Volume de financiamentos de projetos cresce 60,0% em 2017
Em 2017, o volume de financiamento de projetos estruturados de longo prazo somaram R$ 18,0 bilhões, aumento de 60,0% em relação a 2016, distribuídos em 31 projetos e concentrados principalmente em operações do BNDES e captação via instrumentos de mercados de capitais. As concessões realizadas entre janeiro e dezembro de 2017 mostram sinais de recuperação após a forte queda ocorrida em 2016, crescendo 55,5% com volume total de R$ 13,8 bilhões, patamar inferior à média entre os anos de 2012 e 2015 de R$ 39,1 bilhões.
Nesse mesmo ano, a região nordeste perdeu o protagonismo que havia conquistado em 2014 na rota das concessões e encerrou o ano com apenas 15,9% do volume total. Entre 2014 e 2016 grande parte dos projetos do setor elétrico eram direcionados a construção de parques eólicos centralizados na região nordeste, e agora a maior parte está sendo direcionada para as linhas de transmissão na região sudeste. Além desse setor, os projetos de transporte e logística, que capturaram a maior parte do volume em 2017, também foram centralizados no Sudeste. Ao final de 2017 essa região foi destino de 61,8% do volume e 41,7% do número de projetos.
A presença do Governo nestes projetos ainda é muito importante. Somente o BNDES foi responsável por 73,2% dos financiamentos realizados em 2017, sendo 59,3% de forma direta e 13,9% via repasse. A segunda fonte mais utilizada foi o mercado de capitais, 11,5%, muito distante da primeira. Apesar da grande concentração do BNDES, com o novo desenho institucional do Banco é esperado que sua participação comece a diminuir abrindo espaço para o financiamento via mercado privado nos próximos anos.
Dentro dos instrumentos de captação de recursos mais utilizados no setor privado as debêntures possuem papel de destaque. O aumento da utilização dessa modalidade de financiamento reflete (i) a redução da taxa básica de juros, levando os investidores a migrarem para ativos de maior risco e rentabilidade, (ii) alteração na política de crédito do BNDES, aumentando a competividade do mercado privado no fornecimento de crédito de longo prazo e (iii) o uso de debêntures incentivadas enquadradas na Lei 12.431/11, aumentando a demanda desse investimento por parte dos investidores. Com a perspectiva de recuperação econômica nos próximos anos as debêntures deverão ser cada vez mais utilizadas para o financiamento desse tipo de projetos.