a regulação e a autorregulação.
Reformulamos ainda o convênio firmado há 15 anos com o regulador para a análise de ofertas públicas. Entre os destaques está a possibilidade de registro automático para operações que passarem por verificação na ANBIMA (de acordo com o que estabelece a Resolução 160), proporcionando mais agilidade às emissões. Foi ampliado também o rol de ativos elegíveis à nossa análise: o convênio passou a abranger IPOs (ofertas iniciais de ações) de companhias registradas na CVM, além dos valores mobiliários que já estavam contemplados, como debêntures, notas promissórias, CRIs (para lastros específicos), follow-ons de ações e fundos imobiliários. Por fim, o convênio concedeu à ANBIMA a tarefa de analisar previamente o registro de coordenadores de ofertas, em linha às regras da Resolução 161 (todos os coordenadores devem ser registrados e essa atividade não fica mais restrita apenas aos bancos).
A partir do convênio, desenvolvemos ainda um sistema para as instituições protocolarem as ofertas públicas com rito de registro automático na CVM. É possível acessá-lo no site da autarquia: https://sistemas.cvm.gov.br/. Para auxiliar os emissores, gravamos e lançamos uma série de vídeos no nosso canal do YouTube que mostram o passo a passo de utilização do sistema.
O Congresso Brasileiro de Mercado de Capitais, realizado em parceria com a B3 nos anos de 2018 e 2020, ganhou novo nome e teve seu formato remodelado. A partir de 2022, ele passa a se chamar MKBR. A edição de 2022 ocorreu de forma híbrida, seguindo a tendência dos grandes eventos pós-pandemia, entre 20 e 22 de setembro, sendo o primeiro dia presencial, exclusivo para convidados, e os outros dois com programação online transmitida em plataforma própria e nos canais da ANBIMA e da B3 no YouTube e no Twitter.
Horas de debates
Palestrantes
Participantes no encontro presencial, realizado no Hotel Rosewood SP (audiência formada por convidados da ANBIMA e da B3, concentrada no público C-level)
Inscritos na plataforma de transmissão online
Visualizações
Impressões orgânicas em posts sobre o evento nas redes sociais (somando os perfis da ANBIMA e da B3)
Em 2022, nosso ranking de mercado de capitais completou 25 anos! Uma análise sobre a evolução dessa publicação mostrou que enquanto o volume de operações quadruplicou entre 1997 e o ano passado, o número de instituições que participam da classificação caiu 33% no mesmo período, refletindo processos de liquidações, fusões e incorporações das casas. Produzimos e publicamos um estudo sobre a história do ranking, destacando os principais movimentos do mercado de capitais ao longo desses 25 anos, como o surgimento de novos instrumentos e a predominância das captações por meio da renda fixa.
Também esteve entre as nossas iniciativas relacionadas ao mercado de capitais a disseminação do marco legal da securitização. Havíamos sido relatores desse tema nas discussões da IMK (Iniciativa Mercado de Capitais, do então Ministério da Economia) e tivemos sugestões acatadas pela Lei 14.430, publicada em agosto de 2022. Promovemos ainda debates com os associados sobre a Resolução CVM 60, editada no fim de 2021, que determinou regras para as companhias securitizadoras, levando em consideração as especificidades de atuação dessas empresas. Foram realizadas duas lives em 2022, somando mais de 2,2 mil pessoas impactadas (o total considera o público das transmissões ao vivo no Workplace e as visualizações dos vídeos no nosso canal do YouTube).
No ano em que as emissões de renda fixa bateram o recorde na nossa série histórica, com volume de R$ 457 bilhões, lançamos o Guia de Padronização dos Documentos dos Títulos de Renda Fixa. A iniciativa é uma evolução às melhores práticas para padronização de debêntures, em vigor desde 2019, e inclui ao rol de ativos contemplados as notas comerciais, os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio).
O programa de certificação da ANBIMA completou 20 anos em junho de 2022. Nessas duas décadas de existência, recebemos mais de 1,5 milhão de inscrições para os nossos exames e ultrapassamos a marca de 467 mil certificados válidos. Em comemoração a essa data, realizamos uma série de ações para relembrar nossas conquistas, apresentar os bastidores das certificações e mostrar como as nossas distinções vem contribuindo na prática para melhorar a vida dos profissionais e de suas famílias. Essas iniciativas estão consolidadas no site: https://certificacoes20.anbima.com.br
No ano passado, a quantidade de certificados ativos continuou crescendo, o que evidencia o forte interesse dos profissionais de mercado por capacitação e qualificação. Dentre as certificações de distribuição, o destaque foi a CPA-20, que registrou aumento de 17,6% no número de certificados ativos. Confira os dados completos:
Em parceria com a Deloitte, realizamos um estudo sobre o mercado de distribuição e a atuação dos profissionais (job analysys), que foi entregue em 2022. Esse processo confirmou a necessidade de revermos as nossas certificações considerando as rápidas transformações do mercado e do perfil dos investidores. Nos últimos 20 anos, as nossas certificações foram atualizadas recorrentemente para se adequar às necessidades de conhecimento técnico dos profissionais, mas agora decidimos promover uma ampla revisão da arquitetura das certificações de distribuição: CPA-10, CPA-20 e CEA. O objetivo é alinhá-las aos novos desafios dos profissionais, incentivando, por exemplo, que desenvolvam habilidades comportamentais (soft skills). As mudanças serão feitas gradualmente ao longo de 2023, com a realização de testes, pilotos e conversas com profissionais e estudantes.
