Sistema brasileiro de troca de informação de fundos começa a operar utilizando padrão internacional pioneiro no mundo
O sistema Galgo, criado pela indústria de fundos para padronizar e automatizar a troca de informações entre instituições do mercado, começou a operar no dia 27 de abril. Idealizado por representantes de associados da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), o sistema hoje é de propriedade de um condomínio formado por 14 instituições.
“Esse sistema veio para solucionar o problema de troca de informações entre instituições que hoje, além de demandar muito esforço de todos, ainda é feita sem padronização. Porém, mais do que resolver esse problema, o Galgo traz soluções para o futuro, já que trabalha como o novo padrão internacional ISO 20022”, afirma o vice-presidente da ANBIMA, Pedro Guerra.
Com a entrada em operação do Galgo, o Brasil passa a ser o primeiro país a operar com esse formato padrão para troca de arquivos, que traz vantagens como o tamanho reduzido das mensagens e garantia de que elas não sofrerão desconfigurações, aumentando a segurança do processo. Outros mercados internacionais adotarão o padrão ISO 20022 apenas no final do ano ou em 2012.
Nesse primeiro momento, já estão operando as funcionalidades do sistema que permitem a troca de informações como patrimônio líquido, cota e fatos relevantes dos fundos e carteiras administradas.A partir de setembro, o sistema passará a incluir troca de mensagens sobre posição de ativos e extrato de conciliação de cotas.
A ANBIMA é uma das instituições que compõem o condomínio, e também passará a receber informações sobre Fundos de Investimento por meio do Galgo. A BM&FBovespa é outra integrante do condomínio, juntamente com Citibank, Deutsche Bank,HSBC, Itaú-Unibanco, Santander, BTG Pactual, Votorantim Asset, Banco do Brasil, BNP Paribas, BNY Mellon, Bradesco e Caixa. Juntas, essas instituições representam 93% da indústria de fundos.
Outras instituições que quiserem transmitir e receber dados via Galgo podem tornar-se usuárias do sistema. A ideia é que o condomínio transforme-se numa empresa ainda em 2011.
“A implantação do Galgo trará aos players brasileiros vantagens competitivas. Além de tornar o processo interno mais barato, sem o sistema, cada instituição teria que desenvolver sua própria solução, o que elevaria os custos”, explica Guerra. “Para o investidor final”, continua o vice-presidente, “os principais ganhos serão em qualidade e segurança das informações que circulam na indústria”.
Para viabilizar o primeiro módulo do sistema, o condomínio já investiu R$ 40 milhões. Outros R$ 15 milhões em investimentos já estão previstos para o desenvolvimento do módulo II.
Sobre ISO 20022
O ISO 20022 é um padrão construído pelo Comitê Técnico da ISO para a troca de informações nos mercados financeiros e de capitais. Seu objetivo é facilitar a realização de negociações entre diferentes países por meio da eliminação de barreiras técnicas, criação de padrões para as mensagens e preservação da intercambialidade, sempre respeitando as regras nacionais de cada mercado.
O Comitê é composto por representantes de 49 países e 12 instituições internacionais, sendo elas: Banco Central Europeu, Clearstream, Euroclear, Fix(Protocol -Financial Information eXchange), IFX (Interactive Financial Exchange Forum), ISDA (International Swaps and Derivatives Association), ISITC (International Securities Association For Institutional Trade
Communication ), Mastercard, OMGEO, SWIFT, TWIST Transaction Workflow Innovation Standards e VISA.
A ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) representa mais de 300 instituições de diversos segmentos. Dentre seus associados, estão bancos comerciais, múltiplos e de investimento, asset managements, corretoras, distribuidoras de valores mobiliários e consultores de investimento. Ao longo de sua história, a Associação construiu um modelo de atuação inovador, exercendo atividades de representação dos interesses do setor; de autorregulação e supervisão voluntária e privada de seus mercados; de distribuição de informações que contribuam para o crescimento sustentável dos mercados financeiro e de capitais; e de educação para profissionais de mercado, investidores e sociedade em geral.