Avançamos no segundo trimestre com a agenda do ANBIMA em Ação 2025/26, conjunto de atividades prioritárias da Associação para este biênio. No encerramento de junho, 69% das ações estavam em andamento e algumas já haviam sido concluídas.

O plano foi construído com base em uma consulta a associados, novos players, reguladores e lideranças da ANBIMA. Esse mapeamento resultou em 30 iniciativas que dão o direcionamento para as nossas atividades neste e no próximo ano em linha com três pilares: representatividade, inteligência de dados e redução do custo de observância. Adicionalmente, mantemos uma agenda estratégica de continuidade, que envolve sustentabilidade, investimento internacional, finanças digitais, inteligência artificial e educação.

+ Consulte aqui nosso plano de prioridades para o biênio 2025/26

Na frente de representatividade, mapeamos a contribuição do mercado de capitais para o desenvolvimento da economia real por meio de um amplo estudo que identificou as vias de financiamento a empresas dos mais variados setores, investimentos em cadeias produtivas estratégicas e mobilização de poupança privada. O trabalho mostrou, entre outros pontos, o avanço do mercado de capitais nos financiamentos de segmentos essenciais, como agronegócio e infraestrutura.

A fim de aumentar nossa proximidade com autoridades e otimizar as articulações em torno de temas de interesse do mercado que tramitam no Congresso Nacional, passamos a integrar o Grupo Consultivo de Relações Governamentais, fórum que reúne entidades como a Fin (Federação Nacional das Instituições Financeiras).

Os temas prioritários do grupo são reforma tributária, leis para ativos virtuais, regulamentação do mercado de carbono e taxonomia sustentável. “Estamos aprimorando nossa atuação nessa frente para garantir posicionamentos estratégicos alinhados e transparentes, fortalecendo o papel da ANBIMA nas interlocuções de temas de interesse do mercado”, comenta Zeca Doherty, nosso diretor-executivo.

Nossa atuação também contribuiu para a postergação, pela CVM (Comissão de Valores Mobiliários), da entrada em vigor das atualizações das regras de portabilidade de investimentos. Atendendo a um pleito da ANBIMA, o regulador adiou para 2 de janeiro de 2026 regras que originalmente valeriam a partir de 1º de julho deste ano.

Apoiar o mercado em seu desenvolvimento saudável e consistente é outro aspecto essencial do ANBIMA em Ação, e no segundo trimestre fez parte dessa agenda o lançamento de um guia para o cálculo de provisão para devedores duvidosos de direitos creditórios. Em outra iniciativa, inserimos no nosso Código de Distribuição regras específicas para a classificação de risco para os COEs (certificados de operações estruturadas) na modalidade crédito para fins de suitability.

Encerrando o semestre, promovemos a edição de 2025 do ANBIMA Summit, que já se consolidou como um dos maiores eventos dos mercados financeiro e de capitais do país. Em dois dias de evento, recebemos um total de 3,5 mil pessoas, que acompanharam 12 trilhas de conhecimento com conteúdos de mais de 120 palestrantes.

ANBIMA em fóruns globais
O fortalecimento da representatividade internacional foi outra frente de avanço no segundo trimestre. Um dos destaques foi a assinatura de um memorando de entendimento com a JSDA (Japan Securities Dealers Association) para a ampliação da cooperação mútua. Também marcamos presença na 50ª Conferência Anual da Iosco (Organização Internacional das Comissões de Valores Mobiliários), no Qatar, apresentando as nossas contribuições para o mapeamento de riscos emergentes e o debate em torno de tokenização e inteligência artificial, temas centrais na agenda de inovação da Iosco.

Participamos, ainda, da conferência anual da ICMA (International Capital Market Association), ação que nos garantiu visibilidade em um dos fóruns mais importantes do mercado de capitais global. Além de, pela primeira vez, termos patrocinado o evento, estivemos no painel dedicado à evolução do segmento de securitização, com nossa diretora Flavia Palacios.

Complementaram essa atuação internacional no segundo trimestre o retorno da ANBIMA à diretoria da Fiafin (Federação Iberoamericana de Fundos de Investimento) e o estreitamento das relações com Luxemburgo, país que hoje é um relevante hub internacional para a indústria de fundos de investimento. “O reforço dessa ampla agenda internacional é uma ação estratégica que nos coloca como interlocutores de discussões que hoje moldam o futuro dos mercados no mundo”, ressalta Doherty.

Inteligência de dados e IA
Paralelamente ao desenvolvimento do nosso chatbot baseado em IA generativa, especializado na autorregulação de fundos, iniciamos a oferta de conteúdos técnicos para o mercado também avançar nessa agenda. Em abril lançamos mais uma edição da nossa Jornada de Inteligência Artificial com o objetivo de tratar de uso e implementação na prática dessa tecnologia nas instituições de mercado.