Diante da importância de os profissionais de mercado manterem uma conduta ética no relacionamento com os investidores, realizamos um estudo sobre como avançar na abordagem do tema no processo de certificação. Neste trabalho, analisamos como certificadoras nacionais e internacionais tratam o assunto em suas provas. Com base no levantamento, novos conteúdos sobre ética, com foco nas práticas ilícitas de mercado, foram incluídos nos programas de estudo das certificações CPA-10, CPA-20, CEA e CFG. Eles serão cobrados a partir de 1o de março de 2023.
Também contratamos uma consultoria para elaboração de um código de ética para os profissionais certificados, que deve ser lançado em 2023 após discussões com o mercado. O objetivo é que o documento estabeleça os padrões de conduta que são esperados de quem trabalha com investimentos.
Com o objetivo de facilitar o acesso às nossas certificações, reduzimos os valores das inscrições para os exames da CPA-10, CPA-20, CEA, CFG, CGA e CGE e cursos de atualização. A novidade, que passou a vigorar em 1 o de julho de 2022, reflete nossa preocupação em colaborar para a qualificação de um número crescente de profissionais. A iniciativa dá continuidade a outras ações voltadas à democratização das certificações, como a possibilidade de os candidatos parcelarem os valores dos exames em até seis vezes no cartão de crédito e usarem novas formas de pagamento, como o Pix.
Outro destaque foi o aprimoramento na jornada de inscrição dos candidatos, para torná-la mais fácil, intuitiva e segura. Para isso, revisamos todos os nossos processos e buscamos entender na prática a experiência dos usuários, por meio de cliente oculto. Com base nesse diagnóstico, tornamos a comunicação com os candidatos mais assertiva, adotamos uma senha de acesso mais forte para provas e modernizamos o sistema de registro de recursos.
Nossa família de índices de referência para o mercado de renda fixa ganhou um novo membro em 2022: o IDA LIQ (Índice de Debêntures ANBIMA Liquidez), que acompanha uma carteira teórica das debêntures que cumprem requisitos de liquidez, ou seja, os papéis com o maior número de negociações no mercado secundário.
Além do IDA LIQ–Geral, que reflete o desempenho da totalidade da carteira, foram criados outros três subíndices: IDA LIQ–DI, formado pelos papéis remunerados pela taxa DI; IDA LIQ–IPCA, composto pelos títulos indexados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo); e IDA LIQ–IPCA Infraestrutura, que representa as debêntures indexadas ao IPCA e incentivadas pela Lei 12.431. Assim como os demais índices, as informações diárias do IDA LIQ podem ser consultadas gratuitamente no nosso site e no ANBIMA Data.
O ANBIMA Data ficou ainda mais completo em 2022, agregando mais transparência aos dados do mercado: além das informações sobre fundos de investimento, debêntures, CRIs e CRAs, que já constavam na ferramenta, foram incluídos dados de preços índices para consulta gratuita de profissionais do mercado e investidores.
Em linha à nova norma de marcação a mercado, em vigor a partir de 2023, o ANBIMA Data também ganhou uma sessão especial dedicada ao tema. Para auxiliar na adequação à regra, recomendamos às instituições a utilização dos nossos dados, tanto pelo ANBIMA Data, quanto pelo ANBIMA Feed, cujo acesso é gratuito aos nossos associados.
Séries de debêntures e 110 certificados de recebíveis precificados diariamente
Sobre o número de ativos acompanhados em 2021
O ano de 2022 foi o de adaptação das instituições financeiras à regra de marcação a mercado dos títulos de renda fixa, que entrou em vigor em janeiro de 2023. Para contribuir com esse processo, nos posicionamos ativamente com a produção de materiais de apoio, incluindo uma página especial no ANBIMA Data com informações sobre a regra, a construção de um curso sobre marcação a mercado e uma campanha de comunicação com divulgação de conteúdo educativo sobre a norma em nossos canais.
Reuniões de trabalho com o mercado
Participantes
Documento de perguntas e respostas com mais de 70 itens
Reportagens sobre o tema na imprensa brasileira
Criadas há mais de dez anos e atualizadas pela última vez em 2018, as regras para análise do perfil de investidor, o famoso “suitability”, precisavam ser modernizadas. De lá para cá, o contexto macroeconômico mudou bastante devido ao ciclo de queda de juros de 2017 a 2020, que contribuiu para o amadurecimento da indústria de investimentos e para o movimento de diversificação de carteiras feito pelos investidores.
As discussões foram concluídas em outubro de 2022, quando colocamos as normas em audiência pública. Elas foram publicadas no início de fevereiro e entram em vigor ainda em 2023. Entre as novidades, estão critérios para produtos que investem em ativos virtuais; nova pontuação de risco para produtos, que agora é mínima e obrigatória para as instituições; aumento do limite de risco tolerado pelo perfil conservador e para os critérios de classificação nesse nível; entre outros ajustes pontuais sobre fundos imobiliários, CDBs e laudo de suitability.
