Congresso de Fundos: Fundos darão liquidez às debêntures de infraestrutura
A demanda por investimentos no setor de infraestrutura, que deve chegar a R$ 100 bilhões ao ano no Brasil, exigirá alternativas de financiamento no mercado de capitais. Uma delas é a emissão de debêntures de longo prazo, mas esta alternativa enfrenta o desafio de não haver um mercado secundário desenvolvido que confira liquidez ao investidor. Para superar este entrave, um grupo composto pelos dez maiores bancos do país estuda o desenvolvimento de fundos de investimento que deem liquidez às debêntures. Estes produtos serão fundos fechados cujas cotas serão negociadas na bolsa de valores.
A informação foi divulgada durante palestra realizada durante o 7º Congresso ANBIMA de Fundos de Investimentos, que ocorre hoje e amanhã em São Paulo. Este grupo estima a captação de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões nos primeiros doze meses de existência desta modalidade de fundo, segundo o presidente do Comitê de FIDCs da ANBIMA e uperintendente de Produtos da Bradesco Asset Management, Ricardo Mizukawa.
Segundo o secretário Adjunto de Política Microeconômica da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Pablo Fonseca, os estrangeiros estão interessados em entrar neste mercado, mas estão esperando a oferta de volumes expressivos. “Estive com estrangeiros bem informados esperando o momento para entrar”, disse. Ele destacou, no entanto, que a necessidade de atrair os estrangeiros deve ficar para um “segundo momento”, pois o apetite interno seria suficiente para o início deste mercado.
Uma das vantagens da atração do investidor internacional é o aprimoramento dos serviços oferecidos pelas gestoras para estes clientes. “Vai ser bom para aproximar o Brasil de um padrão global de prestação de serviços”, disse Mizukawa.
Márcio Guedes, diretor da ANBIMA e da Pangea Associados Consultoria Financeira, afirmou que projetos de infraestrutura são bons investimentos. “Os projetos, uma vez operacionais, dificilmente terão dificuldades. Uma rodovia, por exemplo, tem fluxo de caixa”, diz.