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ANBIMA Summit: educação financeira e customização da experiência são apostas para ampliar o número de investidores

Especialistas também destacam desafios para que mais pessoas da classe C acessem o mercado

Internet, mídias sociais e plataformas digitais de bancos e corretoras democratizaram o acesso dos brasileiros a conteúdos sobre finanças pessoais e investimentos em anos recentes. O resultado é que um número cada vez maior de pessoas passou não apenas a investir como também a diversificar suas carteiras. O movimento de ampliação de investidores e de diversificação das carteiras é considerado irreversível, mas há desafios pela frente para engrossar os números, como reforçar as ações de educação financeira, aprimorar a jornada digital e customizar a oferta aos investidores. As indicações são dos especialistas que participaram nesta quinta-feira, 28, do painel “Análise do investidor e suas tomadas de decisões”, no ANBIMA Summit.

O painel foi precedido pela apresentação de alguns destaques da edição deste ano da nossa pesquisa Raio X do Investidor, que entrevistou mais de 3.400 pessoas em todo o país – e que serviu de insumo para os debates. O levantamento mostrou que a intenção de formar uma reserva de emergência cresceu entre todas as classes sociais. A pandemia, embora tenha levado a uma redução do número de investidores, mostrou também que os brasileiros estão diversificando seus investimentos. Na comparação de 2020 com 2019, caiu de 37% para 29% o percentual de investidores que deixa os recursos na caderneta de poupança. Por outro lado, cresceu o percentual que investe em bolsa (1,5% para 3%), fundos (3% para 5%) e títulos privados (2% para 5%).

“O cenário mudou muito. As mídias sociais popularizaram o tema de investimentos, as pessoas buscam informações e houve uma democratização do acesso aos produtos”, disse Michelli Gobi, gerente de Planejamento e Compliance do Banco do Brasil. Mais conhecimento, mais diversificação. A executiva citou dados da B3, mostrando que, em 2019, comemorava-se a marca de um milhão de investidores pessoa física na bolsa. No fechamento do primeiro semestre de 2021, esse número chegou a 3,8 milhões de CPFs. “Isso mostra o quanto o investidor busca a diversificação do seu portfólio. A própria evolução da regulação e da autorregulação do suitability (questionário de perfil de risco) traz segurança ao mercado para ofertar produtos que atendam as necessidades do investidor”, disse.

De acordo com Romildo Valente, head de Investimentos do C6 Bank, o movimento de diversificação, apoiado pela popularização dos investimentos nos canais digitais de bancos e corretoras, é irreversível. “Estamos em um momento de grande experimentação, com consumidores acessando produtos e serviços que há cinco anos eram exclusividade de grandes investidores”, disse. Ele citou que existem hoje na B3 mais BDRs (Brazilian Depositary Receipts) listados do que papéis de empresas locais – 700 contra 400, aproximadamente. “Isso significa que um investidor iniciante pode, com R$ 6, comprar o papel de uma empresa de healthcare do meio-oeste dos EUA”.

O especialista entende que ainda existem desafios relacionados à jornada puramente digital dos investidores. “Vejo um desafio menos ligado à carência de produtos e mais da experiência do cliente e da abordagem de recomendação de investimentos. É grande o número de pessoas sem noção de como constituir uma reserva de emergência com produtos que existem hoje”, afirmou. Dessa forma, é preciso buscar um entendimento particular do investidor, seus anseios e objetivos, e tratá-lo de forma personalizada. “A visão é abordá-lo com uma proposta de carteira de investimentos e não de produtos, com um portfólio customizável aos seus objetivos”, disse.

Um olhar sobre a classe C
Citando dados da pesquisa, nosso superintendente de Comunicação, Educação e Certificação, Marcelo Billi, lembrou que metade das pessoas da classe C não investiu em produtos financeiros em 2020. Questionada sobre as possíveis soluções para fazer frente a esse cenário, a CEO da Barkus Educacional, Bia Santos, entende que é preciso fomentar uma educação financeira que trabalhe aspectos comportamentais, como controle do dinheiro, organização das finanças e criação de objetivos de curto, médio e longo prazo – que culminarão no desenvolvimento de uma cultura de investimentos.

“Falamos de pessoas que vivem na emergência, no ‘corre’ do dia a dia, que estão sempre apagando incêndio. Precisamos de apoio de tecnologia (para fomentar a educação), mas também é preciso entender a realidade dessa população. Só nos comunicaremos com a classe C quando entendermos seus problemas”, disse.

A especialista citou um projeto conjunto da Febraban e do BC que tem quatro pilares para o fomento da educação financeira no Brasil: uso de linguagem acessível, personalização, escala e acompanhamento e aprimoramento das ações educativas. “O processo de educação também passa por mostrar para as pessoas que investimento não é só bolsa. Não dá para começar na renda fixa, em que a pessoa tem mais segurança, controle e previsibilidade nos rendimentos e a partir daí diversificar? O problema é quando o processo sai de 0 para 100”, disse.

Para Michelli Gobi, do BB, o desafio para atender essa parcela da população é menos relacionado a produtos e mais à jornada, o que passa por reforço em ações de educação financeira. “Temos fundos multimercados com investimento no exterior com ticket de um centavo. O problema não é produto”, disse. É preciso, assim, romper o tabu e a barreira cultural de que investir é só para quem tem dinheiro, buscar uma mudança cultural para incentivar o planejamento financeiro e tornar o investimento um hábito do dia a dia. “Além de produto e educação financeira, é preciso também ter profissionais capacitados acompanhando os investidores iniciantes”, concluiu.

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