A indústria de FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) vive uma fase de forte expansão. Nos últimos doze meses encerrados em novembro, o patrimônio líquido desses fundos avançou 22,5%, alcançando R$ 741,1 bilhões. Já o número de contas de investidores mais do que dobrou, passando de 147,3 mil para 333,7 mil. Os dados fazem parte do novo dashboard de FIDCs, disponível no ANBIMA Data, que reúne informações detalhadas sobre esse tipo de produto.

+ Para conferir os dados completos, acesse o Dashboard de FIDCs

Neste intervalo, o número de contas de investidores em geral que aplicam em FIDCs subiu de 2,4 mil para 34,3 mil, um salto de 1.329,2%. Já o número de contas de investidores qualificados (aqueles que possuem pelo menos R$ 1 milhão em aplicações e se declaram como qualificados), que já podiam alocar recursos no produto antes da Resolução CVM 175, passou de 97,8 mil para 239,7 mil, um aumento de 145,1%. Já o crescimento entre os investidores profissionais (com mais de R$ 10 milhões em investimentos e que se declaram como profissionais), foi menor, de 55,2%, de 20,3 mil para 31,5 mil contas. 

“Os FIDCs cada vez mais vêm consolidando seu papel no financiamento da economia real e ganhando espaço entre os investidores que buscam diversificação. A tendência é de crescimento consistente dessa classe, impulsionada pela ampliação do uso de instrumentos de crédito estruturado, pela eficiência desses veículos na alocação de capital e pelo interesse crescente do varejo”, afirma Julya Wellisch, diretora da Anbima.

Esses avanços coincidem com a ampliação no número de gestoras de FIDCs e de fundos desse tipo distribuídos no mercado. Entre dezembro de 2024 e novembro de 2025, a quantidade de assets que gerem FIDCs passou de 372 para 426, um crescimento de 14,5%. Já o número de classes (considerando a nova denominação trazida pela Resolução 175) aumentou de 3,0 mil para 3,8 mil, alta de 26,7%. A maioria dessas classes (2.697) é fechada — ou seja, o investimento pode ser resgatado somente após o término do prazo de duração do produto. 

O volume captado em ofertas de FIDCs também foi expressivo nesse período. De dezembro de 2024 a novembro de 2025, foi levantado o valor acumulado de R$ 90,1 bilhões em emissões, com os fundos de investimento sendo os principais compradores. Em novembro, dos R$ 6,4 bilhões captados em 91 operações, os fundos subscreveram 75%, o equivalente a R$ 4,8 bilhões.