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2025#23 Jornada IFRS: reta final para as novas regras
Regulação Internacional

2025

#23 Jornada IFRS: reta final para as novas regras

Jornada IFRS: reta final dos treinos para as novas regras

Quando a CVM anunciou a Resolução 193, em outubro de 2023, fazia apenas quatro meses que o ISSB (Conselho Internacional de Padrões de Sustentabilidade) tinha estabelecido os novos padrões globais para relatórios de sustentabilidade. Primeiro país a adotar as normas, o pioneirismo da CVM garantiu aos mercados financeiro e de capitais do Brasil um bem-vindo período de adoção voluntária dos novos padrões.  

Em breve, o que era treino até agora será a nova regra do jogo: os padrões IFRS serão mandatórios no Brasil para companhias abertas no exercício fiscal de 2026, com divulgação em 2027. A regra vale para todas as empresas com registro ativo na CVM, o que equivale a cerca de 730 companhias. 

Isso quer dizer que, a partir de 1º de janeiro de 2026, os relatórios referentes ao ano-base de 2026 que serão divulgados em 2027 terão de seguir os novos padrões. A divulgação deverá acompanhar a data de entrega do FRE (Formulário de Referência). Os relatórios referentes ao ano-base 2027 deverão ser entregues até três meses após o encerramento do exercício social, ou junto com as demonstrações financeiras anuais - o que ocorrer primeiro.
 

Durante o lançamento da Jornada IFRS promovida pela Rede ANBIMA de Sustentabilidade, ocorrido em 22 de maio, uma frase da superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da CVM, Nathalie Vidual, resumiu a relevância dessa transição para o mercado brasileiro: "Nossa habilidade de atender às necessidades informacionais dos investidores vai ser essencial para o avanço das finanças sustentáveis”.

Para Sonia Consiglio, conselheira independente e líder da Rede ANBIMA de Sustentabilidade, a CVM 193 é um ponto-chave para a agenda ESG. “Costumo dizer que ela marca o início do fim do mundo paralelo da sustentabilidade. Já avançamos bastante nisso, mas a hora em que se traz o tema para regra, encerra-se uma série de discussões e se insere a sustentabilidade no funcionamento normal dos mercados”, avalia Consiglio. 
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Para a diretora da ANBIMA e também líder da Rede, Julya Wellisch, essa mudança é mais significativa porque integra os aspectos ESG com o processo de tomada de decisão de investimento, o que representa uma mudança de paradigma. Gestores e investidores assumem um papel estratégico nesse processo e terão uma responsabilidade importante pelo aprimoramento da nova regulação para companhias abertas. 

"Gestores e investidores não só dependem da qualidade da informação fornecida pelas empresas para integrarem os aspectos ESG nas suas análises de risco e retorno, mas também são consumidores dessas informações. Nesse sentido, são eles que podem dar feedback para as companhias e demandar mais esclarecimentos”, afirma Wellisch

Adesões ao IFRS ganham força mundo afora

Desde que o ISSB emitiu seus dois primeiros padrões globais de sustentabilidade, em junho de 2023, jurisdições em todo o mundo anunciaram a intenção de adotá-los ou alinhar suas estruturas de relatórios a eles. O Brasil foi o primeiro a adotar as novas regras, e desde então outros 16 países seguiram o mesmo caminho. 

O levantamento mais recente da Deloitte, atualizado em março deste ano, aponta outras 12 jurisdições que planejam adotar os padrões IFRS e estão em diferentes estágios de análise. Entre os países que já finalizaram o processo de adoção da nova regulação, estão o Canadá, China, Hong Kong, Japão e Singapura.

Mapa global de adesão aos padrões IFRS S1 e S2 (março/2025)

Mapa-múndi com países destacados por diferentes cores, representando níveis de participação em programas de educação técnica e profissional.

Fonte: Deloitte

Baixo conhecimento e carência de treinamento 

SeMulher branca, de cabelos lisos castanhos com pontas mais claras, olhos castanhos, usando blusa branca e colar dourado, sorrindo levemente. o prazo para adoção mandatória dos padrões IFRS no Brasil parecia distante quando foi anunciado, agora ele já desponta no horizonte. Porém, o processo de escuta que a CVM vem conduzindo com participantes do mercado identificou a necessidade de treinamento, guias e orientações para auxiliar nessa jornada de implementação das IFRS como uma das principais carências a serem enfrentadas. 

