<img height="1" width="1" style="display:none" src="https://www.facebook.com/tr?id=1498912473470739&amp;ev=PageView&amp;noscript=1">
  • Empresas fiscalizadas.
  • Trabalhe Conosco.
  • Imprensa.
  • Fale Conosco.

Notícias

Reorganização das forças mundiais é marcada por polarização política e enfraquecimento das democracias

Processo também se relaciona à pressão de movimentos migratórios e à maior influência econômica chinesa

Um cenário marcado pela polarização política em diversos países está por trás não apenas da eleição de presidentes mais extremistas como Donald Trump e Jair Bolsonaro, mas também de um processo de reorganização das forças globais. É esta a visão do cientista político Ian Bremmer, fundador do Eurasia Group, que participou do 10º Congresso ANBIMA de Fundos de Investimento nesta quinta-feira, dia 25 em São Paulo. Ao descrever os movimentos envolvidos nesses fenômenos, Bremmer citou uma série de situações que levam os cidadãos a questionarem a legitimidade das instituições.

“Os casos de corrupção levam as pessoas a acharem que os políticos que estão no poder não se importam com elas.  Nos Estados Unidos, este sentimento é maior também porque a renda do americano médio não cresce há muito tempo, mas os mercados seguem bem, ganhando muito e eles se questionam, afinal, por que manter tudo igual se só poucos ganham?”, disse o cientista político, citando movimentos globais contra o poder vigente – como Brexit, na Inglaterra, os coletes amarelos, na França, e o Movimento Cinco Estrelas, na Itália. “A sensação geral é de que as pessoas não são cuidadas pelo governo, o que favorece mudanças”, afirmou.

_M__0989.JPG

 

 

 

Para Ian Bremmer, não haverá mais G7, mas um G0 com cada país cada vez mais cuidando de si

Outro elemento central destacado nos argumentos de Ian Bremmer é a pressão dos movimentos migratórios. “Ninguém nos Estados Unidos quer mais a ideia de serem defensores do mundo. Gastos com guerras são muito impopulares, a mensagem agora é cuidem de mim”, por isso o discurso de Trump com o muro e de proteção comercial pegou tão bem”, disse. O último componente da análise é o fortalecimento das redes sociais como central nas eleições, o que reforça a polarização por meio de um discurso mais radical. “Nas grandes democracias, as instituições estão menos legítimas e mais fracas, favorecendo líderes extremistas tanto à direita quanto à esquerda, o que é estrutural”, opinou. Para reforçar seus argumentos, Bremmer lembrou os motivos de o Japão não refletir o fenômeno de radicalização: com a queda da população, a renda tem subido, além de que não há problemas migratórios e menos ainda gastos militares.

Em sua palestra, o cientista político pontuou que, por outro lado, a China se fortalece economicamente e tem seu próprio “Plano Marshal” ou “Belt and Road”, uma iniciativa de investimento que visa construir rotas comerciais na Ásia, Europa e África por meio de projetos de infraestrutura financiados pelo país. “Vários países ignoraram apelos americanos e se aproximaram da China, aceitando recursos do país em troca de elevar a rota de comércio”, disse.

É neste contexto, de democracias sob ameaça e com a China se fortalecendo, que Bremmer vê uma recessão geopolítica que levará a um reordenamento das lideranças globais. “Não será mais G7, mas um G0 com cada país cada vez mais cuidando de si”, previu. Ele acrescentou que só os Estados Unidos podem responder a esta tendência de um G0, mas, como hoje o país é menos afetado porque não recebe tantos refugiados, como a Europa, e tem ainda uma economia forte, não vê motivos para se mexer.

 

 

Notícias relacionadas

Não foram encontrados resultados para esta consulta.