Acompanhamos junto ao Banco Central as discussões sobre a implementação da segunda etapa do open investment que trata sobre o compartilhamento de informações de investimentos dos clientes. Sugerimos complementos e melhorias na proposta de escopo que enviamos à entidade em 2021 e oferecemos apoio na interlocução do mercado com o regulador, para endereçar possíveis necessidades e aprimoramentos.
Além dos temas prioritários dentro do nosso plano de ação, atuamos em outras frentes que visam estimular o crescimento do mercado de negociação e crédito no Brasil, como a regulamentação da Lei de Câmbio e o mercado de derivativos.
Participamos das três consultas públicas abertas pelo Banco Central relativas à regulamentação da nova Lei de Câmbio e Capitais Internacionais (Lei 14.286/21). Foram elas: Consulta Pública 90/22, que traz uma ampla regulamentação infralegal da lei; Consulta Pública 91/22, que trata sobre operações de crédito externo e investimentos estrangeiros diretos; e Consulta Pública 93/22, que regulamenta aspectos relacionados ao capital brasileiro no exterior.
Desde então o Banco Central divulgou as minutas resultantes das consultas públicas. Foram incorporadas nossas sugestões relacionadas ao consentimento do cliente na contratação da operação de câmbio, à política de KYC (know your client, na sigla em inglês) e à implementação escalonada das regras.
Os derivativos também permearam a nossa agenda de discussões no ano. Realizamos um evento com a Abraceel (Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia) e a BBCE (Balcão Brasileiro de Comercialização de Energia) para apresentação dos parâmetros de governança e de autorregulação da ANBIMA para estes instrumentos. Também acompanhamos junto ao BC o desenvolvimento da norma de derivativos de crédito, que deve ser divulgada em 2023. A pedido do mercado, traduzimos e disponibilizamos dois documentos da ISDA® (Associação Internacional de Swaps e Derivativos) em nosso portal: o Protocolo de Fallbacks de Ibors e as Alterações às Definições da ISDA para Incluir Novos Fallbacks de Ibor.
Na parte de autorregulação e supervisão, realizamos em outubro uma reunião aberta para esclarecer dúvidas relacionadas às regras de classificação de clientes e de derivativos de balcão presentes em nossas Regras e Procedimentos para Negociação de Derivativos de Balcão. Participaram do evento 166 profissionais de 59 instituições, sendo 51 delas associadas.
Enviamos para a SPE (Secretaria de Política Econômica) propostas relativas à isenção de imposto de renda para operações de hedge offshore. Os principais pontos defendidos foram a dedutibilidade em perdas decorrentes de operações com derivativos realizadas no mercado de balcão no exterior, a isenção para hedge offshore e a equiparação de tratamento tributário em operações de swap.
Por fim, mantivemos diálogos com o MME (Ministério de Minas e Energia) para tratar sobre CBIOs (Créditos de Carbono), discutindo formas de impulsionar este mercado e abordando, inclusive, a criação de um mercado futuro deste produto. Revisamos todas as propostas formuladas pelo MME e encaminhamos a nossa análise para o órgão.
O tema sustentabilidade está na agenda da Associação há uma década, com uma série de ações que protagonizamos ao longo deste período. Em 2022 reorganizamos a estrutura que olha para o assunto, com a criação de uma Superintendência de Sustentabilidade, Inovação e Educação. O objetivo é fazer frente às transformações do mercado e demandas dos nossos associados. A área lidera o desenvolvimento da agenda ESG, guarda-chuva que abriga também nossas ações de educação e de D&I (Diversidade e Inclusão), entre outras pautas.
No campo da educação, conduzimos uma série de iniciativas para investidores e profissionais de mercado, todas gratuitas. Acompanhe algumas delas:
O curso Partiu Investir teve duas novas edições em 2022 e reuniu mais de 16 mil pessoas em perfis próprios no Instagram com aulas, lives e conteúdo complementar no feed e nos stories para proporcionar um aprendizado de forma leve, didática e interativa.
Pessoas impactadas
Turmas
Taxa média de engajamento
O Partiu Investir é apenas uma das dezenas de iniciativas de educação que oferecemos gratuitamente. São 25 opções de treinamentos online e gratuitos sobre diversos temas dos mercados financeiro e de capitais, incluindo as novidades “ESG no Mercado Financeiro”, “Gestão de Fundos de Investimento Imobiliário” e “Marcação a Mercado”.
A Plataforma Educacional ANBIMA ganhou uma navegação mais fácil e intuitiva. A ferramenta foi construída no modelo de sistema de gestão de aprendizado ou LMS (Learning Management System), formato que permite criar, gerenciar e organizar os assuntos por trilhas de aprendizagem. Além disso, a plataforma facilita a inclusão de conteúdos mais dinâmicos, com quiz, infográficos e podcast, e conta com um sistema para acompanhamento e análise de métricas. Três novos cursos estrearam junto com a plataforma: ESG no Mercado Financeiro, Gestão de Fundos de Investimento Imobiliário e Marcação a Mercado.
