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2024#22: Criptoeconomia e mercado financeiro, uma nova convergência
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2024

#22: Criptoeconomia e mercado financeiro, uma nova convergência

O novo paradigma da inovação aberta

Imagem exibe o dorso de um homem negro vestindo camisa e jaleco brancos, com uma gravata amarela. Ele aponta uma mão para frente, tocando em um ícone que remete a produtividade. Esse ícone se conecta a uma rede de vários outros que representam ciência, saúde, temperatura, mercado, entre outros.
Imagem: ilustração no Canva

Em abril de 2003, o economista Henry Chesbrough, professor em Harvard, publicou o livro Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting from Technology, no qual propôs que as empresas tradicionais trocassem o modelo de inovação fechada e proprietária por um conceito aberto. Segundo Chesbrough, a pesquisa e desenvolvimento de produtos e serviços aconteceria mais rápido por meio da colaboração com startups, plataformas de crowdsourcing e universidades.

Vinte anos depois, a dificuldade das empresas de competir em um cenário no qual a tecnologia faz com que novas ideias nasçam muito rápido e em qualquer lugar fez da inovação aberta um diferencial de competitividade para empresas e startups. "No LinkedIn, há milhares de pessoas com open innovation ou inovação aberta escritos em seus currículos. Agora vamos ver até onde ela pode chegar realmente", escreve Chesbrough na MIT Sloan Review.

No artigo, o economista avalia que o grande desafio ainda é garantir que as empresas estejam preparadas para lidar com a inovação que vem de fora. Difundir a cultura de inovação por toda a companhia, atribuir papéis de meio-de-campo para pessoas-chave e ter processos que atravessem todas as áreas, sem limitação geográfica, são medidas que evitam que as ideias fiquem represadas ou não se transformem em resultados reais para a empresa. "Ultrapassar os feudos é essencial para a inovação aberta dê certo", afirma.

Uma pesquisa realizada pela ONG Anjos do Brasil no início deste ano com as empresas associadas identificou que 61% delas consideram a colaboração entre startups e corporações a principal tendência de 2024. "Esse é o primeiro ano em que a inovação aberta apareceu em primeiro lugar", diz Cassio Spina, fundador e presidente da Anjos do Brasil. "A pressão ainda maior das inovações tecnológicas empurra esse movimento. A empresa tem que abrir as portas, não dá para ficar fechada em si porque não vai conseguir inovar", completa.

Oportunidades aumentam no mercado financeiro

A inovação aberta pode impactar significativamente os mercados financeiros e de capitais, impulsionada pela confluência de mudanças tecnológicas, imperativos de negócio e movimentos regulatórios. São três vertentes principais que podem ser exploradas por meio da parceria com startups e universidades em 2024:

  • integração das soluções verticais de IA generativa;
  • desdobramentos do open finance e do Drex, com blockchain e tokenização;
  • tecnologias de automação e dados para reduzir custos e ineficiências e promover a inovação.

"O mercado financeiro brasileiro já tem uma cultura de sandbox estabelecida, por conta das iniciativas do Banco Central, da CVM e da Susep, por exemplo, que favorece criar modelos de experimentação com as startups", avalia Spina. 

Em um longo artigo sobre as oportunidades da IA para o mercado de capitais, Rupesh Khendry, líder de Global Capital Markets da Microsoft, oferece uma espécie de framework de inovações (gráfico abaixo). "Mais de 75% dos executivos de serviços financeiros veem oportunidades para potencializar a detecção de fraudes, gestão de riscos e as experiências dos clientes", escreve Khendry, citando uma pesquisa da KPMG.

­ Gráfico exibe a evolução do preço do bitcoin de fevereiro de 2023 a fevereiro de 2024. ­ ­ ­ ­

É hora de pensar em corporate venture capital?

Cassio Spina, da Anjos do Brasil, é autor de um dos livros mais completos sobre CVC (Corporate Venture Capital) lançados no Brasil. Ele lembra que, quando o assunto é inovação aberta, a jornada das empresas pode evoluir de uma simples parceria incremental para modelos mais complexos que podem maximizar resultados gerados com inovações disruptivas, entre eles a criação de startups internas (Corporate Venture Bulding), M&As (fusões e aquisições, em português) e CVCs. No gráfico abaixo, elaborado pela Alya Ventures, fica fácil entender a jornada.

Gráfico mostra como cresce a maturidade em inovação de acordo com ações como programas de inovação aberta, Corporate Venture Building, Aquisições e Exits e Corporate Venture Capital.

"O CVC não precisa aparecer no momento zero, porque os resultados não seriam transformacionais. Mas, enquanto a empresa ajuda a startup a crescer e abre mercado para ela, a ponderação é 'vou ajudar essa startup, ela vai me ajudar, estamos juntos na jornada, então poderíamos ser sócios'", diz Spina. Os objetivos podem ser estruturais (aceleração) ou estratégicos (novas receitas).

O mercado de CVCs no Brasil ainda é novo, diz Leo Monte, presidente da ABCVC (Associação Brasileira de Corporate Venture Capital), citando pesquisa recente da GVC (Global Corporate Venturing). "Dois terços dos fundos desse tipo no país ainda têm menos de três anos de criação, mas apenas nos três primeiros trimestres de 2023 a quantidade de transações que envolvem ao menos um CVC (63) superou o total do ano de 2020 (53)", diz ele.

Se em 2023 os CVCs foram um caminho para as startups captarem recursos que estavam escassos nos fundos de venture capital, Monte prevê que, em 2024, as empresas deverão buscar startups late-stage, com modelos e produtos já validados, que podem gerar resultados a curto prazo.

A Jornada da Inovação Aberta

As oportunidades de cocriação com startups para o mercado financeiro foram o foco, no ano passado, da primeira Jornada de Inovação Aberta, organizada pela ANBIMA. 

Os seis encontros virtuais gratuitos, realizados entre abril e julho, foram vistos por mais de 1,1 mil pessoas. Além dos debates, que reuniram empresas e profissionais com know-how em assuntos como blockchain, inteligência artificial, open finance, inovação aberta e tokenização, foi possível conferir pitchs feitos por 18 startups brasileiras. 

Para 2024, estamos organizando a segunda edição da Jornada para jogar mais luz sobre as novas tecnologias e discutir como tornar o mercado de capitais cada vez mais inovador e sustentável. 

Enquanto preparamos a nova Jornada da Inovação Aberta, confira:

Para o seu radar:
 

  • Para criar uma estratégia de CVC: o livro Corporate Venture Capital, lançado por Cassio Spina, ajuda a mapear as oportunidades e tem casos recentes bem-sucedidos de CVCs brasileiros. A segunda edição inclui um capítulo escrito pela professora Andrea Minardi, do Insper, sobre o potencial de retorno financeiro de um CVC.
     
  • Para criar um ecossistema de inovação: o livro Ponte para Inovação, de Daniel Lepnitiz e Rodrigo Lóssio, explora os 32 fatores de sucesso para criar polos de inovação e cooperação entre startups e grandes empresas.