Fundos registram resgates líquidos de R$ 16,4 bilhões em novembro
Os fundos de investimento registraram resgates líquidos de R$ 16,4 bilhões em novembro, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O resultado representa uma reversão em relação a outubro, quando as entradas líquidas somaram R$ 13,4 bilhões. No acumulado do ano, o saldo continua positivo, com os fundos alcançando captação líquida de R$ 145,5 bilhões. O patrimônio líquido da indústria encerrou novembro em R$ 10,6 trilhões.
Os fundos de previdência lideraram as saídas líquidas no mês, com perdas de R$ 9,3 bilhões. Em seguida, vieram os fundos de renda fixa, que registraram resgates líquidos de R$ 7,7 bilhões. Esse resultado contrasta com os saldos positivos obtidos pela categoria nos meses anteriores: R$ 53 bilhões em setembro e R$ 12,2 bilhões em outubro.
Já os fundos de ações registraram resgates líquidos de R$ 1,2 bilhão, valor próximo ao de outubro e bem inferior ao observado em setembro, quando somaram R$ 3,7 bilhões. Já os multimercados tiveram saídas de R$ 884,7 milhões, bastante abaixo dos resgates líquidos de outubro (R$ 2,7 bilhões) e setembro (R$ 3,5 bilhões). Entre os fundos de ações, os do tipo livre — que não seguem uma estratégia específica — lideraram as retiradas em novembro, com saídas de R$ 2,3 bilhões. Já no grupo dos multimercados, as maiores perdas foram registradas pelos fundos macro (que realizam operações em diversas classes de ativos com base nos cenários macroeconômicos), com resgates líquidos de R$ 1,6 bilhão.
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“Apesar de a Selic permanecer no maior patamar em mais de uma década, o Ibovespa avançou cerca de 6% em novembro e já acumula um ganho de mais de 30% no ano, o reforça a importância de o investidor ter uma alocação diversificada. Diante desse cenário e da expectativa de queda dos juros no próximo ano, os resgates nos fundos de ações e multimercados estão mais contidos”, afirma Pedro Rudge, nosso diretor.
Na ponta positiva, os ETFs (fundos de índice) lideraram a captação líquida, com entradas de R$ 5,1 bilhões — sendo R$ 2 bilhões em ETFs de renda fixa e R$ 3 bilhões em ETFs de renda variável. Os FIPs (Fundos de Investimento em Participações) também apresentaram resultado positivo, somando R$ 1 bilhão.
Já os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) registraram resgates líquidos de R$ 3,6 bilhões. Esse movimento, porém, foi concentrado: um único fundo teve saída de R$ 5,5 bilhões. Excluindo esse caso específico, a captação líquida dos FIDCs seria positiva em R$ 1,4 bilhão.
Rentabilidade
Entre os fundos de ações, os do tipo FMP-FGTS, que permitem que trabalhadores usem parte do saldo do FGTS para investir em ações de empresas estatais em privatização, lideraram a rentabilidade em novembro, com retorno de 8,95%. Também se destacaram os fundos de ações setoriais, com rentabilidade de 7,30%, e os indexados (que replicam indicadores de referência do mercado de renda variável), com 6,39%.
Nos multimercados, o destaque foi para os fundos long and short direcional, que operam ativos e derivativos ligados à renda variável, montando posições compradas e vendidas. Eles registraram ganhos de 2,48% no mês. Também tiveram bom desempenho os fundos do tipo capital protegido (que preservam parcial ou totalmente o valor principal investido) e os dinâmicos (com política de alocação flexível), com rentabilidades de 1,65% e 1,24%, respectivamente.
Na renda fixa, os fundos do tipo duração alta soberano, que investem 100% em títulos públicos federais do Brasil, apresentaram a melhor performance da categoria, com retorno de 1,28%.
A Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa um ecossistema de cerca de 1.500 instituições de diversos segmentos, entre associados e instituições que seguem os códigos de autorregulação da entidade. São bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.