ANBIMA Global Insights debate oportunidades para distribuidores em um cenário com investimentos no exterior no radar e o Brasil na rota global
Evento aconteceu hoje em São Paulo e reuniu mais de 600 profissionaisOs investimentos no exterior, o papel do Brasil como protagonista regional na rota dos investimentos globais e as oportunidades para os profissionais de distribuição nesse cenário de mão dupla foram discutidos no ANBIMA Global Insights, que reuniu hoje (8) em São Paulo mais de 600 executivas e executivos.
Na abertura da segunda edição do evento, Carlos André, nosso presidente, ressaltou a "missão" dos distribuidores de produtos de traduzir o mercado para o investidor, além do “desafio de identificar oportunidades e alinhar expectativas com objetivos reais”. “A internacionalização depende da capacidade de vocês de orientar com clareza, responsabilidade e visão de longo prazo”, disse para a plateia.
Já no painel “A intermediação internacional em transformação”, Marcelo Barbosa, ex-presidente da CVM, destacou o lado oposto: as soluções eficientes que o Brasil tem em várias áreas. “A indústria de fundos é um exemplo. Acho importante a gente ter esse reconhecimento para não se colocar naquela situação de apequenamento.”
Essa discussão também norteou a mesa “Protagonismo em construção: o Brasil na geografia dos investimentos globais”. Flávia Palacios, CEO da Opea, convidou os profissionais a uma reflexão: “A gente tem que trazer um pouco da autorresponsabilidade em saber vender Brasil, de falar o que a gente tem, de vender o que tem de bom”, lembrando que o país tem “um mercado extremamente sofisticado em termos de infraestrutura e de regulação”. Para Luciane Effting, head de Distribuição de Investimentos do Santander, “não é só sobre uma distribuição que explique o que é um ETF ou um BDR, mas que explique por que faz sentido na composição do portfólio desse investidor.”
Andrés Kikuchi, diretor-executivo da Nu Asset Management, reforçou que é preciso quebrar a barreira de como é feita atualmente a alocação de investimentos, referindo-se ao “viés brasileiro de investir majoritariamente no local”. “Temos de mostrar, como agentes do mercado, que não é só sobre o CDI”, enfatizou. Já Giuliano De Marchi, head da América Latina da JP Morgan Asset Management, afirmou que “já somos consumidores globais”. “Que marca de celular vocês têm? Que carro vocês dirigem? Já consumimos produtos internacionais. A gente tem que ter investimentos globais também.”
PROTAGONISMO
No painel “Brasil na vitrine: como fortalecer nossa imagem lá fora?”, Zeca Doherty, nosso diretor-executivo, lembrou que a Anbima já trabalha na internacionalização há muito tempo, mas inicialmente apenas no aspecto regulatório e autorregulatório. “Três anos atrás, a gente incluiu na nossa agenda o desenvolvimento de negócios. Oportunidades de negócios para nossa comunidade, para o nosso associado e para o investidor”, completou. Na mesma mesa, Ricardo Eleutério, COO da Bradesco Asset Management, ressaltou que o mercado de crédito privado do país “é muito mais profundo do que há quatro anos”, acrescentando em seguida que “não é só emissão” e destacando a robustez do mercado secundário.
No debate “Profissional global, impacto local”, Renato Breia, sócio-fundador da Nord Investimentos, enfatizou que o profissional precisa saber falar sobre todos os assuntos --e não apenas sobre investimentos locais—e projeta um futuro promissor. “O mercado de crédito privado evoluiu muito, as alternativas são muito maiores, e também as alternativas para fazer investimentos lá fora.”
No passado, lembrou Aquiles Mosca, CEO da BNP Paribas Asset Management, “a não ser que a gente trabalhasse num grande banco internacional, numa grande gestora internacional, não tinha essa possibilidade de desenvolver uma carreira internacional”. “Isso está muito mais aberto agora. O universo se abriu muito”, celebrou.