Grupo Consultivo Macroeconômico projeta Selic em 14,75% em janeiro de 2026
O Grupo Consultivo Macroeconômico da Anbima (Associação Brasileira das Entidades do Mercado Financeiro e de Capitais) projeta que a Selic será reduzida em 0,25 ponto percentual, para 14,75% ao ano, em janeiro de 2026. Os economistas projetam que o Copom (Comitê de Política Monetária) vai manter a taxa básica de juros em 15% nas três últimas reuniões de 2025.
Para o próximo ano, a previsão é que a taxa diminua 0,50 ponto na reunião de março, e depois mais 0,75 ponto em maio. No encontro de junho, a Selic deve cair para 13% ao ano e se manter nesse patamar até setembro, quando deve recuar mais 0,25 ponto, movimento que deve ser seguido por novos cortes em novembro e dezembro para fechar o ano em 12%.
“Parte do grupo entende que o desaquecimento da economia dará insumos para o Banco Central reduzir a Selic em janeiro. Por outro lado, algumas casas argumentam que as expectativas para inflação ainda estão longe do centro da meta [3%] e que os juros devem ser mantidos no patamar mais elevado até que haja essa convergência”, explica Fernando Honorato, coordenador do Grupo Macroeconômico da ANBIMA.
A projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) em 2025 caiu de 2,30% para 2,20%. As estimativas para a inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), foram reduzidas de 5% para 4,8%.
O câmbio deve fechar este ano a R$ 5,50, ante R$ 5,60 previsto anteriormente. “O dólar está se desvalorizando frente a outras moedas em meio às incertezas no mercado global e desaquecimento da economia norte-americana. Diante dessa conjuntura, há a possibilidade de o Fed [o banco central dos Estados Unidos] reduzir progressivamente a taxa de juros até o patamar em torno de 3% em 2026”, afirma Honorato.
Na análise da política fiscal, os economistas avaliam que a dívida bruta do setor público encerrará o ano em 79,80% do PIB. A estimativa para o déficit primário neste ano foi reduzida de 0,60% para 0,52% do PIB.
Todas as análises do nosso Grupo Consultivo Macroeconômico em breve serão disponibilizadas no Relatório Macroeconômico.
Sobre o Grupo Consultivo Macroeconômico
O Grupo Consultivo Macroeconômico é composto por 26 economistas de instituições associadas à Anbima. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom, para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.
A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.