Anbima prevê início do ciclo de queda da Selic em janeiro
O Grupo Consultivo Macroeconômico da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) projeta que o Copom (Comitê de Política Monetária) vai manter a Selic em 15% na última reunião de 2025, que acontece nesta semana. A expectativa é que a taxa básica de juros comece a recuar em janeiro, com um corte de 0,25 ponto percentual.
Para os economistas, ainda no primeiro semestre haverá três quedas consecutivas de 0,50 ponto, seguidas por outros cortes que levarão a Selic a 12% no final do próximo ano.
Em relação à inflação, a previsão para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deste ano foi levemente revisada para baixo, passando de 4,5% para 4,4%. Para 2026, a projeção recuou de 4,2% para 4,0%.
“Nossa avaliação é que há um espaço considerável para o Banco Central cortar os juros ao longo de 2026 diante de uma atividade que já vem demonstrando desaceleração, como mostrado no resultado do PIB do terceiro trimestre, e com menos incertezas em relação às questões tarifárias com os EUA”, afirma David Beker, vice-coordenador do Grupo Consultivo Macroeconômico da Anbima.
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A projeção de crescimento do PIB deste ano passou de 2,1% para 2,2% e, para 2026, foi mantida em 1,8%.
Na análise do cenário externo, os economistas das casas estrangeiras preveem que o Fed (Federal Reserve), o banco central americano, realize um novo corte na taxa de juros dos EUA nesta semana, com dúvidas sobre o impacto da inteligência artificial no mercado de trabalho doméstico, entre outras preocupações no radar.
No câmbio, a estimativa para o dólar permaneceu em R$ 5,40 ao final deste ano e em R$ 5,50 em 2026.
Na avaliação da política fiscal, a previsão para a dívida bruta do setor público ficou em 79,5% do PIB neste ano e em 83,8% em 2026, com as dúvidas em relação aos benefícios tributários no horizonte.
Sobre o Grupo Consultivo Macroeconômico
O Grupo Consultivo Macroeconômico é composto por 26 economistas de instituições associadas à ANBIMA. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom, para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.
A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa um ecossistema de cerca de 1.500 instituições de diversos segmentos, entre associados e instituições que seguem os códigos de autorregulação da entidade. São bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.