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Congresso 2020: Mercado de capitais mostra resiliência durante a pandemia

Perspectivas para 2021 são positivas, mas risco fiscal e segunda onda de Covid-19 trazem incertezas

Com a pandemia e as medidas de isolamento social que reduziram drasticamente o ritmo da economia, o Brasil passou por um dos momentos mais voláteis no mercado acionário em 30 anos. Mesmo assim, no acumulado do ano até novembro, a bolsa brasileira somou 46 emissões de ações, sendo 25 IPOs (ofertas públicas iniciais de ações) e 21 follow-ons.

“Parece pouco, mas a média anual de IPOs entre 2011 e 2019 foi de apenas cinco por ano”, afirma Gilson Finkelsztain, CEO da B3. A resiliência do mercado brasileiro durante a crise de Covid-19 foi um dos temas discutidos no painel de abertura do Congresso Brasileiro de Mercado de Capitais, evento organizado pela ANBIMA e pela B3 nesta segunda (23).

Para José Eduardo Laloni, vice-presidente da Associação, salvo o solavanco em março e abril, a pandemia não impediu o mercado de capitais de continuar viabilizando captações e rolagem de dívidas das empresas. No acumulado do ano até outubro, as emissões de CRA (Certificado de Recebíveis do Agronegócio), CRI (Certificado de Recebíveis Imobiliários) e FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios), por exemplo, somam R$ 45 bilhões, volume próximo ao de igual período do ano passado. Até junho, o mercado de capitais respondeu por 17% do mix de financiamento das empresas. Há quatro anos, esse percentual não passava de 8%.

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José Eduardo Laloni (ANBIMA, esq.), Gilson Finkelsztain (B3, dir.) e Ana Carla Abrão (Oliver Wyman, centro) participaram do primeiro debate do Congresso Brasileiro de Mercado de Capitais
 

“Foi inevitável comparar a pandemia com outras crises que passamos, em que as taxas de juros subiam e o mercado de capitais se fechava prontamente. Desta vez, tivemos a oportunidade de contar com um mercado ativo”, diz Laloni. Os investidores locais foram os grandes protagonistas em um cenário de maior aversão a riscos para os estrangeiros. Ao final de outubro, a bolsa somava 3,14 milhões de pessoas físicas, um crescimento de 86% em relação ao número do final de 2019. Os juros baixos estimularam a busca de alternativas de investimento com maiores retornos, em particular ativos de renda variável.

Mesmo a perspectiva de elevação das taxas de juros em 2021 não deverá interromper esse movimento: os investidores passam a enxergar as movimentações dos juros como situações transitórias. “Não somos mais a república da renda fixa. O próprio investidor mudou e entendeu a importância da diversificação das carteiras. Há uma nova geração que começa a investir mais cedo – as próprias plataformas de distribuição fazem um grande trabalho para democratizar o acesso a investimentos com mais risco”, fala Finkelsztain.

Cenário desafiador, perspectivas positivas

Os bons resultados do mercado de capitais em 2020 geram perspectivas positivas, apesar das incertezas do momento atual.  “Para 2021, vemos os cenários local e global desafiadores, com a chegada da segunda onda da pandemia em alguns países, incertezas sanitárias no Brasil e um grande desafio na seara fiscal”, comenta Ana Carla Abrão, head da consultoria Oliver Wyman no Brasil, que mediou o painel.

Por outro lado, lembrou Finkelsztain, há ampla liquidez global, fruto da injeção de recursos de bancos centrais nas economias, em um cenário de taxas de juros reais baixas ou negativas e com as pessoas à procura de destinos internacionais para suas aplicações. Nesse cenário, atrair os investidores estrangeiros para o mercado local de renda fixa e variável é outro desafio. “Nenhum mercado de capitais desenvolvido vive apenas do investidor local. Sabemos que a legislação cambial brasileira, por exemplo, é muito restrita. O cenário fiscal e o andamento da economia também são importantes para dar a credibilidade para o nosso mercado”, avalia Laloni. “O estrangeiro voltará quando tiver mais previsibilidade de que manteremos o compromisso fiscal, respeitaremos o teto de gastos e avançaremos com a agenda de reformas”, completa Finkelsztain.

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