Na reta final de 2022, lançamos ANBIMA Edu, uma plataforma gratuita de qualificação e educação profissional. O conteúdo educacional é dividido em microcertificações, permitindo que as pessoas aprendam de forma simples e objetiva os temas do mercado financeiro. Com essa novidade, buscamos atender a necessidade dos profissionais de mercado por educação continuada e conteúdos rápidos de aprendizado.
O serviço está em fase de MVP (produto viável mínimo, no português) e, por isso, está sendo testado por um grupo restrito. Com base nos feedbacks recebidos, faremos melhorias na plataforma.
Para desenvolver o projeto do ANBIMA Edu, utilizamos conceitos de inovação aberta — processo que conta com a participação de pessoas e empresas externas de áreas diversas, para redesenhar a experiência de quem aprende com nossos materiais educacionais —, além de metodologias ágeis de processo. A partir desse modelo de trabalho, buscamos criar um ambiente colaborativo e inovador para traçar estratégias que nos ajudem a revolucionar o jeito como profissionais e interessados aprendem sobre temas relevantes para o mercado financeiro.
Atentando à demanda do próprio mercado, desde 11 de julho de 2022, o tema ESG passou a ser cobrado em todas as nossas provas de certificação de forma transversal — ou seja, distribuído ao longo dos diferentes conteúdos dos exames. A inclusão tem como objetivo adequar as provas à evolução do assunto, crucial para o desenvolvimento sustentável da sociedade. Os temas inseridos estão alinhados ao “Guia ASG – Incorporação dos aspectos ASG nas análises de investimentos”, que, entre outros itens, lista recomendações mínimas que as gestoras de recursos devem observar na implementação de políticas nessa área.
O tema ESG também foi um dos destaques na nossa plataforma educacional. No início de 2022, lançamos o curso online ESG no Mercado Financeiro, que terminou o ano como o segundo mais acessado. Desde sua estreia, mais de 4 mil profissionais concluíram gratuitamente o treinamento, que aborda como as boas práticas em sustentabilidade impactam o mundo dos investimentos. O assunto também passou a fazer parte dos nossos cursos de atualização voltados a CPA-10, CPA-20 e CEA e foi escolhido, pela sua atualidade e relevância, como o primeiro tema das microcertificações do ANBIMA Edu.
Já em parceria com a CVM, temos duas iniciativas para alertar os investidores sobre fraudes financeiras.
Para conhecer as motivações das pessoas na hora de investir, hábitos e comportamentos relacionados a investimentos realizamos uma série de pesquisas. A mais tradicional delas é o Raio X do Investidor,que chegou à quinta edição em 2022. O levantamento passou a englobar as classes D/E e traz novos recortes, com um olhar sobre as diferenças por geração, orientação sexual e etnia.
Para entender melhor o comportamento dos investidores, o Datafolha entrevistou milhares de pessoas pelo Brasil, trazendo insights importantes para o mercado financeiro e de capitais. Confira o tamanho da pesquisa:
A pesquisa quantitativa, que a cada ano vem ganhando mais espaço na imprensa, mostrou que 31% dos brasileiros tinham investimento em algum produto financeiro e também os mais utilizados, quem influencia essas escolhas e o destino desse dinheiro guardado, entre outros vários dados.
Em outra ponta, iniciamos a pesquisa qualitativa Como você investe o seu dindim? para aprofundar ainda mais o conhecimento sobre esses investidores e revelar nuances de comportamento que uma pesquisa quantitativa não conseguiria.
Na fase de campo, encerrada em janeiro deste ano, percorremos mais de 8 mil km por todas as regiões do Brasil em um ônibus especialmente customizado para facilitar as conversas e as dinâmicas sobre essa jornada do investidor. Os resultados do estudo serão divulgados no segundo semestre de 2023 e incluem um documentário contando como foi essa imersão Brasil adentro.
Em 2022, também publicamos a primeira edição da Pesquisa Diversidade e Inclusão nos Mercados Financeiro e de Capitais, que mapeou a maturidade do setor em relação à pauta: metade das instituições financeiras brasileiras já firmou compromissos com a promoção da diversidade e da inclusão.
O levantamento mostrou que 52% das instituições financeiras têm políticas para tratar do tema. O número é relevante, mas não se reflete em ações práticas: apenas 24% definiram metas e 35% têm indicadores e dashboards para acompanhamento dos avanços – dois elementos estratégicos para obtenção de resultados mais robustos. Confira os resultados completos da pesquisa.
Para promover a diversidade e inclusão nos mercados financeiros e de capitais, foi lançada em julho a Rede ANBIMA de Diversidade e Inclusão. A plataforma, que é aberta para todas as instituições associadas, tem o objetivo de colocar o assunto em pauta no mercado por meio de iniciativas que eduquem, instrumentalizem e estimulem as instituições a trabalharem o tema.
Uma das premissas da Rede é conectar as instituições associadas à ANBIMA, promovendo debates e a troca de experiências relacionadas aos temas sociais. Durante o ano 2022, foram realizados sete encontros nos quais as empresas puderam aprender mais sobre o tema, compartilhar práticas e trocar experiências. Ao todo, 406 pessoas de 106 instituições já participam da rede, o que corresponde a 35% das empresas associadas.
