<img height="1" width="1" style="display:none" src="https://www.facebook.com/tr?id=1498912473470739&amp;ev=PageView&amp;noscript=1">
  • Empresas fiscalizadas.
  • Trabalhe Conosco.
  • Imprensa.
  • Fale Conosco.

Notícias

MKBR22: Olivier Blanchard avalia inflação e taxas de juros nos EUA e na Europa

Ao abrir o MKBR, o ex-economista-chefe do FMI explicou o cenário econômico, ponderando situação pós-covid e com guerra na Ucrânia

Quatro fatores têm determinado o que está acontecendo com a inflação, destacou Olivier Blanchard, que foi economista-chefe do FMI (Fundo Monetário Internacional), ao palestrar no primeiro dia do MKBR 22, evento organizado pela ANBIMA e pela B3, nesta terça-feira, 20, em São Paulo. O economista francês falou sobre inflação e taxas de juros nos Estados Unidos e na Europa, temas que têm sido suas principais áreas de atuação.  

+ Acompanhe o MKBR22

O primeiro fator é o superaquecimento da economia, que reflete nas taxas de desemprego. O segundo está ligado aos efeitos diretos dos preços de energia e de commodities, com ruptura de estoque e interrupções nas cadeias de suprimentos. O terceiro é o chamado efeito secundário, pois, uma vez que os preços da energia subiram, as empresas passaram a usar insumos intermediários produzidos com energias mais caras, o que impacta em aumento de preços. E o quarto e último fator é a ancoragem de expectativas no longo prazo.


MKBR _cauediniz B3 Anbima-9828.jpgOlivier Blanchard conversou com Ana Paula Vescovi do Santander


“Você tem esses quatro fatores nesta fase, e a questão é como eles vão se somar e quais serão os resultados”, ressaltou. Para os Estados Unidos, acrescentou o economista, uma boa notícia no curto prazo é o fato de os preços das commodities estarem caindo, o que levará a uma queda na inflação. Já na Europa, a questão tende a ser diferente, com inflação geral não tão boa.

Traduzindo o que isso significa e implica para as taxas de juros e um possível risco de recessão para os dois lados do oceano, Blanchard disse que, em geral, uma situação como essa tende a desacelerar a inflação. “Para se livrar da inflação, você precisa de alguma diminuição na atividade. Agora, existem duas maneiras pelas quais você obtém uma diminuição na atividade. Pode ser que a demanda diminua por conta própria e, nesse caso, o banco central não precisa fazer muita coisa, porque simplesmente acontece, e, assim, não precisa aumentar muito as taxas de juros. Ou pode ser que a demanda seja muito forte e, então, o banco central tem realmente que usar as taxas de juros como freios para desacelerar a economia”, detalhou. 


Nos Estados Unidos, o antigo economista-chefe do FMI explicou que, apesar de estar acontecendo uma consolidação fiscal, as pessoas acumularam muitas economias, estão gastando e não há nenhum sinal nesta fase de que a economia esteja desacelerando. “Minha impressão é que a economia está forte; nesse caso, o que vai ter que acontecer é que, se a demanda não desacelerar por conta própria, o FED vai ter de aumentar as taxas de juros”, apontou.

Com relação à Europa, o ajuste necessário de demanda é menor, facilitando, segundo Blanchard, o trabalho do BCE (Banco Central Europeu). Outro ponto que ajuda é que o mercado de trabalho não é tão organizado quanto nos Estados Unidos, o que diminui a chance de reajustes por conta da inflação. Ele disse acreditar na possibilidade de que a demanda diminua por conta própria, devido à incerteza na Ucrânia, à preocupação com energia e à perda de poder aquisitivo da renda real, que foi parcialmente compensada por medidas fiscais dos governos. Além disso, a valorização do dólar contribuiu para a diminuição da renda na Europa. “Eu acho que há uma boa chance de que a demanda desacelere por conta própria. O BCE tem um trabalho mais fácil, não precisando aumentar muito as taxas de juros. Ele não precisa fazer isso para ter uma grande diminuição na demanda em primeiro lugar.”

Notícias relacionadas

Não foram encontrados resultados para esta consulta.