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Macroeconomia: como os indicadores econômicos têm reagido à pandemia de Covid-19?

Confira no nosso canal do YouTube o vídeo completo do debate do Grupo Consultivo Macroeconômico, que foi transmitido ao vivo para os associados no workplace

As incertezas que a pandemia de Covid-19 provocou nas economias global e local estiveram no centro das discussões do Grupo Consultivo Macroeconômico, em debate exclusivo aos associados, transmitido ao vivo pelo workplace, na terça-feira, 5. O vídeo já está disponível na íntegra em nosso canal do YouTube. Confira!

Fernando Honorato, economista-chefe do Bradesco; Luiz Fernando Figueiredo, nosso diretor e sócio da Mauá Capital; e Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander, representaram o grupo, que é formado por 22 economistas de grandes instituições associadas. Eles destacaram que, até agora, os efeitos mais relevantes da crise estão relacionados à queda da atividade econômica, à piora do desemprego, à deterioração do resultado primário e ao aumento da dívida pública no Brasil.

Veja a seguir as projeções e os comentários do grupo para os principais indicadores econômicos.

Selic e inflação
O cenário de crise tem estimulado o Copom (Comitê de Política Monetária) a manter a trajetória de queda da taxa básica de juros. Após o novo corte na quarta-feira, 6, que levou a Selic de 3,75% para 3%, as estimativas do grupo mostram que ela deve chegar a 2,5% no fim de 2020.

Para Luiz Fernando Figueiredo, há espaço para uma queda ainda mais agressiva. “O Brasil já tinha uma ociosidade grande na economia, que aumentou com a pandemia, principalmente pela diminuição da demanda por produtos e serviços. Precisamos agora de muito estímulo”, afirmou. Segundo ele, uma redução maior dos juros até o encerramento do ano seria uma das formas de o Banco Central impulsionar a recuperação da atividade econômica.

Entre os fatores que contribuem para os cortes na Selic está a inflação abaixo da meta do Banco Central, de 4%. As estimativas do grupo, que em janeiro eram de 3,2%, caíram para 2,1%.

PIB
Quanto à atividade econômica, os impactos da pandemia fizeram com que os economistas revisassem para baixo as projeções. Em março, as expectativas eram de que o PIB atingisse 1,5% no ano e agora apontam resultado negativo de 4%. “Caso se concretize, será uma das maiores contrações da história do país”, disse Fernando Honorato, que também preside o grupo na ANBIMA.

Mercado de trabalho
Outro reflexo da retração da economia atinge o mercado de trabalho. A projeção média para a taxa de desemprego no fim deste ano é de 14%. “Dois vetores devem influenciar esse resultado. Um deles é a profundidade e a duração da crise. O segundo é a mudança de comportamento da sociedade assim que o isolamento diminuir no país, ou seja, a forma como as pessoas vão retomar suas rotinas”, afirmou Honorato.

Resultado primário e dívida pública
O aumento dos gastos públicos, também por conta da pandemia, e o enfraquecimento da economia têm impactado diretamente o resultado primário. As projeções do grupo são de déficit primário de 8,1% do PIB no fim de 2020 (em março, a expectativa era de déficit de 1,61%).

Segundo Honorato, a deterioração do cenário primário tem como consequência natural o aumento da dívida pública. Os economistas ressaltaram que o governo não tem alternativa no momento que não seja a de apoiar famílias e empresas mais vulneráveis. Para Ana Paula Vescovi, um dos debates mais importantes hoje é como será a saída da crise, que vai levar o país a um maior endividamento. Ela apontou ainda que a rolagem da dívida pública dependerá da capacidade de o país passar pela crise e da retomada da agenda de reformas estruturais, assim que pandemia acabar.

Câmbio
O cenário de crise global, aliado às dúvidas sobre o tempo de duração da pandemia, ao fortalecimento do dólar e às incertezas da economia e da política local, tem se materializado na piora do câmbio, de acordo com o grupo. No começo de 2020, a projeção para o dólar no encerramento do ano era de R$ 4,10 – agora, a mediana das estimativas é de R$ 5,00.

Recuperação da economia
Durante o bate-papo, os economistas reportaram que a maioria do Grupo Consultivo Macroeconômico acredita na recuperação gradual da economia, que está ligada também à forma como a pandemia ainda vai se desenvolver no país. Para eles, tanto governo, quanto bancos, empresas e sociedade, devem sair endividados da crise, com crescimento potencial menor do PIB e comprometimento da renda disponível para consumo.

“Os impulsos ficais e monetário têm sido imensos, maiores inclusive do que a crise de 2008”, disse Ana Paula. Ela lembrou que esses estímulos do governo para auxílio ao setor privado, à sociedade e aos estados terão que ser pagos de alguma forma após o fim da crise, seja com aumento dos impostos ou com o comprometimento da renda por um tempo maior. “É importante ter clareza de que o Banco Central não gera recursos novos. Toda essa injeção de liquidez vem de capital do Tesouro. Não podemos perder de vista que estamos fazendo um acordo com nós mesmos para o futuro. Isso se transporta para a dívida pública e 90% dela é financiada pela sociedade”, completou.

Luiz Fernando reforçou que os programas de auxílio do governo não são e não podem ser financiados com recursos novos – uma emissão monetária poderia desequilibrar a economia e dificultar a saída do país do endividamento. Ele apontou ainda que, ao contrário de experiências passadas, hoje é possível lidar com a crise sem aumento dos juros.

Assista ao vídeo completo no YouTube e acompanhe também o relatório do Grupo Consultivo Macroeconômico.

Sobre o Grupo Consultivo Macroeconômico
O Grupo Consultivo Macroeconômico da ANBIMA é composto por 22 economistas de instituições associadas. Eles se reúnem a cada 45 dias, em média, sempre na semana que antecede a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária, do Banco Central), para analisar a conjuntura econômica e traçar cenários para os mercados brasileiro e internacional.