Reuniu dez lideranças de instituições associadas para discutirem seu papel na pauta de diversidade e inclusão para uma plateia de membros da Rede.
O evento contou com diversidade entre seus fornecedores e equipe e teve todos os seus resíduos corretamente destinados, seguindo os preceitos do movimento Sou Resíduo Zero.
Participantes.
Os programas de formação de profissionais para o mercado financeiro ganharam em 2022 um reforço: o Programa Portas Abertas, iniciativa que tem o objetivo de potencializar a formação de pessoas de grupos minorizados ou em situação de vulnerabilidade social e facilitar seu acesso a cargos no mercado financeiro por meio das nossas certificações.
A iniciativa propõe a união de forças com os associados que possuem programas que buscam diminuir as desigualdades. Isso é feito por meio de uma parceria bilateral entre a ANBIMA e as instituições associadas que oferecem ou patrocinam esses tipos de projetos: as instituições que comprarem inscrições das certificações CPA-10, CPA-20, CEA, CFG, CGA e CGE para utilizarem nesses programas receberão gratuitamente o mesmo número de inscrições adquiridas, dobrando o número de inscrições disponíveis para o programa.
bolsas foram doadas até o final de 2022
A atenção aos critérios ESG tem pautado cada vez mais a agenda das instituições financeiras. E a Associação tem buscado contribuir com um conjunto cada vez maior de informações e documentos de referência.
Todo esse trabalho de pesquisa auxilia o mercado na compreensão e na implementação de iniciativas, enquanto do nosso lado fortalece o aperfeiçoamento das regras de boas práticas e a produção de diversos materiais de apoio. Um deles foi o Guia ESG (nas versões em português e em inglês) que apresenta uma série de cases práticos para facilitar a identificação dos fundos, além de trazer explicações dos termos de sustentabilidade mais usados no mercado e referências de iniciativas ESG internacionais que podem inspirar o mercado local.
Em 2022, também demos sequência à ampliação da identificação para outras classes de fundos, abrimos uma audiência pública com os critérios para diferenciação dos FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) e FICs (fundos de cotas) de renda fixa e de ações sustentáveis. Foram recebidas sugestões do mercado e as regras devem ser publicadas em 2023.
Para estimular o desenvolvimento das finanças sustentáveis, lançamos em dezembro o Guia para Ofertas de Títulos ESG. O material é a primeira ação da ANBIMA que observa o mercado de títulos verdes pelo lado da oferta e tem caráter totalmente educativo, com forte apelo na padronização de informações, e consolida o entendimento do que é uma oferta pública envolvendo ESG. Acesse aqui o guia.
Diminuir a desigualdade: apoiamos Pacto de Promoção da Equidade Racial que busca diminuir a desigualdade racial nas empresas brasileiras por meio de um protocolo ESG racial que estimula a adoção de ações afirmativas e investimentos sociais que beneficiem a inclusão de pessoas negras no mercado de trabalho. Durante o ano de 2022, atuamos para estimular a adesão das instituições associadas ao protocolo por meio de ações de comunicação e engajamento e fomos correalizadores da 1ª Conferência Empresarial de ESG Racial, realizada em novembro.
Equidade de gênero: em parceria com a Fin4She, empresa de impacto social com foco em equidade de gênero, realizamos em junho de 2022 o principal Young Women Summit. O evento, voltado para jovens mulheres que buscam carreira no mercado financeiro, foi realizado em nosso escritório em São Paulo. Mais de 50 meninas participaram da etapa presencial do evento. Além de assistir ao evento, todas elas ganharam isenção da taxa de inscrição para uma de nossas certificações a sua escolha.
Como melhorar a relação com o dinheiro? O programa Como Investir em Você nosso alcançou mais de 27 universidades, oferecendo cursos online que ajudam os alunos a melhorarem sua relação com o dinheiro, consumo e investimentos. Oferecidos como disciplinas optativas dos cursos de graduação, os cursos Planeje Sua Liberdade e Conquiste sua Liberdade Financeira foram realizados por mais de 7.100 pessoas em 2022. Desde o lançamento do projeto, em 2015, mais 140 mil pessoas já fizeram os cursos.
Negras e negros: Apoiamos o projeto Somamos do Instituto Febraban de Educação (Infi), que visa desenvolver capacitação profissional gratuita a jovens negras e negros, melhorar a formação e ampliar as chances e oportunidades no mercado de trabalho, especialmente no setor financeiro. Os conteúdos técnicos do programa incluem aulas preparatórias e exames para a certificação CPA-10.
E também estamos juntos no Programa de Capacitação sobre Mercado Financeiro da B3, voltado para pessoas negras, com foco em educação financeira e empregabilidade. Nossa contribuição se dá pela oferta gratuita de inscrições para a certificação CPA-20 para as pessoas que se destacarem na etapa de desenvolvimento de competências comportamentais, plano de carreira e preparação para entrevistas de emprego. Ao todo, foram disponibilizadas 60 bolsas para a certificação.