A CVM vem coletando informações sobre o grau de preparo dos emissores para implementação das regras por meio de uma ampla pesquisa quantitativa e qualitativa. Esse levantamento está ouvindo quatro públicos distintos: companhias abertas, auditores independentes, consultorias de sustentabilidade e investidores. O objetivo é entender quais são os desafios, eventualmente barreiras ou quais são os acertos que possam ser replicados pelos participantes do mercado. 

"A partir dos dados coletados, conseguiremos oferecer recomendações, na linha do que a ANBIMA está fazendo, e até mesmo atender necessidades específicas de treinamento, identificar algum quesito dentro da regra que enfrente dificuldades, até para podermos superar essas questões", explica Nathalie Vidual, superintendente de Proteção e Orientação aos Investidores da CVM.

Além do baixo conhecimento das regras entre profissionais que lidarão com as novas normas no dia a dia, há preocupação com a disponibilidade de oferta de pessoal especializado para aspectos específicos, segundo a dirigente da CVM, como o reporte do escopo 3, que exigirá o engajamento da cadeia de valor. 

O escopo 3 da IFRS S2 prevê a divulgação de emissões indiretas ao longo da cadeia de valor da empresa, abrangendo atividades que não são controladas diretamente, mas que estão ligadas ao negócio. Isso inclui emissões de fornecedores, transporte e distribuição, uso de produtos e serviços, e descarte de produtos. 

“A CVM tem total consciência de que S1 e S2 são regras novas que trazem uma complexidade relevante para o mercado, por isso fizemos o período de transição com adoção voluntária, para destravar o mecanismo e ajudar a construir uma curva de aprendizagem", explica Vidual. Com adesão de apenas duas companhias abertas até o momento, ainda dá tempo das empresas se tornarem "early adopters"ressaltou a superintendente da CVM. 


Resolução CVM 227 alterou o prazo anterior, permitindo que as companhias abertas informem até 31 de dezembro deste ano sua decisão de reportar pelos padrões IFRS S1 e S2 no ano-base de 2025. O objetivo do regulador, disse Vidual, é estimular que mais companhias decidam ser "early adopters"seguindo o caminho da Vale e da Renner, que optaram pela adesão voluntária antes do prazo mandatório. No último dia 2 de junho, a Vale tornou-se a primeira companhia brasileira a publicar informações financeiras sobre sustentabilidade e clima com base no padrão IFRS.

Trilha de conhecimento e preparação

A discussão que marcou o início da Jornada IFRS da ANBIMA, em 22 de maio, foi a primeira de cinco rodadas que acontecem até setembro deste ano. A iniciativa faz parte da agenda da Rede ANBIMA de Sustentabilidade, que integra oHomem branco, de cabelos curtos e barba escura, vestindo blazer azul-marinho e camiseta branca, com microfone de lapela, sorrindo levemente. plano de continuidade do ANBIMA em Ação 2025/2026, conjunto de metas eleitas como prioritárias para este e o próximo ano. 

"Vamos discutir o que são exatamente essas regras, do que elas tratam, o papel e a qualidade da governança e abordar a materialidade no contexto do IFRS S1 e S2", conta Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da ANBIMA. 

A Jornada IFRS é exclusiva para as entidades ligadas à ANBIMA (associadas e aderentes) e conta com três workshops ao longo do segundo semestre.

Confira a agenda e inscreva-se:

  • Workshop Integração e governança 
    3 de julho, às 10h  
    Inscreva-se
     
  • Workshop Materialidade I 
    7 de agosto, às 10h  
    Inscreva-se 
     
  • Workshop Materialidade II 
    11 de setembro, às 10h  
    Inscreva-se 

Ao final da Jornada, a ANBIMA lançará um guia de boas práticas que consolidará os conteúdos abordados ao longo da Jornada IFRS. “Vamos fazer um material muito didático e educacional para uso do mercado”, antecipa Billi.