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Desafios para aproximar mercado de capitais de finanças sustentáveis incluem taxonomia, padronização e educação

Tema esteve em debate na 1ª Conferência internacional de finanças sustentáveis e economia criativa da Amazônia

Se a Amazônia é o pulmão do mundo, o maior bioma do Brasil e tem potencial para desenvolvimento de projetos inovadores, inclusive relacionados a créditos de carbono, o que falta para que isso aconteça? A aproximação com o mercado de capitais pode ser o elemento que fecha essa equação. Esse tema permeou as discussões da 1ª Conferência internacional de finanças sustentáveis e economia criativa da Amazônia, realizada pelo governo do estado do Amazonas, nos dias 19 e 20 de dezembro.

“Apenas financiamento público e filantropia não serão suficientes. É preciso atrair capital privado e é aí que o mercado de capitais ganha relevância e se destaca”, explica Nathalie Vidual, gerente de Supervisão de Securitização e de Agronegócio da CVM. Entre os benefícios de acessar o mercado em relação ao financiamento bancário tradicional, ela cita a desintermediação financeira, o custo reduzido, a possibilidade de créditos a longo prazo e a desburocratização. “Precisamos criar um mecanismo ultrassofisticado de alocação para estimular que as pessoas façam correto. E isso a gente faz com financiamento”, analisa Pablo Cesário, presidente da Abrasca.

O mercado de capitais brasileiro é ativo e dinâmico, o que não é realidade em diversos países do mundo, aponta Marcelo Billi, nosso superintendente de Sustentabilidade, Inovação e Educação. “Temos uma ferramenta interna que podemos usar para canalizar recursos para projetos que vão promover o desenvolvimento sustentável da Amazônia, do Brasil ou até da América Latina”, aponta.

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Conferência discutiu os caminhos para o mercado de capitais e a Amazônia (Foto: Roberto Carlos e Tácio Melo/Secom, e Divulgação/Cada)

 

Para estimular os investimentos sustentáveis dentro dessa estrutura, são necessários diversos avanços. “Os investidores precisam tomar decisões bem-informadas e bem refletidas. A construção da ponte entre o mercado de capitais e as finanças sustentáveis envolve três pilares: conhecimento, monitoramento e busca por resultado”, avalia Nathalie, a gerente da CVM.

Um dos desafios atuais é a taxonomia, ou seja, dar nomes para os ativos verdes que todos concordem e usem. Ainda não existe um consenso no mercado local, tampouco no global sobre isso. A padronização aparece logo na sequência. “Um título verde tem que ter segurança, características bem definidas, padronização para poder ser comparado a outros ativos, indicadores e benchmarks para acompanhamento. Também temos que ter preço, o que não é trivial”, explica Billi.

É necessário, ainda, que as pessoas conheçam e compreendam como funcionam as finanças sustentáveis. Isso demanda ações para educar tanto os profissionais que vendem os produtos, certificando-os e levando para esses agentes um conhecimento que é bastante novo, assim como os investidores, para que entendam o que são esses produtos e possam se interessar por eles.

Além da técnica

O mercado ESG não é apenas uma questão de números, regras e documentos. É preciso ir além e conhecer as pessoas, o ecossistema do qual ele trata. “No mercado financeiro, a gente tem esse viés de enxergar tudo sobre uma visão técnica. Nessa agenda não vai funcionar. Temos que bater perna, entender o que funciona para a realidade local”, aponta Billi.

Até porque ele envolve sair do eixo São Paulo/Rio de Janeiro. “A Amazônia é 60% do Brasil, precisamos entender essa dimensão. Sempre falamos de Sul e Sudeste. Começamos recentemente a avançar para o Centro-Oeste com o agrobusiness. Agora, a nova fronteira é a Amazônia, mas para isso temos que vestir as sandálias da humildade e aprender muito sobre ela”, comenta Eduardo Werneck, presidente do conselho da Apimec Brasil.

“Às vezes é o ribeirinho que terá que ser ouvido. Nós temos a técnica, mas, se não tivermos sensibilidade, as coisas não vão avançar”, afirma Flávio Cordeiro Antony Filho, secretário de Estado da Casa Civil do Amazonas, que moderou o bate-papo do dia 20 de dezembro.

Ações da ANBIMA

Foram apresentadas as nossas ações para estimular o mercado sustentável, começando o trabalho com o buy side, ou seja, atuando no lado de quem compra os títulos – como os fundos de investimento, cuja indústria soma mais de R$ 7,4 trilhões de patrimônio líquido. “Entendemos como os gestores analisavam se um fundo era sustentável ou não a partir de muita pesquisa e conversa ao longo dos últimos cinco anos para então lançarmos uma classificação de fundos sustentáveis”, conta Billi. “A identificação ajuda a dar segurança para quem quer comprar os investimentos”.

+ Conheça a classificação de fundos sustentáveis

Do lado do sell side, ou de quem vende os títulos, foi elaborado um guia educativo sobre como classificar títulos ESG. O material não faz parte da autorregulação e auxilia as instituições na emissão e na oferta de ativos de renda fixa relacionados a finanças sustentáveis.

Atuação dos reguladores

A relevância do mercado de capitais na agenda ESG também foi tratada por João Pedro Nascimento, presidente da CVM, na cerimônia de abertura da conferência, no dia 19. “Temos uma visão organizada de que a economia e o meio ambiente são compatíveis e complementares. Cada vez mais vamos ver uma interdisciplinaridade e uma transversalidade entre as pautas econômica, de preservação ambiental e de controle climático”, disse.

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João Pedro Nascimento, presidente da CVM, participou da abertura da Conferência internacional de finanças sustentáveis e economia criativa da Amazônia (Foto: Roberto Carlos e Tácio Melo/Secom, e Divulgação/Cada)

 

Ele contou que a autarquia começou a tratar a pauta das finanças sustentáveis como prioridade. “O mercado de capitais é uma ferramenta poderosa para dar cumprimento a políticas públicas importantes para promover o desenvolvimento econômico e social. Quando a CVM faz isso, ela ajuda todas as pautas organizacionais a ganharem tração, como é o esforço que fazemos aqui hoje no Amazonas”, afirmou o presidente da autarquia.

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