Só para elas: Estamos juntos com o Programa + Diversidade do Instituto Ser + em parceria com o Deutsche Bank. A iniciativa consiste em 250 horas de capacitação online voltada para jovens negras entre 18 e 29 anos. Durante o programa, essas jovens têm acesso a conteúdo sobre cidadania, administração, comunicação, mercado financeiro, informática, negritude, gênero e mercado de trabalho, além de mentoria profissional com executivos voluntários. Ao fim do curso, 43 das meninas participantes realizaram o exame da CPA-20 gratuitamente.
Somos parceiros também da CFA Society Brazil no programa YouWin, curso online gratuito voltado para oferecer oportunidades para mais mulheres ingressarem no mercado financeiro brasileiro. Durante um mês, elas participam de curso online gratuito com matérias de finanças, gestão e liderança, seguido de um estágio remunerado em instituições financeiras. Durante o período de estágio, as alunas são apoiadas por mentores. Participamos oferecendo isenções nas taxas de inscrições nas certificações CPA-20, CEA e CFG.
Ao completar dois anos de acompanhamento dos influenciadores digitais de investimento, fomos além: abrimos as portas para receber esses players e ouvir o que eles esperam da ANBIMA. No Finfluencers Day, nosso primeiro evento de relacionamento com esse público que aconteceu no dia 2 de dezembro, reunimos 153 participantes para mais de duas horas de conversa em que os influenciadores apresentaram diversas sugestões, críticas e demandas. O conteúdo servirá de base para traçar a nossa estratégia sobre os finfluencers daqui para frente.
Ainda em dezembro, inovamos ao publicar o Espaço Finfluence, um material colaborativo com boas práticas e informações úteis para influenciadores de investimentos. Eles participaram da construção do conteúdo durante o Finfluencers Day. Apresentado em uma página no portal ANBIMA, o material alcançou mais de 1,1 mi visualizações e 493 acessos únicos em pouco mais de um mês de publicação.
Ao longo do ano, também contribuímos com a construção de conhecimento sobre esse universo. Publicamos duas novas edições do Finfluence: quem fala de investimentos nas redes sociais, levantamento semestral com análises aprofundadas sobre a dinâmica desse ecossistema. Juntas, elas somaram mais de 2,6 mil downloads nas versões em português e em inglês. Os conteúdos tiveram ampla exposição na imprensa, com cerca de 70 matérias sobre influenciadores com dados dos relatórios e/ou entrevistas.
Divulgamos, ainda, 51 relatórios com análises semanais exclusivamente para associados em um grupo no Workplace. E completamos um ano do convênio de cooperação técnica com a CVM, por meio do qual compartilhamos com o regulador um dashboard de monitoramento em tempo real e outras informações relevantes sobre esses players.
Com base nos aprendizados que adquirimos após dois anos de monitoramento de influenciadores digitais que falam sobre o mundo das finanças, formamos um grupo de trabalho para desenvolver regras de autorregulação para as instituições financeiras que fazem parcerias com esses players ou que possuem canais próprios de conteúdo para oferta de produtos de investimentos. Os debates giraram em torno de critérios mínimos e cuidados que as casas precisam seguir na hora de contratar um influenciador e monitoramentos para saber se esses players estão atendendo às exigências combinadas. Tivemos interações frequentes com a CVM e com a BSM, a supervisão de mercados da B3, para que a norma esteja alinhada às demandas e expectativas do mercado. A regra será colocada em audiência pública no primeiro semestre de 2023.
De olho nas tendências mundiais, nossa área de Supervisão de Mercados teve a estrutura modernizada e as atividades foram reformuladas com o objetivo de dar mais agilidade aos nossos processos de supervisão. A área passou a adotar uma atuação baseada em dados, riscos e tendências de mercado, de forma a ser mais assertiva na detecção de casos a serem analisados. Ao mesmo tempo, investimos mais em ações educativas, preventivas e de aproximação, o que incluiu a disponibilização de um canal específico de comunicação no SSM entre as instituições que seguem nossos códigos e nosso time de Supervisão.
Cartas com caráter educativo enviadas.
Ainda em 2022 reformulamos nosso convênio com a CVM para a análise de ofertas públicas, incluindo o apoio para habilitação de coordenadores de ofertas.
O Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) ganhou novas atualizações e funcionalidades, avançou na agenda de cibersegurança e inaugurou um novo escritório. Responsável pelo registro, liquidação e custódia de títulos públicos do Tesouro Nacional, o sistema é operacionalizado pelo Demab (Departamento de Operações do Mercado Aberto) do Banco Central em conjunto com a ANBIMA há mais de 40 anos.
Continuamos a dialogar com o Banco Central a fim de promover mudanças no funcionamento do Selic, com base em pleitos do mercado. Uma das pautas foi a ampliação da grade horária de movimentação de títulos públicos federais, tendo como margem a grade horária da B3. O novo limite passou a ser 20h30 para as operações do tipo SEL1023, que se referem à transferência de títulos. Também trabalhamos junto ao regulador para alterar a rotina de pagamento de eventos do emissor. A mudança mostrou-se vantajosa, e, em 2022, foi registrado o maior evento de pagamentos do Selic, com 285 mil ocorrências. Além disso, atuamos para que fosse consolidada a mensagem SEL1611, utilizada para informar à contraparte que uma operação foi registrada no sistema e pode ser correspondida. Outra novidade foi a disponibilização via mensageria e web do arquivo ASEL023, destinado a informar os participantes sobre os detalhes dos pagamentos de eventos do emissor (juros, amortização e resgate).
