Volume financeiro das pessoas físicas totalizou R$ 3,7 trilhões
Em 2020, os recursos dos segmentos private e varejo, incluindo o volume da previdência aberta no private, totalizaram R$ 3,7 trilhões, o que corresponde ao crescimento de 13,4% em relação a 2019, tornando-se a maior variação anual da série histórica iniciada em 2014. Entre os segmentos, o varejo tradicional exibiu o maior avanço no ano, 20,3%. O private desponta em seguida, com variação de 13,5%, encerrando o ano com o maior estoque do período, de R$ 1,5 trilhão – mesmo retirando os recursos destinados para previdência a variação foi muito próxima, 14%. Já o varejo alta renda registrou elevação de 6,7%.
As reduções da taxa de juros e a implementação do auxílio emergencial, que beneficiou cerca de 53,9 milhões de brasileiros, justificam o desempenho do varejo tradicional. As maiores variações da alocação desse segmento ocorreram, em especial, nos seguintes produtos: ações, com variação de 47,8%; CDB, 34,1%; poupança, 22,8%. A maior parcela desse estoque é da poupança, correspondendo a 69,6% do total, seguida dos fundos de renda fixa e CDB, com participações de 10,4% e 9,9%, respectivamente.
No varejo alta renda, os títulos e valores mobiliários representam a maior parte da carteira, 44,5%. Além disso, o estoque atingiu R$ 470 bilhões do total do segmento (R$ 1 trilhão) e encerrou o ano com aumento de 30,8% em relação a 2019. Somente o CDB mostrou variação de 72,3% em seu volume financeiro, alcançando R$ 187,4 bilhões.
No segmento private, os ativos ligados a renda variável, ações e fundos de ações cresceram em volume financeiro 38,9% e 20,4%, em relação a 2019, e acabaram o ano com estoque de R$ 310,5 bilhões e R$ 125,2 bilhões, nesta ordem. Esse resultado torna-se expressivo diante da rentabilidade de 2,92% do Ibovespa no mesmo período. Enquanto isso, os fundos de renda fixa viram seu estoque diminuir 23,3%, resultando em R$ 87,1 bilhões.
No período, o aumento de 27,8% no número de contas das pessoas físicas, o que corresponde a 105,6 milhões (não contabilizadas por CPFs), indica a busca de diversificação dos investidores, consequência direta da abertura de contas para recebimento do auxílio emergencial. Somente no varejo tradicional essa elevação foi de 28,9%, com destaque para ações, fundos multimercados e poupança, exibindo variação em relação a 2019 de 79,2%, 41,4%, 30%, nesta ordem. No varejo alta renda, o aumento foi de 16,6%, liderado pela variação de 45,5% das ações, seguida pelo CDB com crescimento de 40,2%. Já as contas do segmento private aumentaram 1,7% em 2020.