A Jornada envolve, ao longo de 2025, a realização de quatro encontros online e gratuitos, com assuntos como governança e cibersegurança. Em junho, tivemos um workshop presencial sobre IA durante o ANBIMA Summit 2025. A Jornada de IA é uma das iniciativas da Rede ANBIMA de Inovação.

Como parte do pilar de inteligência de dados, desde o fim de maio as instituições participantes do Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) podem acessar informações de negócios registrados no sistema de forma mais fácil e integrada, por meio de APIs (interface de programação de aplicações). Ainda no Selic, no fim de junho foram disponibilizadas novas APIs com informações de contas e clientes das instituições participantes do Selic. Com isso, é possível consultar, de forma integrada aos sistemas das casas, dados públicos de contas e dados da área logada.

Custos de observância
Em linha com o pilar do ANBIMA em Ação de redução dos custos de observância, assinamos com a BSM Supervisão de Mercados, responsável por supervisão e fiscalização legal dos mercados organizados administrados pela B3, um acordo de cooperação relacionado a temas de interesse comum.

Em uma primeira fase, o acordo envolve compartilhamento de informações sobre influenciadores de finanças, que monitoramos por meio de uma plataforma. No futuro, a ideia é que a parceria avance em direção a novas frentes, como o suitability, tema recorrente de supervisão tanto na ANBIMA quanto na BSM.

Mais um tema relevante tem relação com a regulação de securitização. A CVM publicou decisão do colegiado referente uma consulta que fizemos sobre a Resolução 60, norma que trata da apresentação de demonstrações financeiras no mercado de securitização, acatando nossas sugestões. Com a decisão, a companhia securitizadora pode escolher entre apresentar as demonstrações do devedor ou do coobrigado que representem mais de 20% da emissão, por exemplo. As mudanças contribuem para aumentar a segurança jurídica no setor e para a redução do custo de observância.

Jornadas de sustentabilidade
Sustentabilidade é tema em alta neste ano, e dentro do ANBIMA em Ação demos início no segundo trimestre à Jornada COP 30, projeto que promovemos em parceria com a Febraban e a CNSeg.

A intenção dessa trilha de conhecimento é preparar o mercado para se posicionar de maneira estratégica na COP 30, que será realizada em Belém em novembro, e no PRI In Person, fórum sobre investimentos responsáveis que acontece no mesmo mês em São Paulo. Além disso, a Jornada apresenta aos agentes conceitos e caminhos práticos para a identificação de riscos e oportunidades relacionados às mudanças climáticas.

A Mesa Redonda Regional sobre Finanças Sustentáveis da Unep-FI, evento presencial realizado em abril para 105 participantes, foi o pontapé inicial da Jornada, com discussões sobre perspectivas de financiamento de transição e apresentação de casos de uso de blended finance. Em junho foi a vez da estreia da série de seis workshops online gratuitos com conteúdo técnico voltado à capacitação de agentes do mercado. Participaram do encontro 499 pessoas. A Jornada COP 30 também faz parte das iniciativas da Rede ANBIMA de Sustentabilidade.

Outra ação relacionada a essa agenda foi o lançamento de uma página especial, com pesquisas, relatórios, guias e eventos, além de informações sobre como os interessados podem participar das nossas redes de Sustentabilidade e de Diversidade e Inclusão.

Completaram as ações em torno de sustentabilidade no segundo trimestre dois encontros da Rede ANBIMA de Diversidade e Inclusão e o lançamento da Jornada IFRS, trilha que ajuda o mercado a entender e a implementar as normas IFRS S1 e S2, partes da Resolução CVM 193. A regra entra em vigor em 2026 e envolve o reporte voluntário de informações financeiras relacionadas à sustentabilidade (IFRS S1) e ao clima (IFRS S2) por fundos de investimento, securitizadoras e companhias abertas.

“Nosso propósito com essas iniciativas ligadas às questões de sustentabilidade e diversidade e inclusão é apoiar o mercado neste momento em que tanto se fala sobre esses assuntos. As jornadas e as demais ações são desenhadas para oferecer conteúdos que ajudem as instituições a navegar nesse ambiente”, afirma nosso diretor-executivo.

Saiba mais sobre o ANBIMA em Ação
O ANBIMA em Ação é o conjunto das principais iniciativas da Associação para este e o próximo ano. Esse planejamento estratégico foi elaborado a partir de uma ampla consulta aos nossos associados, novos players, reguladores e lideranças da ANBIMA que resultou em uma agenda apoiada em três pilares: representatividade, inteligência de dados e redução do custo de observância. Além das iniciativas sob estes três pilares indicados na consulta, o ANBIMA em Ação 2025-2026 inclui temas que já estão em andamento, seja porque são estratégicos para o mercado ou para o futuro da Associação: sustentabilidade, investimento internacional, finanças digitais, inteligência artificial e educação.
 

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