A partir de uma ampla agenda de modernização e priorização da segurança cibernética, demos continuidade aos projetos Selic Blindado, voltado para a prevenção e a detecção de ataques cibernéticos, e Selic Resiliente, com foco na rápida recuperação diante de um ataque hacker. Ambas as iniciativas foram amparadas por pesquisas e indicadores de maturidade de cibersegurança aplicados ao universo do Selic.
O Selic lançou um portal do desenvolvedor para disponibilizar dados e informações de seus principais produtos por meio de APIs (Interface de Programação de Aplicação, na sigla em inglês) públicas ou privadas. O portal busca acelerar a automatização de serviços do Selic e, para isso, conta com um ambiente Sandbox. A primeira API disponibilizada no Selic Conecta foi a da Plataforma Pre-Matching.
Em novembro, o Selic inaugurou um novo escritório dentro do edifício do Banco Central, no Rio de Janeiro. O projeto foi orientado pela agenda de inovação do regulador: os ambientes do escritório foram construídos para incentivar a colaboração, a flexibilidade e a convivência entre os funcionários, reforçando estes conceitos como valores importantes para as equipes da ANBIMA e do Demab que trabalham em conjunto para operacionalizar o sistema. O evento de inauguração do escritório reuniu todos os colaboradores e contou com a presença de nosso presidente, Carlos André, e do chefe de Política Monetária do BC, Bruno Fernandes.
Foto: Carlos André, presidente da ANBIMA, e Bruno Serra Fernandes, diretor de Política Monetária do BC
Demos continuidade ao Programa de Integridade lançado em 2021, oferecendo atividades de capacitação para os colaboradores. Também aprimoramos as nossas políticas internas de Compliance e iniciamos campanhas de conscientização sobre segurança da informação e tratamento de dados. A pauta de PLD/FTP foi outro destaque do ano, com a publicação de um novo guia de melhores práticas e a realização de debates sobre o tema.
Em julho, lançamos a atualização do Guia ANBIMA de Prevenção à Lavagem de Dinheiro, com esclarecimentos de conceitos e interpretações das normas publicadas pelos reguladores nos anos anteriores, entre elas a Resolução CVM 50 e a Circular 3.978 do BC. Também disponibilizamos um novo Questionário de Due Diligence para PLD/FTP.
O conteúdo completo pode ser encontrado em nosso canal do YouTube ou nas plataformas de podcasts Spotify, Deezer, Apple Podcasts e Google Podcasts.
A gerência de Gente, Saúde e D&I consolidou a estratégia integrada de ESG dentro da Associação ao longo de 2022. Esse programa interno teve como ponto de partida a realização de um novo censo para diagnosticar em que grau de maturidade estamos posicionados com relação ao tema. A área também liderou ações para acompanhar e assessorar todas as superintendências da Associação e deu continuidade às iniciativas Diversidade & Inclusão (D&I).
Logo no começo do ano, foram implantados os novos grupos de afinidade focados em 4 pilares essenciais: Mulheres na liderança, Pessoas com deficiência, LGBTQIA+ e Raça. Lugares de troca de conhecimento, suporte, tomada de decisões e compartilhamento de recursos entre os participantes, que debatem, realizam um planejamento e executam as ações previstas. O objetivo dos grupos é promover um lugar de acolhimento e apoio e impulsionar a construção de um ambiente inclusivo. Qualquer pessoa em qualquer nível da ANBIMA pode ser uma aliada.
Censo de Diversidade 2022 revelou quem somos e para onde podemos seguir nessa jornada de construção de uma ANBIMA cada vez mais inclusiva, além do comprometimento com a agenda atrelada com metas e remuneração. Elevamos o número de respondentes de 255 a 352 pessoas, com maior engajamento (88%). Confira os resultados:
Ao final de dezembro de 2022 contávamos com 408 colaboradores, 6% a mais que no ano anterior. Essas pessoas estão majoritariamente alocadas em São Paulo, cidade que reúne todas as áreas de negócios. No Rio de Janeiro, fica a sede da Associação, com atividades administrativas, jurídicas e de Recursos Humanos, e o escritório do Selic, instalado no prédio do Banco Central. GRI 2-1
No geral, tivemos avanços na representatividade de pessoas pretas, LGBTQIAPN+ e PCDs na organização como um todo. Em 2022, a Associação também alcançou a meta de ampliar em 20% a presença de pessoas pretas e pardas na equipe, buscando sempre o equilíbrio na presença de homens e mulheres no time.
Todos os funcionários exercem jornadas de oito horas, com exceção dos estagiários, que cumprem seis horas diárias, e os jovens aprendizes, com quatro horas. Tanto os estagiários como os aprendizes recebem todos os benefícios oferecidos aos demais colaboradores. GRI 401-2
A proporção de gênero entre os colaboradores seguiu praticamente a mesma do ano anterior: 59% de homens e 41% de mulheres. Dentro do comitê executivo, o equilíbrio se confirma com cinco homens e cinco mulheres em cargos de liderança.
