Estudo da ANBIMA mostra contribuição do mercado de capitais para o desenvolvimento econômico brasileiro
O mercado de capitais consolidou nos últimos anos sua contribuição para o crescimento da economia real do país por meio do financiamento a empresas dos mais variados setores, investimentos em cadeias produtivas estratégicas e mobilização da poupança privada. Essa é a conclusão do estudo “A contribuição do mercado de capitais para o desenvolvimento econômico” elaborado pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). Essa iniciativa faz parte da agenda de representatividade do ANBIMA em Ação 2025-2026.
“O mercado, muitas vezes, é visto como uma força invisível, sem associação direta com a economia real. Esse estudo procura tangibilizar essa relação, mostrando a contribuição dos instrumentos de dívida corporativa para o crescimento das empresas. Os números falam por si”, afirma Carlos André, presidente da ANBIMA.
+ Confira o estudo “A contribuição do mercado de capitais para o desenvolvimento econômico” na íntegra
O reflexo mais expressivo da importância do mercado de capitais na economia brasileira é a parcela dos ativos de renda fixa como fonte de financiamento das empresas. Esse conjunto de ativos corresponde a 31% da dívida de companhias não financeiras em 2024, o dobro do observado (16%) em 2017, segundo dados do Banco Central.
Olhando setorialmente, no período de 2018 a 2024, os maiores volumes de emissões de ativos de renda fixa (debêntures corporativas, notas comerciais e notas promissórias) concentram-se nos segmentos de energia elétrica, transporte e logística, comércio atacadista e varejista, empreendimentos e participações, locação de veículos e TI e telecomunicações.
Para muitos segmentos da economia, o mercado de capitais vem se consolidando como importante fonte de financiamento. Para efeitos de comparação, no agronegócio, o estoque de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) e de Fiagros (Fundos de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais) em mercado equivale a 31% do saldo do crédito rural. Há quatro anos, correspondia a 19%.
Outro setor que se beneficiou do crescimento sustentável do mercado de capitais foi o de infraestrutura. Apenas com as debêntures incentivadas, as empresas captaram R$ 411,7 bilhões entre 2018 e 2024, com destaque para os projetos ligados a energia elétrica, que responderam por 41,6% desse valor, seguido de transporte e logística (23,7%) e saneamento (12%).
“O mercado de capitais não contribui somente com as empresas. Na outra ponta está o investidor, que compra esses ativos para construção de poupança e patrimônio. E estamos falando de todo tipo de investidor, do pequeno ao alta renda”, diz Zeca Doherty, diretor-executivo da ANBIMA.
Os dados mostram que o segmento de varejo ultrapassou o de private na aquisição de títulos de renda fixa nos últimos dois anos. Em 2024, o varejo respondeu por R$ 186,7 bilhões da carteira de renda fixa, enquanto o private ficou com R$ 144,3 bilhões.
Conheça o ANBIMA em Ação
O ANBIMA em Ação é o conjunto das principais iniciativas da Associação para este e o próximo ano. Esse planejamento estratégico foi elaborado a partir de uma ampla consulta aos nossos associados, novos players, reguladores e lideranças da ANBIMA que resultou em uma agenda apoiada em três pilares: representatividade, inteligência de dados e redução do custo de observância. Além das iniciativas sob estes três pilares indicados na consulta, o ANBIMA em Ação 2025-2026 inclui temas que já estão em andamento, seja porque são estratégicos para o mercado ou para o futuro da Associação: sustentabilidade, investimento internacional, finanças digitais, inteligência artificial e educação. Confira cada uma aqui.