Emissões mostram recuperação em maio com o maior volume desde março/23
As emissões do mercado de capitais apresentaram crescimento em maio, registrando uma captação de R$ 22,6 bilhões, um aumento de 46,3% na comparação com o mês anterior e o terceiro maior volume dos últimos cinco meses. No acumulado do ano, o total emitido atingiu R$ 105,8 bilhões, correspondendo a uma redução de 42,3% em relação ao mesmo período de 2022.
As debêntures representaram 43,5% do volume total emitido em maio, somando R$ 9,8 bilhões em 25 operações realizadas, 11 a mais do que o registrado no mês anterior, quando foram realizadas 14 operações que totalizaram R$ 6 bilhões.
Embora o mercado esteja mostrando sinais promissores de retomada, é importante destacar que grande parte do volume ofertado (65,6%) está sendo direcionado para os intermediários e outros participantes da oferta. Os fundos de investimento representam aproximadamente 25,5% do total emitido. Os recursos têm sido alocados principalmente para capital de giro, refinanciamento de passivo e infraestrutura, com percentuais de 33,9%, 31,4% e 25,9%, respectivamente.
No mês de maio, a renda fixa teve um impulso significativo com os ativos securitizados (CRI, CRA e FIDC) representando 39,6% do volume emitido. Os CRAs, em especial, alcançaram o maior volume de emissão desde setembro de 2022, totalizando R$ 4,3 bilhões, o equivalente a 18,9% do volume total emitido no mês. Apesar dessa melhora, foi observado que o prazo médio das emissões no período de janeiro a maio permanece baixo em relação aos períodos anteriores, com uma média de 5,2 anos, contra 6,9 em 2022. Nas ofertas públicas de CRA, as pessoas físicas se destacaram como os maiores subscritores, representando 63,3% do total. Já nas ofertas de CRI e FIDC, os fundos de investimento assumiram a liderança, subscrevendo 45,2% e 40,0%, respectivamente, das ofertas encerradas.
Os instrumentos híbridos, incluindo FIAgro e FII, também apresentaram recuperação, com um volume de emissão de R$ 2,0 bilhões em maio, representando um crescimento de 112% na comparação com o mês anterior. Atualmente, cerca de 20 ativos dessa classe estão com ofertas em andamento, totalizando R$ 6,4 bilhões em instrumentos híbridos.
No mercado de renda variável, uma operação de follow-on movimentou R$ 369 milhões, sendo que grande parte das ofertas realizadas no ano foram subscritas por investidores estrangeiros e fundos de investimento. A maior parte dos recursos foi direcionada para capital de giro.