Mercado de capitais registra em outubro maior volume mensal de ofertas no ano
Com os R$ 89,9 bilhões contabilizados, as emissões no acumulado de 2025 chegaram a R$ 618,8 bilhões, de acordo com os dados da AnbimaAs ofertas no mercado de capitais somaram R$ 89,9 bilhões em outubro, o maior volume mensal do ano, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). O montante levou o acumulado dos dez primeiros meses de 2025 a R$ 618,8 bilhões, com uma queda de 3,2% na comparação com o mesmo intervalo em 2024.
As debêntures também atingiram em outubro o maior valor mensal do ano, R$ 59,4 bilhões, e no acumulado de 2025 totalizaram R$ 376,9 bilhões, apenas 1,2% abaixo do patamar contabilizado no mesmo período de 2024. A maior parte dos recursos captados foram destinados para investimentos em infraestrutura (36,1%) e pagamento de dívidas (27,2%). O prazo médio dos papéis alcançou 8,0 anos.
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Já as notas comerciais, criadas para facilitar o acesso ao mercado de capitais com emissões menos burocráticas, bateram recorde, totalizando R$ 42,5 bilhões nos dez primeiros meses do ano, com uma expansão de 13,0% em comparação com o mesmo período do ano anterior.
“A renda fixa continua se destacando em um ambiente com taxa de juros em um patamar elevado e a análise do resultado por instrumento mostra como é importante ter um amplo leque de opções para as empresas de diversos portes que buscam o mercado de capitais”, afirma Guilherme Maranhão, nosso presidente do Fórum de Estruturação de Mercado de Capitais.
Securitização
Os FIDCs (Fundos de Investimento em Direitos Creditórios) também chegaram a um patamar inédito para o período, com as companhias levantando R$ 71,2 bilhões, 20,3% acima do registrado nos primeiros dez meses de 2024.
Ainda entre os instrumentos de securitização, os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) somaram R$ 37,2 bilhões em 2025, apresentando uma redução de 27,0%. Os CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio), por sua vez, registraram R$ 32,9 bilhões em ofertas no acumulado, com aumento de 3,6% no confronto com o mesmo intervalo do ano passado.
As CPR-Fs (Cédulas de Produto Rural Financeira), título de crédito do agronegócio criado para viabilizar a antecipação de recursos financeiros por produtores rurais, registraram emissões pelo terceiro mês seguido, somando R$ 4,3 bilhões em 2025.
No segmento de títulos híbridos, os FIIs (Fundos de Investimento Imobiliários) chegaram a R$ 42,9 bilhões no acumulado de 2025, o maior patamar no acumulado de janeiro a outubro na série histórica, com aumento de 6,0%. Já os Fiagros (Fundos de Investimento em Cadeias Agroindustriais) somaram R$ 4,5 bilhões, com um acréscimo de 39,8%.
Na renda variável, outubro registrou o sétimo mês de operações de follow-on em 2025, totalizando R$ 4,5 bilhões no ano.
Mercado externo
As emissões de renda fixa no mercado externo atingiram US$ 31,1 bilhões no acumulado entre janeiro e outubro, superando em 54,6% o volume contabilizado em 2024 inteiro. A maior fatia dos recursos foi captada pelas empresas (61,0%), seguido pela República (27,1%) e pelas instituições financeiras (11,9%).
Na análise do perfil dos prazos, os papéis com vencimento de 6 a 10 anos tiveram a maior participação, com 39,8% do total.