Os investimentos na modalidade project finance, em 2018, alcançaram R$ 36,1 bilhões, 21% a mais do que o alcançado no ano anterior. O financiamento via emissão de dívida foi responsável por 62% desse volume, totalizando R$ 22,4 bilhões, aumento de 25% em relação a 2017.

Em relação às emissões de dívida, a mudança de estratégia do BNDES, aliada a um ambiente de juros favorável, abriu espaço para o maior financiamento via mercado privado. A contribuição do BNDES por meio de desembolso direto e repasse concentrou 41% das emissões de dívida no ano, contra 73% em 2017; em 2018, entretanto, não houve a modalidade BNDES repasse. Ao mesmo tempo, a participação do mercado de capitais mais do que dobrou: saiu de 11%, em 2017, para 31%, em 2018. Em contrapartida, outro banco controlado pelo Governo Federal vem aumentando sua participação nos financiamentos de projetos. O BNB (Banco do Nordeste do Brasil) quadruplicou sua participação: em 2017 concentrava 5% dos financiamentos e em 2018 centralizou 21% dos desembolsos.  

Na modalidade project finance, o setor de energia elétrica concentrou 76% dos investimentos, ou R$ 27,5 bilhões, sendo 32% via capital próprio e 68% via emissão de dívida. Os três segmentos dentro desse setor apresentaram os seguintes resultados em 2018: distribuição ou transmissão, R$ 11,4 bilhões (41%); geração (fontes não renováveis), R$ 6,6 bilhões (24%); e geração (fontes renováveis), R$ 9,5 bilhões (34%).

No setor de transporte e logística, que concentrou o restante dos investimentos em project finance, o montante apurado foi de R$ 8,6 bilhões (R$ 4,7 bilhões via capital próprio e R$ 3,9 bilhões via emissão de dívida), e os segmentos transporte aéreo e transporte rodoviário foram destino de 85% dos recursos, sendo R$ 3,7 bilhões no primeiro e R$ 3,6 bilhões no segundo.