Autorregulação é revertida ao investidor
Menos da metade dos brasileiros (42%) investe em produtos financeiros. Esse e outros dados foram revelados na pesquisa Raio X do Investidor Brasileiro feita neste ano. “Queremos conhecer o investidor. Para isso, temos investido em pesquisas para entender seus comportamentos, intenções e dificuldades”, destaca Ana Leoni, superintendente de Educação e Informações Técnicas da ANBIMA. Os resultados viram insumos para as instituições de mercado aprimorarem a relação com seus clientes.

Essas pesquisas – assim como outras iniciativas de educação financeira – têm sido financiadas exclusivamente com recursos vindos das penalidades da autorregulação. “O retorno da autorregulação é integralmente revertido ao investidor”, ressalta José Carlos Doherty, superintendente-geral da ANBIMA.
Autorregulação comemora duas décadas com modelo consolidado no mercado
O modelo de devolver ao mercado os recursos obtidos a partir de punições com o descumprimento dos códigos é adotado desde a origem da autorregulação. De lá para cá, a arrecadação financiou, entre outras ações, campanhas para desmistificar produtos de investimento, cursos para públicos específicos, como jornalistas e estudantes, e o site Como Investir, que reúne informações sobre produtos e finanças pessoais.
Cases de sucesso da autorregulação em duas décadas
“Quando começamos a trabalhar com educação financeira, o assunto era pouco explorado e hoje se tornou um tema em pauta na sociedade. É uma grande oportunidade para desenvolvermos iniciativas que sensibilizem e que contribuam para elevar a poupança das pessoas”, afirma Ana.
"O retorno da autorregulação
é integralmente revertido ao
investidor"
José Carlos Doherty, superintendente-geral da ANBIMA
As ações desenvolvidas trouxeram aprendizados e a demanda por informações foi se alterando. A experiência mostrou que as pessoas não precisam ser especialistas para investirem bem, basta terem consciência de suas necessidades para escolherem o produto adequado.
Nova estratégia de educação
A partir de 2012, a estratégia relacionada à educação mudou. As atividades passaram a se apoiar no tripé informação, sociedade e qualificação.
Presidentes da ANBID e da ANBIMA falam sobre a autorregulação
No eixo de informação, o foco é gerar e disseminar conteúdo sobre o investidor, bem como discutir com o mercado formas para melhorar a abordagem com os clientes. Uma das frentes inclui as pesquisas e a Central de Informações do Investidor Brasileiro, plataforma online que reúne dados de diversas fontes, como pesquisas e monografias. Além disso, são desenvolvidos projetos com outras instituições: um exemplo é o “Como investir em Você”, curso online de educação financeira oferecido a universitários. As iniciativas incluem, ainda, o Prêmio ANBIMA de Mercado de Capitais, que contempla projetos de dissertação de mestrado e teses de doutorado.

Regras voltadas para conduta entram na mira da autorregulação
Para a sociedade, a estratégia tem por base iniciativas capitaneadas por outras entidades. “Damos apoio financeiro, intelectual ou de logística para que outros agentes desenvolvam ações”, detalha Ana. Um exemplo é a manutenção da AEF (Associação de Educação Financeira do Brasil), voltada para tornar a educação financeira um tema relevante no país, com programas destinados a beneficiários do Bolsa Família, aposentados, entre outros públicos.

O eixo de qualificação dos profissionais abrange o programa de certificação e de educação continuada. Dentre as três frentes de atuação da área de educação, esta é a única que não é financiada com recursos da autorregulação.