Com incertezas no cenário externo, Grupo Macroeconômico reduz a previsão da Selic para o fim do ano
Nova política tarifária dos EUA deve provocar um desaquecimento global, permitindo que o Copom reduza a taxa de juros para 14,75% ao fim anoO nosso Grupo Macroeconômico projeta que a Selic terminará 2025 em 14,75% ao ano. É uma redução de 0,25 ponto em relação à estimativa feita em março deste ano. A mudança reflete as incertezas do mercado diante da guerra tarifária promovida pelo governo dos Estados Unidos, que, segundo os economistas, podem favorecer o real em relação ao dólar. A projeção para a moeda americana recuou de R$ 6 para R$ 5,87.
De acordo com eles, a Selic vai subir 0,5 ponto na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) desta semana e mais 0,25 em junho, ficando estabilizada em 15% ao ano até o encontro de dezembro, quando deve recuar para 14,75%.
“A expectativa é que nova política tarifária dos Estados Unidos provoque um desaquecimento global e a consequente queda da inflação, levando o Copom a reduzir a taxa de juros brasileira ao final do ano”. Neste cenário global, o real também pode sair fortalecido”, afirma Fernando Honorato,coordenador do nosso Grupo Macroeconômico.
Os economistas mantiveram a projeção de que a inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidos Amplo), termine o ano em 5,6%, quase o dobro do centro da meta, de 3%. Já as estimativas para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) subiram de 1,92% para 2%, apoiadas em medidas expansionistas do governo federal.
Na análise da política fiscal, o grupo avalia que a dívida bruta do setor público chegará a 80,30% do PIB, em 2025. A estimativa para o déficit primário neste ano foi revisada de 0,66% para 0,64% do PIB.
Todas as análises do nosso Grupo Consultivo Macroeconômico em breve serão disponibilizadas em breve no Relatório Macroeconômico.
Sobre o Grupo Consultivo Macroeconômico
O Grupo Consultivo Macroeconômico é composto por 26 economistas de instituições associadas à ANBIMA. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom, para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.