São Paulo, 4 de novembro de 2025 – O Brasil tem vantagens únicas e potencial de liderar a transição climática em nível global, mas, para isso, precisa atrair capital estrangeiro. Esse foi o mote de encontro organizado pela Anbima (Associação das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) no PRI in Person 2025, conferência internacional que começou hoje e termina na quinta-feira (6) em São Paulo. A associação reuniu executivos internacionais para apresentar as oportunidades de investimento sustentável no mercado de capitais brasileiro. 

“Sustentabilidade não é só uma tendência. É uma oportunidade — e o Brasil tem vantagens únicas”, afirma Carlos André, presidente da Anbima “Temos vastos recursos naturais, biodiversidade extraordinária e extensas áreas preservadas. Esses ativos posicionam o Brasil como potencial líder global em soluções baseadas na natureza, mercado de carbono e bioeconomia.” 

Cacá Takahashi, diretor da Anbima e coordenador da Rede Anbima de Sustentabilidade, reforçou a necessidade de todos stakeholders participarem desse processo: “O mercado de capitais brasileiro é essencial para uma transição justa rumo à economia de baixo carbono, e o nosso compromisso é garantir que ninguém fique para trás.” 

Crescimento do mercado, tendências e oportunidades 

Guilherme Maranhão, diretor e sócio do Itaú BBA e presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais da Anbima, apontou que a indústria de fundos do Brasil é uma das 10 maiores do mundo, com US$ 2 trilhões sob gestão, e que houve um crescimento sólido das emissões de dívida no mercado brasileiro desde 2015, com destaque para o ano de 2024 (US$ 148,2 bilhões). 

César Mindof, CEO e sócio do ABC Brasil Investment Bank e diretor da Anbima, complementou, apontando os caminhos daqui para frente: “Ainda há um espaço muito grande para crescer e isso passa pela atração de investidores estrangeiros, que têm uma participação relativamente pequena no nosso mercado. Quando olhamos para todo esse potencial, vemos que ele vem acompanhado de um arcabouço regulatório e autorregulatório desenvolvido, com Banco Central, CVM e Anbima.” 

Flavia Palacios, CEO da Opea e diretora da Anbima, liderou o bate-papo sobre oportunidades que os investidores encontram na indústria de investimentos brasileira e defendeu: “O mercado de capitais brasileiro tem infraestrutura robusta e regulação muito bem-preparada para receber investidores internacionais. Temos capacidade única no Brasil de originação e estruturação de ativos para investimentos sustentáveis. Agora é a hora de mostrar para o mundo que o nosso mercado tem capacidade para conectar a ponta do capital com a ponta da economia, atendendo às necessidades da transição climática.” 

A Anbima no PRI In Person 

A associação, que patrocina e está presente nos três dias da conferência, organiza o evento paralelo "Brazil overview: credibility and opportunities in sustainable finance", na terça, 4, e mantém um estande na área de expositores.  

Também participa de debates na programação oficial: "Capacity building in EMDEs", com Marcelo Billi, superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação da Anbima, no dia 5, às 15h35, no palco Community Stage; e "What's next for the evolving reporting and disclousures landscape?", com Cacá Takahashi, diretor da Anbima e coordenador da Rede ANBIMA de Sustentabilidade, dia 6, quinta, às 9h45, na sala satélite - painel 4F. 

Sobre o evento 

PRI In Person é a conferência global organizada pelo PRI (Princípios para o Investimento Responsável, na sigla em inglês), da ONU, entidade que promove a adoção de fatores ESG (ambientais, sociais e de governança) no mercado de capitais. Realizado este ano no Brasil, de 4 a 6 de novembro, no Centro de Convenções Anhembi, em São Paulo, o fórum reúne mais de mil lideranças e profissionais da indústria de investimentos.