Índice de Mercado ANBIMA registra valorização de 0,54%
Juros americanos e resiliência inflacionária limitaram retornos de índices em abrilSão Paulo, 6 de maio de 2022 - As carteiras dos títulos públicos marcadas a mercado que são refletidas pelo IMA (Índice de Mercado ANBIMA) registraram valorização de 0,54%, em abril, segundo o Boletim de Renda Fixa da Associação. No mês anterior, o aumento foi de 1,57% e se deu, especialmente, pela performance positiva dos títulos com prazos mais longos.
Em março, o IMA-B5+ (carteiras com NTN-Bs acima de 5 anos) e o IRF-M1+ (títulos pré-fixados acima de um ano) avançaram após indicação do Banco Central de que poderia encerrar o ciclo de alta de juros em maio. “Em abril esse quadro mudou, pois houve maior aversão dos investidores ao risco, frente aos sinais do FED em aumentar o ritmo da elevação dos juros de 0,25% para 0,50% e aos resultados do IPCA e IPCA-15 no período, que ficaram acima do previsto pelo mercado” afirma, Marcelo Cidade, economista da ANBIMA.
Com as revisões para cima das projeções de inflação (o Grupo Macroeconômico elevou a previsão do IPCA de 2022 de 6,3% para 7,9%), os preços dos títulos pré-fixados foram ajustados de forma a capturar esse movimento ao longo de abril.
A inflação implícita (somatório do prêmio de risco de inflação com a expectativa inflacionária) para o prazo de um ano embutida nos papéis pré-fixados elevou-se de 6,56% no dia 01/04 para 7,30% em 29/4, o que se refletiu em um aumento das taxas e consequente redução dos preços. Dessa forma, o IRF-M1+ recuou 0,53% no mês, a maior perda mensal desde outubro do ano passado. Já o IMA-B5+ manteve-se praticamente estável com variação de 0,08%.
Quanto aos ativos de menor duração, o destaque ficou para o IMA-B5 (carteira de NTN-Bs até 5 anos) que apresentou a maior variação em abril, 1,56%, resultado que tornou esse índice o de melhor desempenho no ano, ultrapassando o IMA-S, que valorizou 0,69% no mês. Os papéis prefixados com prazo até um ano, o IRF-M1 (carteira de pré-fixados até um ano), registraram ganho de 0,75% no período.
Entre os títulos corporativos, o destaque em abril foi o IDA-IPCA ex-infraestrutura (carteira de debêntures indexados ao IPCA ex-infraestrutura) que registrou retorno de 1,32%, seguido do IDA-IPCA com 1,11%. O IDA geral (total das carteiras de debêntures marcadas a mercado) que contempla esses dois subíndices avançou 1,07% e 4,24% no mês e no ano, respectivamente.