Companhias brasileiras concentram operações no mercado externo em janeiro
Depois de registrar volume recorde de operações no mercado local no ano passado, as companhias brasileiras voltaram-se para o mercado internacional para a captação de recursos no início de 2018. Aproveitando-se do elevado grau de liquidez, das ainda baixas taxas de juros internacionais e da queda da percepção de risco país por parte dos investidores externos, foram realizadas seis operações em janeiro, todas com títulos de dívida, que movimentaram US$ 4,4 bilhões, incluindo uma operação do Tesouro com volume de US$ 1,5 bilhão. Na primeira semana de fevereiro, mais quatro ofertas foram a mercado, no montante de US$ 3,4 bilhões.
A maior parte das emissões de bonds externos de janeiro, 83,3%, teve entre seis a dez anos de prazo, enquanto 16,7%, representados pela captação do Tesouro, foram de títulos com prazo de 30 anos. A taxa média de emissão do período ficou em 6,2% a.a, levemente superior à taxa de janeiro de 2017, que havia sido de 6,1%. Entre as empresas, captaram recursos os segmentos de transporte e logística (US$ 1,4 bilhão), alimentos e bebidas (US$ 1 bilhão) e de assistência médica (US$ 500 milhões).
No mercado local, as operações com valores mobiliários em janeiro somaram R$ 3,1 bilhões. Os ativos mais utilizados foram as debêntures, que movimentaram R$ 2,6 bilhões, em quatro operações, dos setores de energia elétrica, assistência médica e comunicação. Em segundo lugar, destacaram-se as emissões de FIIs – Fundos de Investimento Imobiliários, que movimentaram R$ 515 milhões, e que contaram com elevada participação das pessoas físicas entre os subscritores, de 73,1%. No mês, não houve captações com ações, notas promissórias, letras financeiras e CRAs, e as operações com FIDCs e CRIs somaram apenas R$ 15 milhões e R$ 21 milhões, respectivamente.
Entre as ofertas com debêntures, as operações prefixadas responderam por 62,7% do total, influenciadas pela emissão de debêntures incentivadas da Rede D’or São Luiz, que movimentou R$ 1,6 bilhão. As demais captações foram atreladas ao DI, sendo 23,1% em percentual do DI, e 14,2% em ativos expressos em DI mais spread. O prazo médio das operações com debêntures apresentou uma alta expressiva em janeiro, chegando a 7,3 anos, o maior prazo da série histórica desde 2012, também puxado pela oferta da Rede D’or, que tem prazo de dez anos.