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Falta educação financeira no sistema de capitalização

Sistemas chileno, americano e australiano precisam aumentar contribuições voluntárias aos planos de previdência

Estados Unidos, Chile e Austrália têm sistemas previdenciários diferentes, mas alguns desafios comuns: aumentar os níveis de educação financeira e incrementar as contribuições voluntárias aos planos, de forma a permitir que as pessoas tenham renda suficiente após a aposentadoria. As peculiaridades dos sistemas de previdência dos três países e a experiência de cada um deles com a capitalização foram o tema de um painel realizado na tarde desta quinta-feira, no 10º Congresso ANBIMA de Fundos de Investimento moderado por Eduardo Penido, Opportunity Gestora de Recursos.

O sistema chileno mudou da repartição para a capitalização em 1981, mas, ao longo dos anos, foi se transformando e hoje conta com três pilares: solidário (público), obrigatório (privado) e voluntário (privado). O pilar solidário é de repartição, voltado para 60% da população mais pobre, financiado por impostos.

Já o pilar obrigatório é totalmente privado, gerido por seis AFPs (Associaciones de Fondos de Pensiones), e de capitalização. Os trabalhadores contribuem com 10% do salário para esse pilar (sem contribuição do empregador). Há cinco planos com diferentes perfis de risco. E há também as contribuições voluntárias às AFPs, mas que são pouco usadas apesar dos benefícios fiscais.


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Eduardo Penido (Opportunity Gestora de Recursos), Uwe Schillhorn (Principal Internacional), Lance Schoening (Principal) e Maree Pallisco (EY)

Uwe Schillhorn, da Principal International Americas, disse que o principal problema do sistema é que as pensões são muito baixas. Em média, os chilenos recebem 33% do salário médio dos últimos dez anos. Essa baixa taxa de reposição ocorre porque as contribuições são insuficientes e porque grande parte da população está na economia informal, disse o executivo.

Para ele, a rejeição da população ao sistema e às AFPs também é fonte de preocupação. “A raiva da população foi direcionada às companhias privadas, mas estas também não educaram o público sobre previdência privada ao longo dos anos”, afirmou. Ele diz que uma lição que o modelo chileno deixa é da ordem política: os sistemas que atuam em prol das pessoas, mas que não explicam para elas o seu funcionamento, enfrentam problemas.

Já nos Estados Unidos, a situação parece um pouco menos conflituosa. O sistema conta com um pilar obrigatório, de repartição, financiado por deduções na folha de pagamento com contribuições do empregado e do empregador. Lance Schoening, da Principal Financial Group, conta que esse pilar não foi desenhado para ser a principal fonte de renda na aposentadoria – ela é complementada pelo segundo pilar, voluntário, de capitalização. Neste último, a contribuição das empresas é muito importante. Apenas 10% das pessoas contribuem para contas individuais, mas 70% dos empregados que contam com planos corporativos contribuem. Nos planos corporativos, a contribuição é voluntária.

Assista ao debate completo. Para conferir os demais painéis do congresso, veja nosso canal no Youtube.

 

Schoening explicou que, no caso dos planos corporativos, patrocinados pelas empresas, estas têm obrigações fiduciárias e por conta disso precisam selecionar bem os investimentos para os seus funcionários. Essas obrigações ajudaram a fomentar uma indústria de consultoria financeira que contribui para que as empresas possam cumprir os requisitos legais. E as empresas consideram que os planos de previdência são ferramentas importantes para atrair e reter talentos.

Mas o país não está isento de seus desafios. Schoening afirmou que cerca de 30% da força de trabalho não tem acesso aos planos corporativos. O desafio é maior nas pequenas e médias empresas, que não oferecem os planos, e para os trabalhadores em tempo parcial. Outra lacuna diz respeito à gig economy (trabalhos temporários e sob demanda), na qual não há vínculo empregatício.

Na Austrália, também coexistem o sistema público e privado, este obrigatório. O primeiro foi desenhado para prover uma renda mínima e o segundo (chamado Superannuation) para complementá-lo. As contribuições para este vêm aumentando. O empregador contribui com 9,5% do salário, mas esse percentual subirá para 15% em 2025, e  Maree Pallisco, da EY na Austrália, disse que, ainda assim, não será suficiente. A expectativa de vida na Austrália é de 89 anos para mulheres e 86 anos para os homens, e deve subir para 93 e 91 anos, respectivamente, até 2050. “Como o sistema é obrigatório, os funcionários se tornaram preguiçosos em fazer poupança adicional. A educação financeira é um grande desafio na Austrália”, afirmou.

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