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Michell Zappa: futuro da IA passa por 10 capítulos

Futurista participou de masterclass da Jornada de Inteligência Artificial da ANBIMA

Header_Boiler_Notícias_ANBIMA_em_AçãoAs funções de inteligência artificial estão transformando diversos modelos de negócios, tanto que adotar IA já aparece como obrigação para indústrias. Ao abrir a masterclass "Os próximos mil dias", que encerrou a Jornada de Inteligência Artificial, o futurista Michell Zappa ressaltou a necessidade de se ter conhecimento sobre as aplicações práticas da IA no contexto dos negócios, manter-se informado sobre as últimas capacidades e técnicas de IA e desenvolver competências.

Zappa, que também é fundador e CEO do instituto de pesquisa em tecnologia Envisioning, compartilhou o que ele chamou de dez capítulos para navegar rumo ao futuro da inteligência artificial e preparar as bases necessárias para a IA de propósitos gerais.

+ Confira todos os eventos da Jornada de Inteligência Artificial

Exponenciais

Para Michell Zappa, o fundamento de tudo está na ideia de exponencial, de que tudo está se acelerando. Assim como outras tecnologias de propósito geral transformaram completamente o mundo — como fogo, roda, impressão, eletricidade, telefonia, computadores, internet e o celular —, a IA é a próxima tecnologia disruptiva e está inserida em diversas áreas do conhecimento,  como matemática, ciência da computação, estatística, ética, ciência de dados, psicologia e linguística. 

“A IA acontece na interseção de diversos campos e, se não fosse por todos, não existiria IA, porque você precisa de todo o resto para a inteligência ser artificial”, explicou, acrescentando que a tendência tem sido de superestimar o impacto da IA no curto prazo e subestimá-lo no longo prazo.

Apesar de ser exponencial, o futurista ponderou que os apps de IA têm uma adoção rapidíssima, mas apresentam uma retenção baixa. “As pessoas sentem a necessidade de acompanhar a evolução, mas não acharam os motivos.” Michell Zappa explicou que existem muitas famílias de inteligência artificial com diferentes habilidades e aplicações. “Acho que a junção das inteligências vai causar uma coisa que ainda não vimos”, apontou. 

Fronteiras

Devido aos fatores exponenciais, os recursos de IA estão mudando o tempo todo e prestar atenção à vanguarda ajuda a ajustar as expectativas sobre as possibilidades de curto prazo. Zappa recomenda avaliar sempre o que está na ponta em desenvolvimento. É, segundo ele, uma fronteira irregular, porque “o que esperamos que uma IA seja capaz de fazer raramente bate com o que ela pode fazer”. E, segundo ele, ainda que seja difícil generalizar, não se pode ignorar o que está acontecendo na ponta. 

Centauro 

Trata-se da ideia da junção das capacidades humanas e da inteligência artificial, com um complementando o outro e não substituindo. “É a importância da perspectiva e do envolvimento humano em tudo”, disse. A colaboração homem-máquina aumenta o desempenho e melhora o processo de tomada de decisão e criatividade. Como exemplo, Zappa lembrou dos jogos de xadrez entre humanos e robôs e depois da união dos jogadores a máquinas para melhorar o desempenho; falou do caso da Netflix usando dados abertos para tomar decisões criativas e do quanto um programador ganha em desempenho ao usar copilotos. “A principal pergunta sobre a capacidade do sistema é se a evolução vai parar no nosso grau de inteligência e não conseguir passar, apesar de mais treinamento e computação, ou se vai passar”, ponderou. 

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Prompts 

Aprender a falar com as máquinas, fazendo as perguntas da maneira correta, é uma habilidade fundamental para usar a inteligência artificial generativa. A interação com o prompt deve seguir uma estrutura de pergunta que tem uma persona definida, especificar uma tarefa, dar contexto e estabelecer o formato de resposta desejado. “Todos os modelos têm conhecimento lateral e não temos hábito de perguntar além da pergunta que fizemos. O que não foi discutido é importante; saber o que está faltando”, disse. 

Criatividade 

É preciso aprender as habilidades básicas para entender a transição que está por vir, além de fazer uma análise crítica para saber qual deve ser o papel da IA criativa no trabalho. 

Código 

A IA se transformou no braço-direito do programador e uma aliada na hora de criar programas, apps e códigos. Mas é importante que o profissional saiba o que está fazendo porque os LLMs (Large Language Models) fazem 80% do trabalho — o restante é com o humano! 

Agentes 

Os agentes de TI estão reduzindo o tempo de execução de trabalhos exponencialmente. Para Zappa, os agentes representam o próximo passo da IA, porque são sistemas capazes de corrigir comportamentos do ambiente e é a forma de caminhar para as inteligências gerais. 

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AGI

A AGI (inteligência artificial geral) impõe uma série de reflexões, tais como deveríamos começar a projetar para uma sociedade pós-AGI? O que acontece quando nossas vidas mudam por causa da AGI? Já estamos lá? “Não existe um mapa para inteligência geral e ninguém sabe quais são as etapas e o que falta para a IA ser geral”, assinalou o futurista. “Para ser geral, tem de ser muito abstrato e precisa ter vários vetores”, acrescentou. 

Isso porque a inteligência não se trata de uma capacidade singular e monolítica, mas a combinação de várias dimensões, passando por diferentes níveis e abrangendo de habilidades específicas para tarefas amplas. “Acredito que a AGI vai ser combinação de várias modalidades que juntas serão gerais”, definiu. 

Outro termo para tanto é o da superinteligência, uma forma de IA que ultrapassa o desempenho cognitivo dos humanos em virtualmente todos os domínios de interesses, incluindo criatividade, sabedoria geral e resolução de problemas.  

De qualquer maneira, Zappa advertiu que é preciso se preparar para a AGI, identificando cenários e oportunidades, rastreando sinais de mudanças e decidindo como responder a elas e preparando a mão de obra para o aumento da IA. 

Risco

A inteligência artificial não faz discernimento (e nem consegue) do que é real. Por isso, ela pode alucinar e ir para o extremo oposto disso, que é a ideia de robustez — a capacidade de um algoritmo ou modelo de fornecer resultados consistentes e precisos sob condições operacionais e perturbações de entrada variáveis. 

Zappa destacou que a IA precisa estar alinhada com valores, propósitos e com objetivos dos seres humanos. “Alinhamento é um termo que vamos ouvir muito e explicabilidade também”, afirmou, fazendo referência, no primeiro caso, ao processo de garantir que as metas dos sistemas de IA e seus comportamentos sejam consistentes com os valores e a ética humanos e, no segundo, à capacidade de um sistema de transmitir de forma transparente como chegou a uma decisão, tornando suas operações compreensíveis para os humanos. 

Fim de jogo

Michell Zappa fechou os capítulos alertando que, cada vez mais, haverá inserção de IA em tudo e questionou: o que vai acontecer quando cada companhia for uma empresa de IA? “É preciso fazer reflexões:  quais dados que você tem acesso que mais ninguém tem? Porque é lá que está a sua diferenciação. O que você vai automatizar e como aumentar as capacidades?”, ponderou.

Conheça o ANBIMA em Ação  

A Jornada de Inteligência Artificial faz parte da agenda estruturante do ANBIMA em Ação, conjunto das principais atividades da Associação para 2023 e 2024. Esse planejamento estratégico foi elaborado a partir de uma ampla consulta aos nossos associados, instituições parceiras, reguladores e lideranças da ANBIMA. Confira aqui as nossas quatro grandes agendas de trabalho: Centralidade do Investidor, Desenvolvimento de Mercado, Agenda de Serviços e Agenda Estruturante. 

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