Em relação à idade, o time é formado por profissionais de todas as idades, sendo que em 2022, 62,5% deles tinham entre 30 e 50 anos. Em dezembro, o mais jovem tinha 19 anos e o mais velho 66 anos.
Após o feedback positivo do mercado sobre a nossa forma de lidar com o trabalho remoto em 2021, adotamos um modelo de trabalho híbrido. Com isso, o modelo home office iniciado em março de 2020, em função da pandemia de COVID-19, continuou e trouxe flexibilidade para os nossos times que ganharam em agilidade. A partir de janeiro, os colaboradores dos escritórios de São Paulo e do Rio de Janeiro (Mourisco) passaram a utilizar um sistema de reserva de mesas, no qual os gestores passaram a atuar presencialmente cinco vezes por semana e os demais profissionais três vezes por semana. Seguindo orientações do Banco Central, a equipe do Selic permaneceu trabalhando duas vezes por semana na sede. Mulheres gestantes ou com filhos de até um ano podem trabalhar em home office todos os dias.
A distribuição de máscaras N95 e PFF2 foi mantida e também sistema de desinfecção do ambiente por nebulização. O serviço semanal visa mais segurança e higiene para espaços dos escritórios. Os colaboradores também foram incentivados a participar da campanha de vacinação para garantir a imunização do maior número de pessoas. Além disso, titulares e dependentes dos nossos planos médicos puderam receber gratuitamente a vacina contra a gripe quadrivalente (H3N2 - influenza), que protege contra a nova cepa de gripe, a e outros três tipos de vírus.
Além da vacina nova, os colaboradores e seus dependentes do plano de saúde tiveram a chance de agendar vacinas e exames pelo app da Beep, nossa nova parceira. A empresa vai até a casa da pessoa solicitante para atendê-la.
Para os colaboradores, é dada a possibilidade de adesão ao Bradesco Saúde, plano que oferecemos em parceria com a operadora exclusivamente para os profissionais contratados e instituições que integram o quadro associativo.
Evoluímos na construção da nossa marca empregadora promovendo o nome da Associação para colaboradores e candidatos, com o objetivo de conectar as pessoas , elevar a produtividade e promover um ambiente seguro de trabalho. O projeto, liderado pela área de Gente, Saúde e D&I, envolveu todos e todas desde os estagiários até as lideranças, que participaram de uma jornada transformadora para desenvolver e colocar em prática as novas competências.
Essas competências foram construídas a partir dos nossos valores, visando refletir a pluralidade, dinamismo e inovação que são parte do nosso DNA. Elas refletem os comportamentos que são esperados de todos e todas e na execução de qualquer tipo de trabalho na ANBIMA.
O novo programa de competências, lançado em 2022, estimula a colaboração, autonomia, atitude empreendedora, flexibilidade e desenvolvimento dos nossos colaboradores. Agora, mais transversais para todos os níveis, mais simples e mais diretas.
Foram realizadas atividades, workshops e treinamentos para comunicar a importância de conhecer as nossas competências para que juntos possamos construir caminhos cada vez melhores em direção aos objetivos da Associação.
Em 2022 também aceleramos nosso programa de estágio. Com novo formato, desenvolvido um ano antes, os estagiários ingressam na ANBIMA integrados pelo processo de onboarding que foi reformulado a partir da estratégia de marca empregadora. Todos os estagiários participam de mentoria, cursos técnicos e de soft skills, podem fazer nossas provas de certificação sem custo e entram para o novo banco de talentos, compartilhado com as instituições associadas.
De olho nos desafios previstos para o biênio 2023/24, promovemos uma reestruturação interna que envolve as áreas de Representação de Mercados, Sustentabilidade, Inovação e Educação, Certificação, Relacionamento com Associados, Comunicação e Marketing. As mudanças visam aperfeiçoar nosso modelo atuação e avançar em pautas importantes dentro do nosso ecossistema.
A partir de 2022, a equipe divide-se em cinco superintendências: Representação de Mercados, Supervisão de Mercados, Inteligência de Dados, Operações e Tecnologia; Sustentabilidade, Inovação e Educação e Selic. Além disso, temos quatro gerências que respondem diretamente para a superintendência-geral: Comunicação, Marketing e Relacionamento com Associados; Controladoria e Administração; Gente, Saúde e D&I; e Assessoria Jurídica e Compliance.
Superintendência-geral
Superintendência
Gerência
Consolidamos a integração de sistemas digitais que visam ganhos de eficiência operacional pela área de controladoria. O foco foi a redução de custos por meio de automatização de processos e gestão financeira, que passou a trabalhar com uma previsão orçamentária bianual.
No consolidado do ano, algumas iniciativas favoreceram a governança financeira da Associação em 2022, como:
Publicamos nossas demonstrações financeiras do exercício de 2022. Para baixar, basta acessar esse link, os resultados foram auditados pela PwC. Pelo segundo ano consecutivos adotamos a auditoria independente, seguindo as melhores práticas de governança e controladoria.